Ahmed Basiony – Egito
VIDEO INSTALAÇÃO exposta na Bienal de Veneza em 2011 é apresentada agora na Galeria Iberê Camargo. A curadoria audaciosa trouxe polêmica ao apresentar a obra do artista e ativista político Ahmed Basiony assassinado nos conflitos do Cairo.[Presença do curador executivo na bienal: El Noshokaty]
_______VIDEO INSTALAÇÃO exposta na Bienal de Veneza em 2011 é apresentada agora na Galeria Iberê Camargo. A curadoria audaciosa trouxe polêmica ao apresentar a obra do artista e ativista político Ahmed Basiony assassinado nos conflitos do Cairo.[Presença do curador executivo na bienal: El Noshokaty]
Basiony foi um dos artistas contemporâneos mais importantes do Egito. Quando sua vida chegou ao fim aos 32 anos de idade, Basiony imediatamente se transformou em um símbolo de inspiração para os egípcios, determinados a ver sua nação livre da repressão. Um homem que morreu por seu país; um artista prestigiado pela sua coragem e amor, Basiony gerou admiração entre seus amigos, colegas e alunos, que tinham orgulho de aprender com a sua vida, e estavam prontos a se entregar à causa que ele defendeu naquele fatídico dia.
No ano anterior à revolução, Basiony havia realizado um projeto
chamado 30 Dias Correndo sem sair do Lugar, durante o qual o
artista vestia um traje de plástico com sensor embutido, projetado por ele, para
medir o quanto ele transpirava e quantos passos dava em uma hora diária de
corrida ao longo de um período de trinta dias. Os dados foram transferidos via
wireless para uma grande tela que apresentava uma tabela de cores que mudava de
acordo com o consumo de energia e produção de suor.
O projeto tinha a intenção de representar a inutilidade em termos de ganhos dos trinta anos sob o regime de Mubarak, apenas um desperdício de energia. Sua obra foi uma das primeiras de uma nova geração de jovens artistas egípcios, que usam suas obras para articular sobre as condições políticas, econômicas e sociais que a sociedade egípcia teve de aguentar sob o governo opressor.
“Não há controvérsia quanto ao talento único que Basiony tinha enquanto artista, professor, músico e revolucionário. Seu talento se desenvolvia implacavelmente em todas as direções. Ele foi uma das pessoas mais dedicadas tanto ao seu talento quanto a seus alunos. E em âmbito pessoal, ele foi uma das pessoas mais amáveis, gentis e carismáticas que já conheci. Talvez você não esteja conosco em pessoa hoje, mas você estará em nossos corações e mentes para sempre. Descanse em paz, nosso querido irmão.”
Shady El Noshokaty,
O projeto tinha a intenção de representar a inutilidade em termos de ganhos dos trinta anos sob o regime de Mubarak, apenas um desperdício de energia. Sua obra foi uma das primeiras de uma nova geração de jovens artistas egípcios, que usam suas obras para articular sobre as condições políticas, econômicas e sociais que a sociedade egípcia teve de aguentar sob o governo opressor.
“Não há controvérsia quanto ao talento único que Basiony tinha enquanto artista, professor, músico e revolucionário. Seu talento se desenvolvia implacavelmente em todas as direções. Ele foi uma das pessoas mais dedicadas tanto ao seu talento quanto a seus alunos. E em âmbito pessoal, ele foi uma das pessoas mais amáveis, gentis e carismáticas que já conheci. Talvez você não esteja conosco em pessoa hoje, mas você estará em nossos corações e mentes para sempre. Descanse em paz, nosso querido irmão.”
Shady El Noshokaty,
Último status publicado no Facebook de Basiony:"Por favor, Ó Pai, Ó Mãe, Ó Jovem, Ó Estudante, Ó Cidadão, Ó Sênior, e Ó demais. Vocês sabem que esta é nossa última chance de dignidade, a última chance de mudar o regime que durou pelos últimos 30 anos. Saiam às ruas, e se revoltem, tragam sua própria comida, suas roupas, sua água, máscaras e lenços, e uma garrafa de vinagre, e acreditem em mim, falta apenas um pequeno passo... Se eles querem guerra, nós queremos a paz, e eu vou praticar a contenção adequada até o fim, até a dignidade da minha nação se restaurar."