1aRODA
03 E 04 DE ABRIL DE 2012
RODADA DE DEBATES SOBRE ARTE
INSCRIÇÕES PODEM SER FEITAS PELO E-MAIL
RODAINSCRICOES@GMAIL.COM
NOVAS REFLEXÕES SOBRE ARTE
A 1a Rodada de Debates sobre Arte se propõe a investigar o cenário artístico contemporâneo a partir de uma série de conferências ministradas por profissionais cujo trabalho se destaca em frentes de atuação diversas. Acadêmicos, curadores, críticos, artistas, jornalistas e galeristas, nossos convidados gozaram de plena liberdade para a escolha dos temas de suas palestras, uma vez que o projeto se destina, justamente, à apresentação de novas reflexões sobre o mundo da arte.
Partindo de uma composição heterogênea de conferencistas, a rodada de debates privilegia o encontro de profissionais cujas trajetórias sinalizam novos horizontes para a arte nacional e internacional. Nesta primeira edição do RODA, o grupo será composto por uma geração que se desenvolveu paralelamente ao processo de globalização, à emergência de artistas oriundos de países periféricos e à crescente absorção da arte pelo mercado e pelas mídias; por outro lado, presenciou o surgimento da arquitetura espetaculosa dos museus, a pletora de bienais e feiras de arte e o que se convencionou chamar de pós-modernidade.
Orientado pelo princípio da diversidade e da autonomia intelectual, o 1a RODA busca aproximar Porto Alegre de profissionais, instituições e centros urbanos que compõem, atualmente, o vasto tabuleiro da atividade artística mundial.
Bernardo José de Souza
Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia
Secretaria de Cultura de Porto Alegre
PROGRAMAÇÃO
DEBATES CONTARÃO COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA
DIA 3 DE ABRIL - SALA P. F. GASTAL
18 HORAS E 30 MINUTOS:
Elaine Tedesco
(artista e professora do Instituto de Artes da UFRGS)
O ARTISTA NO OBSERVATÓRIO
Um observatório é um lugar onde se tem uma visão privilegiada e instrumentalizada sobre um determinado objeto ou tema; tais dispositivos permitem que o observador estabeleça suas estratégias de análise e interpretação. No presente contexto o artista é simultaneamente o observador e o observado.
20 HORAS:
Fabio Cypriano
(crítico de arte do jornal Folha de S. Paulo e professor da PUC/SP)
ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA = DECORAÇÃO DE CASA DE EMERGENTE?
O ciclo econômico positivo que o Brasil atravessa gera uma nova classe média alta, com novas casas e muitas paredes brancas, que se tornou uma nova e importante fonte de compra nas galerias de arte. Com isso, esse mercado de emergentes passou a ser determinante para a constituição da produção nacional que, se nos anos 1960 e 1970 foi marcada pela experimentação, agora virou decoração. Artistas, nesse contexto, acabam submetendo sua produção à demanda das feiras. A questão que resta: existe em algum lugar uma produção que rompa com esse ciclo?
21 HORAS E 30 MINUTOS:
Storm Janse van Rensburg
(curador independente e ex-diretor da Goodman Gallery Cape Town)
IT’S A STRANGE, STRANGE WORLD WE LIVE IN, MASTER JACK*
A palestra consistirá em um breve panorama da arte contemporânea sul-africana no contexto global dos últimos 20 anos, recuperando alguns eventos importantes, como a extinta bienal de Joahannesburg e a mal-sucedida bienal da Cidade do Cabo, além das trajetórias de artistas como William Kentridge e Candice Breitz e seus respectivos impactos na percepção e recepção da arte sul-africana. Também abordará a recente sensação do grupo de zef rap Die Antwoord, em particular a relação entre sua dança desajeitada e a arte contemporânea, entre outras coisas. A discussão se dará no contexto filosófico de Altermodern (como articulado por Nicholas Borriaud) e de Afripolitanism (como articulado por Achille Mbembe).
*Título do único hit internacional da banda sul-africana Four Jacks and a Jill, de 1967.
DIA 4 DE ABRIL - SALA P. F. GASTAL
18 HORAS E 30 MINUTOS:
Gabriela Motta
(curadora do Itaú Rumos/Artes Visuais e crítica de arte)
NOTAS SOBRE A INDIFERENÇA – Arte Contemporânea Enquanto Categoria Institucional
O que se vive na atualidade, em termos de produção, talvez seja uma intensificação dos dilaceramentos e indeterminações perpetradas pelo que se convencionou chamar de arte moderna. A voracidade com que os trabalhos de arte se substituem hoje em dia e a ansiedade por periodizar um momento autorizam instituições e críticos a categorizar uma produção sem especificidade conceitual ou paradigma histórico.
20 HORAS:
Sam McAuliffe
(professor da Goldsmiths/Universidade de Londres)
ADORNO E A APORIA DA AUTONOMIA ESTÉTICA
“A Arte é autônoma e não é”. Para Adorno, a obra de arte inscreve-se em um duplo-vínculo, do qual ela não pode – embora deva – dissociar-se.
Serão examinadas as várias consequências deste duplo-vínculo tal como aparece na teoria estética de Adorno e na arte contemporânea, mais especificamente na obra de Sarah Morris.
21 HORAS E 30 MINUTOS:
Susanne Pfeffer
(curadora-chefe do KW Instituto de Arte Contemporânea)
DESAFIANDO AS CONVENÇÕES DE EXIBIÇÃO DE OBRAS DE ARTE
Discorrerá sobre sua prática profissional, que nasce do intenso diálogo com os artistas e do produtivo intercâmbio de ideias artísticas e curatoriais. A partir deste sempre renovado modo de trabalho e das questões específicas do espaço e do tempo, novas ideias sobre a construção de uma exposição se desenvolvem e convenções sobre a apresentação de obras de arte são desafiadas.