Sete ambientes contam no Parque Gaúcho, em Gramado, trajetória de índios e estancieiros
Um dos ambientes resgata costumes dos índios charruas, os primeiros a habitarem os pampas do Sul Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Vanessa Franzosi
Originado da miscigenação de europeus com indígenas, o gaúcho tem sua história de formação pouco conhecida, mas que ganha um cenário para ser descoberta a partir de hoje. A trajetória do povo que habitou os pampas do Sul – hoje Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai –, agora também é contada em um santuário no Parque Gaúcho, em Gramado.
Sete ambientes com peças e materiais originais, embasados na história pouco registrada em livros, revelam detalhes e curiosidades do cotidiano dos índios guaranis e charruas, dos primeiros estancieiros e como se divertiam com jogos, chimarrão e churrasco.
— As habitações dos índios e estancieiros eram muito primitivas e revelam as influências de um povo na cultura do outro — explica o pesquisador Rodrigo Schlee, um dos responsáveis pelo resgate histórico.
As peças que retratam a formação antropológica do gaúcho também estão em exposição no memorial do parque, mas contextualizadas em cenários, inclusive com casas, tornando possível ter um melhor entendimento de como era a vida entre os séculos 17 e 18.
A inauguração do santuário será às 17h de hoje. O espaço estará aberto diariamente das 10h às 17h. Os ingressos custarão R$ 20 para adultos, R$ 17 para crianças a partir de dois anos e R$ 10 para quem tiver mais de 60 anos. Mais informações pelo telefone (54) 3421-0800.
Atrações do santuário
A morada Guarani
Os guaranis tinham residência fixa, com ocas feitas de capim santa fé. Plantavam mandioca e erva-mate. Deram origem ao costume do chimarrão, que era consumido frio. A água quente foi hábito trazido pelos imigrantes, que tomavam muito chá. O trabalho artesanal era outra característica deles.
As tolderias charruas
Os charruas foram os primeiros a habitar os pampas do Sul. Eram nômades e adotaram costumes dos portugueses e europeus. O mais marcante é o uso do couro dos bois, inclusive para montar cabanas e fazer panelas. A pilcha gaúcha teve origem no pala de couro e nas botas feitas por esses índios.
As primeiras estâncias
As moradas primitivas dos chefes militares portugueses e espanhóis eram erguidas com leivas, cobertas com capim santa fé. Havia couro nas portas, janelas, cama e utensílios. Ao redor da casa havia mangueira para tratar animais, forno de cupinzeiro e cassimba – o poço de água.
A capela de 1771
Réplica de uma capela de 1771, do pampa de Olaen, em Córdoba, na Argentina, a capela representa a devoção católica dos estancieiros. A construção data do mesmo ano em que se tem o primeiro registro escrito da palavra ‘gaúcho’, feito por um militar no Uruguai solicitando reforço, pois estava cercado por gaúchos.
Jogos e diversão
Uma espécie de bar, as antigas pulperias eram ponto de encontro dos peões. Eles tomavam Jinebra, uma bebida holandesa, vinho e rum. Também jogavam o jogo do osso, cujo objetivo era fazer o osso coberto por placas de ferro cair com a parte onde havia um S, de sorte, para cima. Com a chegada dos alemães, eles também começaram a jogar bocha. Nas estâncias, a diversão era ficar em torno do fogo de chão, onde tomavam chimarrão e assavam churrasco.
Sete ambientes com peças e materiais originais, embasados na história pouco registrada em livros, revelam detalhes e curiosidades do cotidiano dos índios guaranis e charruas, dos primeiros estancieiros e como se divertiam com jogos, chimarrão e churrasco.
— As habitações dos índios e estancieiros eram muito primitivas e revelam as influências de um povo na cultura do outro — explica o pesquisador Rodrigo Schlee, um dos responsáveis pelo resgate histórico.
As peças que retratam a formação antropológica do gaúcho também estão em exposição no memorial do parque, mas contextualizadas em cenários, inclusive com casas, tornando possível ter um melhor entendimento de como era a vida entre os séculos 17 e 18.
A inauguração do santuário será às 17h de hoje. O espaço estará aberto diariamente das 10h às 17h. Os ingressos custarão R$ 20 para adultos, R$ 17 para crianças a partir de dois anos e R$ 10 para quem tiver mais de 60 anos. Mais informações pelo telefone (54) 3421-0800.
Atrações do santuário
A morada Guarani
Os guaranis tinham residência fixa, com ocas feitas de capim santa fé. Plantavam mandioca e erva-mate. Deram origem ao costume do chimarrão, que era consumido frio. A água quente foi hábito trazido pelos imigrantes, que tomavam muito chá. O trabalho artesanal era outra característica deles.
As tolderias charruas
Os charruas foram os primeiros a habitar os pampas do Sul. Eram nômades e adotaram costumes dos portugueses e europeus. O mais marcante é o uso do couro dos bois, inclusive para montar cabanas e fazer panelas. A pilcha gaúcha teve origem no pala de couro e nas botas feitas por esses índios.
As primeiras estâncias
As moradas primitivas dos chefes militares portugueses e espanhóis eram erguidas com leivas, cobertas com capim santa fé. Havia couro nas portas, janelas, cama e utensílios. Ao redor da casa havia mangueira para tratar animais, forno de cupinzeiro e cassimba – o poço de água.
A capela de 1771
Réplica de uma capela de 1771, do pampa de Olaen, em Córdoba, na Argentina, a capela representa a devoção católica dos estancieiros. A construção data do mesmo ano em que se tem o primeiro registro escrito da palavra ‘gaúcho’, feito por um militar no Uruguai solicitando reforço, pois estava cercado por gaúchos.
Jogos e diversão
Uma espécie de bar, as antigas pulperias eram ponto de encontro dos peões. Eles tomavam Jinebra, uma bebida holandesa, vinho e rum. Também jogavam o jogo do osso, cujo objetivo era fazer o osso coberto por placas de ferro cair com a parte onde havia um S, de sorte, para cima. Com a chegada dos alemães, eles também começaram a jogar bocha. Nas estâncias, a diversão era ficar em torno do fogo de chão, onde tomavam chimarrão e assavam churrasco.
ZERO HORA