De: Zero Hora
Município terá 10 dias úteis, após receber notificação, para apresentar quais medidas tomará
Diante de possíveis irregularidades no uso do auditório Araújo Vianna, o Ministério Público de Contas (MPC) e a Procuradoria de Defesa do Patrimônio do Ministério Público fizeram recomendações à prefeitura de Porto Alegre.
No documento, os órgãos apontam suposto descumprimento de cláusulas do termo de permissão de uso do espaço, firmado entre a Secretaria Municipal de Cultura e aOpus Promoções.
As recomendações 
incluem a adoção de providências em relação à empresa, como impedir a 
utilização do auditório para atividades expressamente vedadas — como 
políticas e sindicais, por exemplo —, fiscalizar o uso correto da 
nomenclatura tombada pelo patrimônio histórico e cultural, e 
compartilhar a ocupação das salas.
Outra sugestão é que o
 município instaure procedimento administrativo para apurar 
responsabilidades sobre o descumprimento do termo e que, até isso 
ocorrer, não faça qualquer pagamento à empresa por manutenção, 
conservação, limpeza, segurança interna e externa, entre outros.
Também é citada no 
documento a recomendação para que se observe a reserva mínima de datas 
para a realização de eventos para atividades da prefeitura, incluindo-se
 finais de semana — e dando a devida publicidade, cumprindo os 
princípios da finalidade pública e da supremacia do interesse público 
sobre o particular.
Os órgãos ressaltam, 
ainda, que o não cumprimento de qualquer um dos itens recomendados 
configurará atos de improbidade administrativa, bem como irregularidade 
passível de parecer pela rejeição das contas, inclusive com ingresso de 
ações judiciais.
Município terá 10 dias úteis, após receber notificação, para apresentar quais medidas tomará
Em julho, uma representação encaminhada pela vereadora Sofia Cavedon (PT)
 apontou que a administração do local descumpre o contrato firmado entre
 o poder público e a empresa em 2007, que garantiu a reforma do 
auditório em troca da autorização de uso pela Opus. O documento indica 
que o espaço estaria sendo alugado indevidamente a outros 
empreendimentos e oferecendo menos atrações públicas do que o previsto.
O município terá 10 dias úteis, a 
partir do recebimento das recomendações, para apresentar que medidas 
administrativas serão determinadas para atender as sugestões.
Nenhum representante da prefeitura foi 
localizado na noite de quarta-feira para comentar o assunto. Em julho, 
no entanto, o secretário municipal de Cultura, Roque Jacoby, disse que o
 acordo com a Opus permitiu a reforma e reabertura do auditório após 
sete anos fechado. Na época, no entanto, ele frisou que, em vez dos 
cerca de R$ 7 milhões previstos, teriam sido gastos R$ 18 milhões pela 
empresa. 
Representantes da Opus também não foram
 localizados pela reportagem. Em julho, a empresa disse que não se 
manifestaria sobre o assunto por não ter recebido nenhuma notificação 
oficial.
 
 
 
