Reunindo mestres do Maracatu e do Cavalo Marinho de Pernambuco e representantes do povo indígena Guarani, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido nesta quarta-feira, dia 03 de dezembro de 2014, aprovou o registro do Maracatu Nação, Maracatu Rural e Cavalo-Marinho, de Pernambuco, e da Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani, que se localiza no Sítio São Miguel das Missões (RS). O Maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de Baque Virado, com a grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana de Recife, é uma forma de expressão que apresenta um conjunto musical percussivo e um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval. No cortejo estão personagens que acompanham a corte real, como o séquito do rei e da rainha do Maracatu Nação e outras figuras, entre elas as baianas, os orixás, as calungas – bonecas negras confeccionadas com madeira ou pano, consideradas ícone do fundamento religioso e marco identitário dos maracatus nação. Os grupos são compostos majoritariamente por negros e negras e carrega elementos essenciais para a memória, a identidade e a formação da população afro-brasileira. O maracatu de baque solto, maracatu de orquestra, maracatu de trombone, maracatu de baque singelo ou Maracatu Rural ocorre durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa. É composto por dança, música, poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da Mata, também tem apresentações na Região Metropolitana do Recife e outras localidades. Esta herança imaterial é revelada em gestos, performances, nos pantins de caboclos e dos arreiamás, na dança das baianas, nas loas dos mestres, nas indumentárias vestidas pelos folgazões. A expressão do Maracatu Baque Solto está tanto na sua musicalidade, um tipo de batuque ou baque solto, como por seus movimentos coreográficos e indumentária dos personagens e pela riqueza de seus versos de improviso. O aspecto sagrado/religioso/ritualístico é presente no folguedo durante todo o ano, durante os ensaios e sambadas, dando à manifestação a característica de ser o segredo do brinquedo, tão caro a seus detentores. O Cavalo-Marinho é uma brincadeira popular envolvendo performances dramáticas, musicais e coreográficas é o que caracteriza o Cavalo-Marinho, apresentado durante o ciclo natalino. Ceus brincadores são, em geral, trabalhadores da Zona da Mata, mas também ecoa na região metropolitana de Recife e de João Pessoa (PB), entre outras localidades. No passado, era realizado nos engenhos de cana-de-açúcar e seu conhecimento é transmitido de forma oral. Durante a apresentação são representadas as cenas do cotidiano e do mundo do trabalho rural, com variado repertório musical, poesia, rituais, danças, linguagem corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo (que dá nome à brincadeira). Contém ainda louvação ao Divino santo Rei do Oriente e possui momentos em que há culto à Jurema Sagrada. A Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani se localiza no Sítio São Miguel das Missões (RS). Para o povo Guarani, a Tava é de suma importância por ser o local onde viveram seus antepassados. É também um lugar de referência por ser um espaço vivo que articula concepções relativas ao bem-viver, integra narrativas sobre a trajetória deste povo e é diariamente vivenciada como lugar de atividades diversas e de aprendizado para os jovens. Estar na Tava aciona dimensões estruturantes e afetivas na vida social e na memória dos Guarani-Mbyá, promovendo sentimentos de pertencimento e identidade. Enquanto patrimônio cultural, a Tava converge significados e sentidos atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio histórico que abriga os remanescentes da antiga Redução Jesuítico-Guarani de São Miguel Arcanjo. O sítio histórico foi tombado pelo Iphan em 1938 e declarado patrimônio da humanidade, pela Unesco, em 1983. Pautas A 77ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio também analisará, no dia 04 de dezembro, a proposta de tombamento da Coleção Geyer, do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), do Acervo do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG) e do Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja, de Cachoeira (BA). O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros que representam instituições como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais 13 representantes da sociedade civil, com conhecimento nos campos de atuação do Iphan. Serviço 77ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural Dias: 03 e 04 de dezembro de 2014 Horário: 9h às 18h Local: Sede do IPHAN SEPS 713/913 Bloco D – Ed IPHAN – Asa Sul - Brasília – DF Mais informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação IPHAN comunicacao@iphan.gov.br Iris Santos – iris.santos@iphan.gov.br Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br Isadora Fonseca – isadora.fonseca@iphan.gov.br Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br (61) 2024-5461 / 2024-5479/ 2024-5459 / 9381-7543 www.iphan.gov.br www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr www.youtube.com/IphanGovBr |
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