Integrando as comemorações dos festejos farroupilhas, o Museu de Artes do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS) realiza a exposição Trânsitos da Iconografia Sul-Rio-Grandense, de 18 de setembro a 28 de outubro, nas galerias João Fahrion e Iberê Camargo, no 2º andar do museu, com entrada gratuita. No total, serão apresentadas 59 obras de 28 artistas com temas sobre o gaúcho e a Revolução Farroupilha.
A curadoria é de José Francisco Alves, curador-Chefe do MARGS, e tem por objetivo mostrar trabalhos cujos autores fixaram-se na representação da figura do gaúcho e sua paisagem, com obras realizadas do final do séc. XIX aos tempos recentes.
A mostra tem seu núcleo no acervo do MARGS, dando sequência a política adotada desde o início de 2011, que sistematicamente busca cumprir o objetivo primeiro do museu: mostrar a sua coleção.
Em Trânsitos da Iconografia Sul-Rio-Grandense persiste o espírito de parceria institucional entre o MARGS e outras instituições culturais, com a apresentação de algumas peças de coleções públicas e privadas, pertencentes ao Museu Júlio de Castilhos, Badesul e City Hotel.
Seguindo o exemplo da exposição atual — Economia da Montagem, Monumentos, Galerias, Objetos — também nessa mostra haverá a exibição de peças que não são obras de arte, como lanças do acervo do Museu Júlio de Castilhos, que pertenceram ao corpo do exército farroupilha, chamado de Lanceiros Negros. Tal procedimento — a presença desses objetos relativos ao tema da exposição — visa o diálogo com as esculturas, pinturas, gravuras, fotografias e desenhos, de forma a enriquecer o contexto dessas obras de arte.
Destaques da exposição
A mostra apresentará duas peças do artista Antônio Caringi (1905-1981), pertencentes ao acervo do City Hotel. Uma delas é uma miniatura de O Laçador, que o artista passou a fazer a partir do início dos anos 1960, em escalas diferentes. A peça que o MARGS exibirá é a de menor escala do Laçador que Caringi executou. A outra peça é mais desconhecida do grande público, e também é uma escultura de pequenas dimensões, em bronze. Caringi executou a obra O Capataz mais no sentido antropológico do personagem, como trabalhador do pampa, ao contrário de O Laçador, modelado para sintetizar o símbolo mítico do gaúcho.
De Vasco Prado (1914-1998), serão apresentadas sete obras, entre esculturas, gravuras e desenhos. Lado a lado, estarão as duas peças do artista que retratam o gaúcho. A obra original, em gesso, de 1954, e uma réplica póstuma, em bronze, fundida em 2001. Trata-se da obra apresentada no concurso para a escolha do símbolo do gaúcho, vencido por Antônio Caringi (O Laçador).
Do fotógrafo Wolfgang Hoffmann-Harnisch (Alemanha, 1893-1965) serão exibidas 9 fotografias desse documentarista que visitou o Rio Grande do Sul na década de 1930 e realizou notável registro antropológico da paisagem gaúcha, em especial as que mostram o trabalhador rural, na lida do campo, nas charqueadas e outras atividades.
De Glauco Rodrigues (1929-2004) o destaque é uma das aquarelas de grandes dimensões realizadas em 1986 para ilustrar a abertura da série O Tempo e o Vento, da Rede Globo, cuja série de aquarelas foi doada ao MARGS.
Serviço:
O que: Trânsitos da Iconografia Sul-Rio-Grandense
Quando: 18 de setembro a 28 de outubro, de terças a domingos, das 10h às 19h
Onde: Galerias João Fahrion e Iberê Camargo, no 2º andar do MARGS (Praça da Alfândega, s/nº)
Entrada franca
Texto: Cláudia AntunesEdição: Asscom Sedac