As festas juninas tiveram sua origem no Egito 
Antigo onde era celebrado o início da colheita, cultuando os deuses do sol e da 
fecundidade. Com o domínio do Império Romano sobre os egípcios, essa tradição 
foi espalhada pelo Continente europeu, principalmente Espanha e Portugal.
A 
fogueira remonta à antiguidade quando se prestava culto à deusa Ferônia, dos 
cultos agrários, e os predestinados caminhavam sobre as brasas.
Fogueira 
simboliza proteção contra os maus espíritos que atrapalham a prosperidade das 
plantações e a festa tem como finalidade agradecer a colheita. Cada santo tem 
sua fogueira com suas características próprias.
As primeiras referências das 
festas São João no Brasil datam do ano de 1603 trazidas pelos Padres Jesuítas, 
depois vieram Santo Antônio e São Pedro.
A festa Junina trazida pelos 
portugueses tem grande influência dos chineses, espanhóis e franceses. Da 
França, a dança marcada, característica típica dos salões nobres, as quadrilhas. 
Da tradição de soltar fogos de artifícios (foguetes, busca-pés, traques, 
bombinhas) veio da China, devido à descoberta da pólvora.
Da Península 
Ibérica teria vindo a dança de fitas, brincadeiras que vêm somar com a mistura 
indígena, afro-brasileira e dos imigrantes. Os indígenas também faziam festejos 
relacionados à agricultura, no mesmo período das juninas com: rituais, danças, 
cantos e comidas.
As festas juninas estão relacionadas com as festas pagãs do 
solstício de verão, ou seja, quando a duração do dia é a mais longa do 
ano.
Os Santos Padroeiros
As festas de São João ainda são 
relacionadas em alguns países europeus católicas, protestantes e ortodoxas e são 
realizadas fogueiras com celebração de casamentos reais ou fictícios.
Santo 
Antônio procurou durante sua vida combater tudo que prejudicasse a estrutura 
familiar, podendo ser considerado o padroeiro das mulheres, que jamais aceitou a 
inferiorizarão do papel feminino no casamento. É considerado o santo 
casamenteiro, sendo vítima das mocinhas casadouras. Caso não arranjassem logo um 
marido, colocavam o santo, amarrado de cabeça para baixo nos poços, baldes e 
retiravam do altar até o santo arranjar um pretendente ao matrimônio.
As 
manifestações de culto a Santo Antônio começaram logo após sua morte muitas 
devoções e crenças foram se formando em torno dele
As igrejas católicas no 
dia do Santo Padroeiro, 13 de junho, costumam festejar e distribuir pãezinhos 
bentos. ”O pão dos pobres” é uma piedosa devoção, consiste em doações para 
prover de pão aos pobres. Uma tradição liga esta obra ao episódio de uma mãe 
cujo filho afogado num tanque recuperou a vida graças a Santo Antônio. Ela 
prometera que se o filho recuperasse a vida daria aos pobres uma porção de trigo 
igual ao peso do menino.
São João Batista, ascético e pregador de alta moral 
é festejado pelo povo com alegria, muita música, danças, adivinhações para o 
casamento. Conforme a tradição, o santo adormece durante o dia que lhe é 
dedicado, 24 de junho. Se ele acordar vendo o clarão das fogueiras acesas em 
suas homenagens, não resistirá ao desejo do descer do céu para acompanhar a 
festança. É no imaginário popular um santo brincante, alegre que gosta de ser 
acordado a noite para brincar. Na memória das crianças talvez seja a primeira 
ocasião em que pode brincar a noite e se relacionar com os mistérios do fogo em 
um ambiente comunitário.
É tradicional pular os restos da fogueira redonda de 
São João. Traz muita sorte e mais ainda, se for um par pula de mãos dadas, 
demonstrando ao santo o amor que une os dois pedindo proteção para a sua união. 
Essa tradição, muito forte no RS, é encontrada em vários lugares e está ligada a 
rituais antigos do fogo.
Caminhar sobre as brasas também é tradicional para 
os devotos caminhar no colchão das brasas da fogueira de São João, que deve ter 
um palmo de altura e só caminha no dia 23 de junho, véspera de São 
João.
São Pedro, 29 de junho, Padroeiro do RS, e especial protetor da 
Igreja. Era pescador, possui a chave do céu e sem sua intercessão ninguém é 
admitido. É festejado pelos marinheiros, pescadores e viúvas.
Nas festas são 
escolhidos os festeiros para comandar a festa do santo junino e deve escolher um 
bom “Capitão de Mastro e um Alferes da Bandeira”, os quais organizarão a 
fogueira, fincação do mastro e a confecção da bandeira com a imagem do santo 
evocado.
A fogueira centraliza a festa. Conforme a disposição da lenha na 
fogueira varia de acordo com o santo homenageado:
a) fogueira de Santo 
Antônio a base é quadrada, fogueira quadrada;b) fogueira de São João 
a base é redonda a fogueira cônica;c) fogueira de São Pedro a base 
triangular e a fogueira é triangular.
Para realização da Festa na Escola ou Centro de Tradições Gaúchas são 
necessários planejamento, organização de serviços, a divisão consciente e 
dirigida das atribuições de cada um.
A finalidade da realização da Festa Junina na Escola ou no CTG:
- esclarecer diferenças da festa caipira e gaúcha;
- resgatar e valorizar as manifestações da cultura tradicional;
- caracterizar os principais pontos da Festa Junina Gaúcha;
- promover a integração da Instituição Escolar ou Tradicionalista com a 
Comunidade;
- Proporcionar a interação entre alunos, professores ou membros de 
invernadas artísticas, campeira, esporte e patronagem.
