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8 de março de 2012

Sala P.F. Gastal retoma programação com Festival de Verão

A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) retoma sua programação a partir de 9 de março, integrando o circuito exibidor do 8º Festival de Verão do RS de Cinema Internacional, que se estende até quinta-feira, 15. Entre os destaques da semana, está a mostra dedicada ao cineasta francês François Truffaut, que exibe seis dos longas mais importantes do diretor, em cópias em 35mm.

PROGRAMAÇÃO DE FILMES

Luz, Câmera, Pichação, de Marcelo Guerra, Gustavo Coelho e Bruno Caetano (Brasil, 2011, 102 minutos)
A pichação é uma cultura pouco compreendida no Rio de Janeiro. Contando com a presença apenas de pichadores, o filme revela o que eles têm a dizer, quais suas histórias nunca narradas, seus riscos, seus medos, paixões e grafias. Com cenas de tirar o fôlego, o longa mergulha neste submundo, fazendo o espectador vivenciar aventuras e sentir a adrenalina comum deste movimento que toma a cidade enquanto a maioria dorme. Suspendendo barreiras invisíveis e exibindo o que é obscuro, fica a questão do quanto de pichador há em todos de nós.

Moacir, de Tomas Lipgot (Argentina, 2011, 75 minutos)
Moacir dos Santos veio do Brasil há quase três décadas; depois de tanto tempo já é “brasileiro e argentino”, como ele mesmo diz para um (quase) conterrâneo na embaixada de Buenos Aires. Entretanto, melhor não nos anteciparmos, pois para mover-se dentro da elite, Moacir teve que enfrentar um longo calvário. Desempregado e entregue a diversos excessos, após diagnóstico de esquizofrenia paranóide ele foi internado no Hospital Neuropsiquiátrico Borda, onde passou grande parte da sua estadia em Buenos Aires. Lá, ele conheceu o diretor Tomas Lipgot, que estava trabalhando num outro documentário. É assim que começa a fantástica história de Moacir, que preenche de sentido esse vago conceito do “poder curativo da música”. Após receber a alta hospitalar, com seus 65 anos de idade, Moacir pretende deixar para trás os fantasmas e gravar um CD com músicas de sua autoria que, como ele mesmo, ficaram perdidas durante longos anos. O experiente carimbo do crooner Sergio Pángaro garante o sucesso promissório deste empreendimento. Literalmente, não tem como perder o animado videoclipe dos créditos finais, uma festa como para extravasar no ritmo do samba contagioso que Moacir leva no sangue e que canta e dança como poucos.

Post Mortem, de Pablo Larraín (Chile/México/Alemanha, 2010, 96 minutos)
Chile, setembro de 1973. A história decorre durante os dias do golpe de Estado pelo general Augusto Pinochet contra o Governo de Salvador Allende. Mario Cornejo (Alfredo Castro) é um homem triste e solitário que trabalha numa morgue de Santiago, onde transcreve os relatórios das autópsias. Nancy Puelma (Antonia Zegers), sua vizinha, é uma corista de cabaret que se recusa a envelhecer. Um dia os caminhos de ambos se cruzam e Mario apaixona-se irremediavelmente. Obcecado, segue a vida de Nancy, observando todos os seus passos. Até que, uma manhã, ele encontra a casa dela destruída. É então que, em desespero, passa a procurar o seu rosto em cada cadáver que chega à morgue. Até, finalmente, a encontrar...

No Lugar Errado, de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti (Brasil, 2011, 70 minutos)
Durante uma noite o reencontro de quatro amigos será marcado por um jogo de mentiras e verdades com consequências inesperadas. Filme realizado a partir da peça Eutro, dirigida por Rodrigo Fischer.

MOSTRA TRUFFAUT

Beijos Proibidos (Baisers Volés), de François Truffaut (França, 1968, 90 minutos)
Findo o serviço militar, Antoine Doinel retorna à vida ativa de civil. Depois de um primeiro emprego como vigia noturno, trabalha como detetive particular de uma agência. É designado para uma missão numa sapataria para vigiar a Sra. Tabard, por quem se apaixona. Esta, por fim aceita entregar-se, com a promessa de que ele não tentaria mais revê-la. Agora, Antoine é técnico de conserto de televisão e volta para os braços de seu primeiro amor, a muito sensata Christine Darbon.

