Financiado pelo Pró-Cultura RS – FAC, o
projeto "Garimpo das Artes Artesanais RS: saberes e fazeres", ouviu
mais de 100 artesãos de 27 municípios gaúchos que trabalham com o
artesanato indígena, quilombola, tradicional e de referência cultural e
que na sua maioria vivem do ofício. O perfil da maioria é composta
por mulheres acima de 35 anos e que vivem na zona rural.
A
gestora cultural e pesquisadora Letícia de Cássia lançou no auditório
do Memorial do Rio Grande do Sul, a publicação digital do projeto "Garimpo das Artes Artesanais RS: saberes e fazeres".
Financiado
pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o projeto é uma ferramenta para a
gestão da cultura no Estado e contempla em um mesmo momento a
pesquisa, o mapeamento e a formação de grupos em regiões
descentralizadas culturalmente, as quais existem pouco ou não possuem
estruturas culturais.
Durante
quatro meses, Letícia e a educadora popular Marly Cuesta percorreram
dez Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul
(Coredes), representados por 27 cidades gaúchas. "A ideia é dar
visibilidade ao trabalho dos artesãos, favorecendo a criação de uma nova
ferramenta de gestão cultural", disse a pesquisadora.
O
Rio Grande do Sul tem uma grande diversidade de artesanato devido à
mescla de grupos étnicos que viveram e vivem na região e que
atravessaram continentes em busca de um futuro melhor. A relação desses
povos imigrantes com os povos tradicionais habitantes da terra
proporcionou uma rica cultura viva que hoje compreende a cultura
rio-grandense.
A
possibilidade de cultivar a terra e explorar a matéria-prima local
extraída da natureza deu mais força ao trabalho artesanal que
primeiramente, era destina às utilidades domésticas e, posteriormente,
estendeu-se para o comércio e sobrevivência desses grupos. Do passado
para o presente foram grandes transformações, indo do rudimentar ao
contemporâneo e o que devemos buscar para o futuro é, talvez, o
reconhecimento desse trabalho artesanal como base da cultura gaúcha.
Sobre a pesquisa:
-
Mais de 100 artesãos entrevistados que trabalham com o artesanato
indígena, quilombola, tradicional e de referência cultural;
- Mais da metade dos artesãos de artesanato ancestral está na zona rural do Estado;
-
O perfil da maioria dos artesãos do artesanato tradicional é composto
por mulheres acima de 35 anos e que vivem na zona rural do Estado;
- Quase a metade dos artesãos entrevistados tem ensino fundamental incompleto;
-
Metade dos entrevistados tem contato com as políticas públicas do
artesanato no Rio Grande do Sul, através do acesso ao Programa Gaúcho
do Artesanato, porque fez cadastro e tem a carteira;
- A grande maioria trabalha com matéria-prima de fios e fibras naturais que ela mesma cultiva;
- A maior parte das vendas é realizada em feiras e pontos de venda.
Confira o livro Garimpo das Artes acessando http://www.garimpodasartes.art.br/publicacao-digital/
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