Traçado os objetivos, vamos determinar as atividades que serão realizadas 
na festa: formação grupos de trabalho e indicação dos responsáveis de cada 
equipe. Importante para o sucesso da festa, o planejamento com antecedência, 
realizações de reuniões gerais e de equipes para avaliar o processo de andamento 
na organização da festa.
Devemos ter sempre uma Coordenação geral composta de membros da Direção da 
Escolar ou da Patronagem do CTG. 
Sugerimos que sejam formadas equipes para melhor distribuir as tarefas, bom 
andamento do trabalho e determinar o tipo da festa: “Festa Gaúcha.”
1) Equipe de secretaria - responsável pela realização de ofícios, 
convites, cartazes
2) Equipe de Tesouraria-finalidade – registrar os gastos e ganhos da 
festa, poderá fazer as compras,cuidado com as notas,recibos, balancete e 
apresentar o relatório financeiro do evento.
3) Equipe de divulgação - cartazes, mural da escola ou CTG, 
convites, visita imprensa escrita e falada, comércio, usar todos os meios de 
comunicação.
4) Equipe decoração - confecção e colocação das bandeirinhas, mural 
informativo com dados bibliográficos sobre o tema, disposição das tendas ou 
barracas de comes e bebes e jogos com a identificação das mesmas, providenciar 
palco ou outro lugar para as apresentações, mesa de som discos, etc. Neste grupo 
de trabalho poderá ser incluído a programação, concursos e as apresentações 
artísticas.
5) Equipe arrecadação de brindes - para realização dos jogos e 
brincadeiras; pedir colaboração para os alunos membros das invernadas, comércio 
local, pais, envolvendo todos os seguimentos para tornar uma festa alegre e 
participativa
6) Equipe dos jogos e brincadeira - responsáveis pelas organizações 
das tendas e materiais, objetos de sorteio, prêmios e o material necessário para 
realizar jogo e a brincadeira; Ex “Jogo da Pescaria” providenciar caixa grande 
com areia para colocar os peixes numerados, caniço e anzol; brindes Outro 
exemplo a “Brincadeira do saco”, necessário os sacos, prêmio para o 
vencedor.
7) Equipe dos comes e bebes - pessoas encarregadas na confecção das 
guloseimas juninas,arrecadação de doações, compra dos produtos, doces e 
vendas.
Tipos de Comes e bebes
Como a festa é ligada a colheita, não poderá faltar a mesa do ciclo junino, 
uma culinária específica: quentão, suco de vinho, pinhão, bolo de milho, 
batata-doce assada, em calda ou doce seco, amendoim torrado, pé-de-moleque, 
pipoca, canjica, bolos e pães de aipim, batata, batidos, doces secos de abóbora, 
figo, ambrosia, arroz-doce, paçocas e tudo que podemos servir na festa gaúcha, 
procurando dar prioridade as plantas cultivo de inverno.
Jogos e Brincadeiras
1) Dança da batata
O casal que conseguir dançar uma música inteira equilibrando uma batata 
entre as duas testas, ganha um a prenda.
2) Dança do bastão ou da vassoura
Recreação coreográfica em que um dos participantes dança com o bastão ou a 
vassoura e em determinado momento encontra o par e deixando o bastão
3) Corrida da Colher
Competição que consiste em transportar um ovo cosido em uma colher dentro 
de uma raia, vencedor ganha prenda o perdedor paga uma prenda.
4) Rodas Cantadas
Muitas são as cantigas de roda, que poderão ser feitas coreografias. Ex.: 
Pai Francisco, Viuvinha, Terezinha de Jesus, Ciranda Cirandinha...
5) Jogo da lata
Colocam-se latas agrupadas em forma de andares e joga uma bola feita de 
meia. O que derrubar mais latas na jogada, tem o maior número de pontos. O 
prêmio é sempre anunciado antes do jogo.
6) Jogo casa do ratinho
Colocam-se seis casinhas numeradas em forma de círculo. O participante 
aposta no número da casinha que o ratinho poderá entrar, quando largado no meio 
do círculo. Se acertar o número apostado, ganha o brinde anunciado antes do 
jogo.
7) Jogo a argola
O procedimento é semelhante ao joga de lata, substituindo por garrafas que 
são argoladas pelo jogador.
8) Jogo boca do palhaço
Faz-se um palhaço com a boca bem saliente e com uma bola de meia o jogador 
tenta três vezes encaixar a bola na boca. Vencedor é o que colocou a bola mais 
vezes.
9) Brincadeira saco surpresa
Colocam muitos objetos, brindes, brinquedos, mensagens, pegas dentro do 
saco. Paga uma quantia para pegar o brinde colocando a mão sem ver.
10) Colocar lenha na fogueira ou rabo no burro
Apresenta-se uma fogueira ou burro em um cartaz. De olhos vendado deve 
colocar a lasca de lenha na fogueira ou rabo no burro. Quem acertar ganha uma 
prenda.
As regras quanto ao número de jogadas e os valores, prendas e prêmios são 
estabelecidos antes da jogada.
11) Dança da quadrilha
Quadrilha surgiu nos salões da corte francesa, recebendo nome de quadrille, 
mas é de origem inglesa, uma dança de camponeses. Na época da colonização os 
portugueses trouxeram essa dança (vestidos lindos e rodados que, representam as 
riquezas da corte) os passos puxados na língua francesa ou camponesa. A 
quadrilha surgiu em Paris Século XVIII, tendo origem contradança foi introduzida 
no Brasil durante a regência e fez sucesso nos salões brasileiros, Século XIX, 
sede corte. Depois desceu as escadarias do palácio e caiu no gosto do 
povo.