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6 de setembro de 2012

ENTREVISTAS DE ESTUDANTES COM PAIXÃO CÔRTES

Primeira edição de "A Entrevista dos Meus Sonhos" revela curiosidade de alunos gaúchos por ciência e tradição

 

Eu sou gaúcho


  
De Gravataí: Pedro Bandeira dos Santos, Laura Bazotti Vicente, Camila Silva da Silveira, Bárbara Coelho Ferreira da Silva, Brenda Schmitt e Henrique Mrás, todos do Colégio Fundação BradescoFoto: Arquivo pessoal

Entrevista: Paixão Côrtes, tradicionalista gaúcho

Porto Alegre, cidade bem ao sul do Brasil, foi palco de uma guerra sangrenta e separatista do século 19 (1835-1845), chamada Revolução Farroupilha. Mesmo perdendo a guerra, a honra de pertencer a este povo idealista se mostrou cem anos depois em jovens estudantes. Esse grupo foi liderado por João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, homem que entregou sua vida à pesquisa da cultura. Aos 85 anos, ele ainda fala sobre a tradição para as novas gerações.

Estudantes – Como era o adolescente João Carlos?

Paixão Côrtes –
Em 1947, o importante era saber quem era Napoleão, as pirâmides, as Sete Maravilhas do mundo. Isso era cultura importantíssima, mas saber de nossas origens, dos ancestrais, da nossa cultura não era importante. A realidade era norte-americana e europeia. Então, quando éramos jovens, nos revoltamos contra isso buscando na escola um jeito de nos expressarmos.

Estudantes – Como surgiu a ideia do centro de tradições?
Paixão Côrtes – Éramos oito colegas e amigos. Nos encontrávamos em minha casa, era o nosso galpão. Eu procurava alguma coisa, através da escola, que substanciasse o conhecimento das lidas do campo. Foi criado então, em 1947, o primeiro Centro de Tradições Gaúchas no Colégio Júlio de Castilhos.

Estudantes – O que o ajudou a superar as dificuldades?

Paixão Côrtes – Saímos (Barbosa Lessa e eu) em busca de informações com um gravador que pesava 10 quilos e perguntávamos aos mais velhos como eram aquelas danças, as roupas... Assim, em 1948, criei o CTG “35”. Hoje, existem 4 mil CTGs no mundo, 8 milhões de pessoas fazem parte desses CTGs e eu estou vivo aqui, concretizando um sonho de ser entrevistado e poder transmitir isso para vocês.

Estudantes – Com a tecnologia, o senhor acha que a cultura gaúcha pode ficar esquecida?

Paixão Côrtes –
Existe uma tomada de consciência. Existe a pesquisa, a documentação científica e o culto. Cultos são os símbolos: o símbolo da pátria, a bandeira, o canto do Rio Grande do Sul.

Ser gaúcho é um estado de alma, espírito e conceito que se forma pelas vivências regionais, pela comunidade, pela importância política e social, educacional. É por isso que nós temos orgulho de dizer EU SOU GAÚCHO, não pelo fato de ter nascido no Rio Grande do Sul, mas sim por ter conhecimento da nossa cultura.

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