Agora que terminou o embrólio entre o Internacional e a construtora Andrade Gutierres eu pego a pensar: O que nós temos, em se tratando de tradicionalismo, para mostrar aos milhares de turistas que virão a Porto Alegre para a Copa do Mundo?
Esse evento é uma porta escancarada para estamparmos ao mundo os nossos costumes mas, estruturado, não temos nada!
a) Por absurdo que pareça, não temos um bar em que os visitantes possam ouvir uma música gauchesca. O Província está a venda e o Buteco Tchê virou churrascaria (que saudades dos tempos do Recanto do Tio Flor e da Pulperia).
b) Não temos uma peça teatral que conte um pouco da nossa história.
C) Não temos um grupo folclórico que possa ser utilizado em apresentações.
d) Não temos um museu que concentre e retrate o existir do gaúcho.
e) Não temos um PROJETO CULTURAL que demonstre nossas tradições e nosso folclore nesta verdadeira vitrine mundial que é a copa.
f) Não temos ninguém, a nível de governo (exceção de Rodi Borghetti), que defenda os interesses do tradicionalismo. Nossos secretários de cultura, tanto estadual como municipal, não estão nem aí para a gauchada.
Mas tem um detalhe: Quem vem ao Rio Grande quer ver e ouvir sobre o Rio Grande. Quem quer samba vai ao Rio, quem quer frevo vai à Pernambuco, quem quer capoeira vai à Bahia e lá, com certeza, encontrarão.
Nossa história riograndense está resumida a duas ou três churrascarias com gente estilizada dançando. E quem gosta de almoçar vendo alguém dançando? Eu não...
Ao que parece, o projeto do vereador Bernardino Vendrusculo de erguer, no Parque da Harmonia, aos moldes do Acampamento Farroupilha, uma cidade temática onde os visitantes pudessem conhecer de tudo um pouco de nossas tradições, com o perdão da palavra, foi para o beleléu. E assim caminha nossa gaúcha Porto Alegre, que amanhã faz 240 anos.
Vamos lá, minha gente. Vamos se mexer pois, se não, o cavalo passa encilhado e nós ficamos tropeando moscas.