Movimento Tradicionalista Gaúcho completa 49 anos
O 
Movimento Tradicionalista Gaúcho completou, no dia 28 de setembro, 49 
anos de fundação. Atualmente a entidade congrega a absoluta maioria das 
entidades tradicionalistas presentes no Rio Grande do Sul e é referência
 e também produtora de estudos e pesquisas que procurem manter vivos os 
usos, costumes, memória histórica e cultural do Estado e do simbolismo 
do gaúcho.
Para 
comemorar a data, será realizada festividade no dia 31 de outubro, em 
Camaquã, no CTG Camaquã. O evento dará início às comemorações do 
cinquentenário da entidade, presidida atualmente por Manoelito Savaris. 
Algumas das atrações são a entrega de títulos aos conselheiros 
honorários e beneméritos, bem como a realização da Comenda João de Barro
 e entrega da Medalha Barbosa Lessa, que adotou Camaquã como cidade 
farroupilha. Também haverá encontro da ORCAV – Ordem dos Cavaleiros do 
Rio Grande do Sul.
Segundo Manoelito Savaris, a entidade, com um pé no passado, está plenamente preparada para o futuro. Veja entrevista.
Existem
 no Rio Grande do Sul 1676 entidades filiadas ao Movimento e mais 
algumas não filiadas. A que se deve esse sucesso de adesão?
Savaris -
 O tradicionalismo gaúcho possui um modelo organizacional que favorece 
ao convívio entre gerações. Pais e filhos convivem pacificamente, sem 
conflitos, nos CTGs. Além disso, o foco na história e na tradição gaúcha
 é sempre motivo de orgulho e auto-estima face à forma como o estado foi
 constituído, seja geograficamente seja socialmente.
Em 
tempos de mudanças tão rápidas, em tecnologia, economia, valores, 
sociedade, como tem sido o desafio de cultuar a cultura regional?
Savaris -
 É claro que a velocidade da comunicação e as inúmeras oportunidades 
culturais disponíveis a partir dessa velocidade e da globalização nos 
impõe desafios. Estes desafios estamos superando com a oferta de 
oportunidade aos jovens, especialmente, de se realizarem de encontrarem 
no meio tradicionalista “a sua turma”.  Atualmente temos mais adeptos 
jovens – menos de 30 anos – do que pessoas de mais idade. Seguimos os 
ensinamentos de Tolstoi: “se queres ser universal, cante a tua aldeia”.
O 
MTG tem por missão cuidar de algo que é patrimônio de todos os gaúchos: 
sua história, seu folclore, sua cultura. Ao mesmo tempo, enquanto 
instituição, é uma espécie de clube, com suas próprias regras, 
normativas etc, definidas somente pelos associados. Como em sido o 
diálogo com a sociedade, nesse sentido?
Savaris -
 A nossa preocupação é atender bem e oferecer ambiente adequado aos que 
desejam ser associados. Nossa comunicação com a sociedade se faz 
principalmente pelos eventos que realizamos e na relação de cada 
associado no seu ambiente social e de trabalho. Não temos a preocupação 
de justificar ou dar explicações sobre os nossos métodos e regras para 
quem não faz parte do Movimento.
Na sua opinião, quais tem sido os principais méritos do Movimento nestes anos todos de existência?
Savaris:
- ter resgatado a música regional;
- ter resgatado e valorizado manifestações folclóricas importantes como a dança;
- ter 
criado um Grande sistema, sólido, disciplinado e hierarquizado através 
do qual conseguiu valorizar e fortalecer a identidade cultural regional.
- ter 
servido de “escola”, de referência moral e ética, de ambiente para 
encontros sadios e parcerias edificantes para milhares de jovens ao 
longo destes 70 anos de tradicionalismo e 49 anos de MTG.
Para o futuro, quais são os planos?
Savaris -
 Manter a linha adotada até hoje, não transigindo, não tergiversando 
sobre aspectos fundamentais da tradição e mantendo a estrutura em 
funcionamento readaptada para os tempos de dificuldade econômica e de 
crise social, ética e política pela qual passa a sociedade brasileira.
O que o Movimento tem de diferente hoje, comparando a quando iniciou suas atividades?
Savaris -
 A tradição não é dogma. Ou seja, ela se modifica e se adapta. A 
tradição que hoje nos pauta é diferente daquela que pautou os primeiros 
tradicionalistas. A diferença está em algumas práticas e em alguns 
fazeres. No fundamento não há diferença, tanto que a Carta de Princípios
 é a mesma adotada há 55 anos passados.
Em que medida podemos dizer que o Movimento é responsável por este orgulho que o gaúcho tem de ser gaúcho?
Savaris - Não temos como aquilatar isso, mas o sentimento que temos é de que temos boa parte de contribuição nessa questão.
 


 
 
