O monumento Gaúcho Oriental, presente do Uruguai ao Rio Grande do Sul no 
centenário da Revolução Farroupilha, foi transferido na manhã desta 
quarta-feira, 20, para um local de maior destaque dentro do Parque Farroupilha 
(Redenção). A escultura do uruguaio Frederico Escalada agora está entre o 
chafariz e o Monumento ao Expedicionário, por onde circula maior quantidade de 
frequentadores. A transferência marca o fim da segunda edição do projeto 
Construção Cultural, parceria entre a prefeitura e o Sindicato da Indústria da 
Construção Civil (Sinduscon-RS).
Em tamanho natural e fundida em bronze, a escultura com sete toneladas foi 
removida da área onde estava, em frente ao Viaduto Imperatriz Leopoldina, na 
avenida João Pessoa, com um caminhão guindaste, e depois transportada e colocada 
no novo espaço. O prefeito José Fortunati acompanhou o processo e explicou os 
motivos da transferência. “Esse é um dos monumentos mais importantes da cidade. 
Estava em um local de pouca visibilidade e suscetível a vandalismos. Estamos 
proporcionando um convívio mais próximo dos cidadãos com esta obra de arte”, 
disse Fortunati.
A transferência da escultura, orientada e fiscalizada pelo engenheiro Bruno 
Marantes, também foi acompanhada pelo coordenador da Memória Cultural de Porto 
Alegre, Luiz Antonio Custódio, e pela arquiteta e restauradora Verônica Di 
Benedetti, que está coordenando a recuperação dos monumentos. No novo local, foi 
sobreposta à base e colada com adesivo de alta resistência. 
O vice-presidente do Sinduscon-RS, Zalmir Chwartzmann, destacou que a 
iniciativa tem exatamente este objetivo, devolver à cidade importantes 
monumentos restaurados e aproximar as obras do convívio com a população. “O 
projeto também ganhou o apoio da população e o patrocínio de outras empresas. 
Nesta etapa, restauramos 20 monumentos do Parque Farroupilha, em 2015 entregamos 
outros 12”, ressaltou Chwartzmann. 
Construção Cultural – O projeto foi possível graças a um 
acordo entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Ministério Público, com a parceria 
do Sinduscon-RS. Além do Gaúcho Oriental, as esculturas contempladas nesta etapa 
foram o Monumento em Homenagem ao Esporte, Busto Luis Englert, Herma Alberto 
Bins, Marco Contra as Armas de Brinquedo, Busto Jaime Pereira da Costa, 
Monumento a João Wesley, Monumento a Assis Brasil, Monumento Francisco Brochado, 
Monumento Imperatriz Leopoldina, Busto José Fainca Lubianca, Totem José 
Bonifácio, Marco Exposição Farroupilha, Busto Almirante Tamandaré, Busto Duque 
de Caxias, Busto Mascarenhas de Moraes, Busto Santos Dumont, Marco com as 
designações do Parque Farroupilha, Marco Centenário da Redenção dos Cativos e 
Marco de Inauguração do novo sistema de iluminação do parque.
Os monumentos tiveram as pichações removidas e receberam aplicação de 
produto antigrafitagem para prevenir novas marcas. As peças artísticas em bronze 
existentes nos monumentos foram replicadas em resina imitando o material. Já as 
placas em bronze com identificação e frases que foram roubadas foram 
reproduzidas em placas de granito em alto relevo. 
Gaúcho Oriental – A obra retrata um peão com pose 
espontânea e natural e também um trabalhador anônimo. Por isso, é considerada 
uma exceção na estatuária pública. Embora não tenha sido o primeiro gaúcho a ser 
representado na escultura local ao ar livre, essa estátua chegou a representar o 
espírito telúrico das tradições gaúchas e suas relações com a terra nativa, para 
aqueles que passaram a formar mais adiante o Movimento Tradicionalista 
Gaúcho.
Destacam-se duas características: é um gaúcho que usa chiripá em vez da 
bombacha (a vestimenta mais conhecida do gaúcho estereotipado) e o artista se 
“incluiu” na escultura de uma maneira peculiar pois modelou uma letra “E” na 
fivela do tirador. Esse mesmo gaúcho possui um “irmão gêmeo”, ou seja, uma outra 
estátua retratando o mesmo gaúcho, também de autoria de Escalada, em Montevidéu. 
A obra que está lá se chama El Peón de Estância.
/cultura /monumentos
Texto de: Melina 
Fernandes
Edição de: Isabel Cristina Kolling Lermen
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
Edição de: Isabel Cristina Kolling Lermen
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
 
 
 
