Há pouco mais de um mês a frente da
Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), Jessé Oliveira, está finalizando a
programação do centro cultural para 2017 e 2018, com transformações
significativas sem perder de vista a história que marca a cena cultural do Rio
Grande do Sul.
Para preparar a Casa para os
próximos dois anos, o diretor buscou aproximação com a comunidade cultural,
colegiados setoriais e com o Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de
Diversões do Rio Grande do Sul (SATED). “Nossa gestão é de diálogo para que
todos se sintam parte deste bem público, chamado Casa de Cultura Mario Quintana,
e de transparência e eficiência nas atividades e ocupações de espaços”,
enfatiza.
Segundo Jessé, com planejamento para
médio e longo prazo, está em análise a viabilidade de projeto para captação de
recurso visando a programação permanente em 2018 e 2019. Também foi encaminhado
ao Ministério da Cultura projeto de restauro interno da Casa da Cultura, por
meio da Lei Rouanet.
Programação
Entre as novidades estão
apresentações mensais de grupos de teatro do interior do Estado. “Este foi um
pedido do secretário de Estado da Cultura, Victor Hugo, para dar visibilidade e
fortalecer os grupos de teatro do interior. É um pedido que vem ao encontro do
desejo dos atores, pois apresentar-se na Casa de Cultura Mario Quintana é parte
de uma realização pessoal e profissional”, destaca Jessé Oliveira.
Pegando carona nos ônibus de Porto
Alegre que tem passagem gratuita no último domingo de cada mês, a CCMQ vai
oferecer espetáculos a preço popular (R$ 1). Além de fomentar a cultura, o
diretor da Casa de Cultura aposta na formação de público: “O espetáculo envolve
um trabalho intenso de ensaios e produção, e a plateia é o ente mais
reverenciado no teatro. É para o espectador que todos os esforços dos atores e
da equipe criativa (direção, iluminação, cenografia, figurinos, sonoplastia e
outros) se somam. Oportunizando a circulação e preços promocionais, com muita
persistência, é possível garantir o acesso do público”.
Em sua gestão, Jessé Oliveira quer
trabalhar a transversalidade com outras instituições da Secretaria de Estado da
Cultura, especialmente Instituto Estadual de Música (IEM), Instituto Estadual do
Livro (IEL), Instituto Estadual de Cinema (IECINE) e Instituto Estadual de Artes
Cênicas (IEACEN).
A Casa também está pensando na
diversidade em todas suas dimensões. Um dos projetos mais importantes neste
campo se chamará “Cena Diversa”, iniciando em março com a “Cena Negra”, trazendo
espetáculos, performances, debates e oficinas com realizadores de teatro e dança
negras. A programação seguirá em maio com a “Cena LGBT”, em julho com a “Cena e
Acessibilidade” e, em outubro, com “Cena Miúda”, voltada para infância e
adolescência.
Ainda no campo das cênicas, consta
na programação mensal “A Casa Dança”, um projeto que trará performances com
bailarinos em espaços inusitados, e teatro de rua na Travessa Cataventos.
No segmento musical integram a
programação a retomada do “Quindim do Quintana”, com pockets shows ao
meio-dia; happy hour na Travessa; audição comentada de música erudita,
rock, regional e samba, e, mensalmente, um artista convidado para comentar um
disco ou DVD de variadas modalidades.
Com a Biblioteca Erico Veríssimo,
estão previstas atividades como bate-papo sobre grandes autores e oficinas de
escrita criativa.
Nas artes visuais, oficinas de artes
para crianças na Sapato Florido e oficinas e Exposições do Núcleo de Fotografia,
além de um projeto envolvendo convergência de linguagens artísticas e
performances experimentais. Quanto à memória e acervo, está em andamento a
digitalização de obras para consulta e pesquisa em plataforma digital.