via zero hora:
Por: Nathália Carapeços
O tradicionalismo deixou de ser de
galpão e de fogo de chão para ser universal. É assim que o folclorista Paixão Côrtes,
do alto de seus 89 anos, define o atual momento da tradição gaúcha. De fato, a
cultura transcendeu o CTG para ganhar o Memorial
do Rio Grande do Sul, no centro de Porto Alegre, na
exposição 50 anos do MTG — Tradição e legado. A mostra estará em cartaz até o dia 30 de outubro
e terá uma programação especial com palestras abertas ao público (leia no quadro abaixo).
Organizada pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, a
exposição reúne documentos, painéis, livros e fotografias que resgatam a
história do MTG antes mesmo de sua fundação oficial, em 1966, no congresso
realizado em Tramandaí.
— É a história de uma instituição que levou a nossa
identidade regional para todo o Brasil e mundo afora. Estamos até na China —
conta Nairo Callegaro, presidente do MTG. — Esse resgate é uma forma de nos
aproximarmos da sociedade — completa.
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A tese de Barbosa Lessa aprovada em 1954 no 1º
Congresso Tradicionalista, a carta de princípios de 1961 e as atas originais
dos encontros integram o projeto. Didática, a mostra foi estruturada de forma
acessível ao público distante dos CTGs, como explica Lara Lindenmeyer, uma das
curadoras:
— Pensamos em como apresentar para as pessoas que
não conhecem o trabalho do movimento. Por isso, optamos por uma linha histórica
abordando os principais pontos.
Se a ideia era falar da trajetória do movimento
tradicionalista, um dos nomes que não poderia faltar era o de Paixão Côrtes.
Personagem da cultura gaúcha, o folclorista é lembrado na mostra, claro, mas
foi além: compareceu à abertura da exposição como convidado de honra, discursou
emocionado e foi aplaudido de pé. Sentado e apoiando-se em uma bengala, o quase
nonagenário evocou causos do passado por meio de páginas previamente escritas,
pediu ajuda do filho, Carlos, para ler alguns trechos e, por fim, agradeceu
àqueles que ainda tentam cultivar a herança local. Depois, foi cercado por
prendas e peões que queriam, a todo custo, uma foto com o ídolo.
— É profundamente emocionante porque começamos
muito jovens. Saímos do colégio e fundamos o 35 CTG. Estamos no coração de
Porto Alegre sedimentando aspectos que já se foram e, ao mesmo tempo, abrindo
horizontes para novas conquistas — disse a ZH logo após o evento, entre um
autógrafo e outro.
50
anos do MTG — Tradição e legado
Memorial do Rio Grande do Sul (Sete de Setembro, 1020). De terça a sábado, das 10h às 18h. Domingo e feriado, das 13h às 17h. Até 30/10.
– Painel 50 Anos do MTG: Dia 26 de outubro, às 19h, abordando história, legado e o futuro do Movimento Tradicionalista Gaúcho.
– Painel obras literárias — a importância da cultura regional para identidade do gaúcho: dia 27 de outubro, com o escritor Alcy Cheuiche, às 19h.
Memorial do Rio Grande do Sul (Sete de Setembro, 1020). De terça a sábado, das 10h às 18h. Domingo e feriado, das 13h às 17h. Até 30/10.
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