Domicílio Conjugal (Domicile Conjugal), de François Truffaut (França, 1970, 100 minutos)
Antoine Doinel é casado com Christine. Ela dá aulas de violão e ele tinge cravos brancos de vermelho. Rapidamente abandona essa atividade para trabalhar como manobreiro de petroleiros de pequeno porte. Logo depois do nascimento de Alphonse, seu primeiro filho, ele tem um caso com a japonesa Kyoto. Sua mulher fica sabendo e eles se separam. Antoine se cansa da nipônica tagarela e tenta reconsquistar Christine.

O Amor em Fuga (L'Amour en Fuite), de François Truffaut (França, 1978, 94 minutos)
Aos 35 anos, Antoine Doinel continua o mesmo adolescente de sempre. Divorcia-se de sua mulher Christine e começa a rever diversos personagens que marcaram sua vida. Inclusive, Colette, seu primeiro amor, atualmente advogada de renome, e Lucien, ex-amante de sua mãe, agora um senhor de idade respeitável... Prisioneiro de seu passado, redescobre o futuro em Sabine, uma jovem vendedora de discos, pela qual se apaixona perdidamente ao ver sua foto.

A Sereia do Mississipi (La Sirène du Mississipi), de François Truffaut (França, 1969, 120 minutos)
Louis Mathé é um industrial das ilhas Reunião que decide se casar e para isso coloca anúncios no jornal. Conhece Julie, mulher maravilhosa, diferente daquela que ele havia visto na foto. Depois do casamento, ela desaparece, levando consigo todo o dinheiro de Louis. Ele a reencontra casualmente na França, depois de colocar um detetive no seu encalço. Na realidade, seu nome é Marion, garota de programa que tomou o lugar da verdadeira Julie. Entretanto, ela consegue sensibilizar Louis. Nesse momento, o detetive reaparece. Temendo não conseguir livrá-la da polícia, Louis o mata. Ambos fogem e se refugiam num chalé. Ela tenta envenená-lo e ele lhe confessa estar louco de amor. Eles partem juntos pela neve.

A História de Adèle H. (L'Histoire de Adèle H.), de François Truffaut (França, 1975, 96 minutos)
Adèle Hugo, filha do grande escritor, é abandonada pelo tenente Pinson, por quem estava perdidamente apaixonada. Em 1861, ele atravessa o Atlântico para servir na base de Halifax, no Canadá. Já não se lembra mais de Adèle. Ela o atormenta a ponto de anunciar o casamento dos dois num jornal local, provocando o rompimento da união dele com a filha de um juiz. Doente, sem recursos, ela empreende uma perseguição implacável até que ele é transferido para Barbade. Louca, Adèle não o reconhece quando cruza com ele na rua. Uma pessoa da cidade a acolhe e a envia de volta à França, onde morre doente em Saint-Mandé, quarenta anos mais tarde.

Atirem no Pianista (Tirez sur le Pianiste), de François Truffaut (França, 1960, 85 minutos)
Édouard Saroyan era um virtuoso no piano. Sua carreira foi interrompida no dia em que sua mulher, Téresa, se suicida depois de lhe confessar que era amante de seu empresário. Torna-se pianista no bar do Plyne com o nome de Charlie Kohler. Lá conhece Léna, a quem confidencia seu passado. Depois de uma cena de ciúmes provocada por Plyne, Charlie o mata acidentalmente. Foge com Léna e ambos se refugiam no chalé de seu irmão Chico, que por sua vez está sendo perseguido pelos gangsters Ernest e Momo. Estes formam um cerco e abrem fogo sobre o chalé. Léna é morta e Charlie, depois deste novo drama, retorna ao piano-bar.

GRADE DE HORÁRIOS

9 de março (sexta-feira)
15h – Moacir (DVD)
17h – A História de Adèle H. (35mm)
19h – Atirem no Pianista (35mm)

10 de março (sábado)
15h – Luz, Câmera, Pichação (DVD)
17h – Domicílio Conjugal (35mm)
19h – O Amor em Fuga (35mm)

11 de março (domingo)
15h – Post Mortem (DVD)
17h – Atirem no Pianista (35mm)
19h – Beijos Proibidos (35mm)

13 de março (terça-feira)
15h – Moacir (DVD)
17h – A Sereia do Mississipi (35mm)
19h – Domicílio Conjugal (35mm)

14 de março (quarta-feira)
15h – No Lugar Errado (35mm)
17h – O Amor em Fuga (35mm)
19h – A Sereia do Mississipi (35mm)

/cultura
Edição de: Paulo Tomás Velho Cardone