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18 de junho de 2018

Percurso do Negro é tema do Viva o Centro a Pé

18/06/2018 09:32:07

Foto: Fernanda Leal/Divulgação PMPA
O Tambor, na Praça Brigadeiro Sampaio, será o ponto de encontro da caminhada
O Tambor, na Praça Brigadeiro Sampaio, será o ponto de encontro da caminhada
O projeto Viva o Centro a Pé programou para este sábado, 23, um passeio que evoca a presença e a memória cultural dos africanos e descendentes no Centro Histórico. Em lugares marcantes vivenciados pelos negros, foram elaborados objetos de arte representativos, como no Cais do Porto e antigos ancoradouros; no Largo da Quitanda (Praça da Alfândega); no Pelourinho (Igreja das Dores); no Largo da Forca (Praça Brigadeiro Sampaio) e na Esquina do Zaire (avenida Borges de Medeiros com a rua dos Andradas). Esse conjunto de obras constitui o Museu "O Percurso do Negro".

O encontro para a caminhada será no monumento “O Tambor”, na Praça Brigadeiro Sampaio, às 10h. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas pelo telefone (51) 3289 8040, neste e-mail ou neste endereço.

A orientação é do historiador Pedro Rubens Vargas, Técnico de Cultura da Secretaria Municipal da Cultura. A caminhada terá um diferencial, já que Pedro Rubens Vargas, que coordena o passeio, convidou algumas pessoas para destacarem outros pontos de vista. Assim, o arquiteto Luiz Merino irá falar sobre a restauração da Igreja das Dores; na praça da Alfândega, encontraremos Vinícius Vieira, o autor da Pegada Africana; no Mercado Público, a arquiteta Dóris Oliveira, que trabalhou na restauração do Mercado, vai compartilhar olhares técnicos e históricos com Pedro Vargas. O passeio conclui no Largo Glênio Peres, no painel em azulejos de autoria de Pelópidas Thebano.

Roteiro
- A caminhada começa no local onde, no início da colonização da Capital, era chamado de Largo da Forca, por ser onde se enforcavam escravizados acusados de roubo ou furto. Em seguida, haverá visita à Igreja das Dores, em frente à qual ficava o Pelourinho, lugar de punição dos escravizados. Na sequência, o roteiro segue na Praça da Alfândega, onde está a Pegada Africana, depois seguirá até a Esquina do Zaire (hoje Esquina Democrática), por fim, ele será concluido com uma caminhada no ponto central do Mercado Público, onde está assentado o Bará do Mercado, emanando dali a sua energia.

Trajeto e destaques

“O Tambor” – Lugar onde começa a caminhada. O monumento marca o local que no início da colonização da Capital era chamado de Largo da Forca, por ser onde se enforcavam escravizados acusados de roubo ou furto. (Praça Brigadeiro Sampaio, no início da rua dos Andradas, próximo ao Museu do Trabalho)
Átrio da Igreja das Dores - O Pelourinho, lugar de punição de escravizados, ficava em frente à igreja. Segundo a lenda, um escravo condenado à morte por roubo rogou uma praga: a construção da igreja se arrastaria pelo tempo
Monumento "Pegada Africana" - Praça da Alfândega, autoria Vinícius Vieira
Esquina do Zaire (Esquina Democrática)
Monumento "Bará do Mercado" - Mercado Público - Ponto para conhecer um pouco mais sobre as religiões de matriz africana
Monumento "Painel Afrobrasileiro" - Largo Glênio Peres, autoria de Pelópidas Thebano

Pedro Rubens Vargas - Graduado em História e Administração, é mestre em Planejamento Urbano e Regional, com pós-graduação em Museologia. Técnico de Cultura da Secretaria Municipal da Cultura, foi membro do projeto Monumenta e PAC das Cidades Históricas; é um dos idealizadores do Museu de Percurso do Negro e, com a antropóloga Michele Cirne, autor do projeto junto à Petrobras Cultural que possibilitou o registro da Tradição Bará do Mercado como Patrimônio Imaterial da Cidade. Autor do livro "A relação patrimonial" na restauração de bens culturais - o Mercado de Porto Alegre e os caminhos invisíveis do negro.




/viva_o_centro
Texto de: Cleber Saydelles
Edição de: Denise Righi
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.