Olha ai a cultura na habitação de forma sustentável:
Inaugurada em 2000, Ecoovila I foi a pioneira no conceito em Porto Alegre
Garagens são cobertas por parreiras e a uva que brota dali serve para a produção de vinhos no condomínio Foto: Heron Lopes Jr. / Especial
Taís Seibt
Com sobrenome espanhol e ascendência italiana, o arquiteto Otávio Urquiza, 56 anos, prepara uma pizza no forno à lenha, que também serve como lareira, enquanto ouve uma rádio comunitária da zona sul de Porto Alegre. Pequenas sutilezas que resumem o conceito de arquitetura que lhe rendeu até premiação internacional: os cinco sentidos.
Para Urquiza, uma construção sustentável é a que promove o "bem viver" a partir da promoção de experiências que envolvam tato, olfato, paladar, visão e audição. Como? Uma horta que forneça o tempero necessário ao alimento preparado na cozinha, uma árvore que dê o aroma da floração e sirva como base para o canto dos pássaros, e por aí vai.
— É preciso resgatar coisas elementares, não só em relação à natureza, mas também à cultura, as nossas origens — destaca Urquiza.
No condomínio onde mora, idealizado por ele mesmo, as garagens são cobertas por parreiras, a uva que brota dali serve para a produção de vinhos. É um exemplo da chamada permacultura — a cultura permanente. As casas são projetadas para terem conforto térmico: o ar fresco da terra circula pelo ambiente no verão, o calor da lareira se expande para os cômodos no inverno. O arquiteto brinca com colunas "bânquicas" e "cópicas" espalhadas pela sala. Na cobertura, um grande aquário e um mirante para a metrópole, ao mesmo tempo próxima e distante.
— O ser humano é urbano, não há limite para o consumo, o iPad está aqui! — aponta, como forma de mostrar que a defesa ambientalista não precisa ser radical.
E também não deve ser excludente. Para Urquiza, que já foi líder em cooperativa de crédito, a sustentabilidade está ao alcance de todos. O condomínio onde vive foi erguido por operários cooperativados, na lógica da economia solidária. Em oficinas ministradas pelo arquiteto em eventos e comunidades, ele desafia a cortar gastos com o que está em excesso, para reverter no que realmente importa. Em um dos projetos, que envolveu 4 mil adultos durante dois anos, gerou R$ 35 milhões para investir em projetos comunitários.
Curitibano de nascimento, Urquiza conta que já foi mecânico de corrida antes de se tornar arquiteto, gaúcho naturalizado e sonhador assumido. Tanto que já está com a Ecoovila II totalmente projetada.
— Isto aqui é o meu projeto de vida — resume.
A Ecoovila I, no bairro Vila Nova, é um condomínio autossustentado, que otimiza as quatro fontes naturais de energia (sol, vento, água e biológica) e integra os três elementos do espaço construído (edificação, infraestrutura e paisagismo) para construção de espaços com menor custo de produção e manutenção a curto, médio e longos prazos. Essa combinação gera, consequentemente, conforto e qualidade de vida, além de ser ecologicamente correta.
Para Urquiza, uma construção sustentável é a que promove o "bem viver" a partir da promoção de experiências que envolvam tato, olfato, paladar, visão e audição. Como? Uma horta que forneça o tempero necessário ao alimento preparado na cozinha, uma árvore que dê o aroma da floração e sirva como base para o canto dos pássaros, e por aí vai.
— É preciso resgatar coisas elementares, não só em relação à natureza, mas também à cultura, as nossas origens — destaca Urquiza.
No condomínio onde mora, idealizado por ele mesmo, as garagens são cobertas por parreiras, a uva que brota dali serve para a produção de vinhos. É um exemplo da chamada permacultura — a cultura permanente. As casas são projetadas para terem conforto térmico: o ar fresco da terra circula pelo ambiente no verão, o calor da lareira se expande para os cômodos no inverno. O arquiteto brinca com colunas "bânquicas" e "cópicas" espalhadas pela sala. Na cobertura, um grande aquário e um mirante para a metrópole, ao mesmo tempo próxima e distante.
— O ser humano é urbano, não há limite para o consumo, o iPad está aqui! — aponta, como forma de mostrar que a defesa ambientalista não precisa ser radical.
E também não deve ser excludente. Para Urquiza, que já foi líder em cooperativa de crédito, a sustentabilidade está ao alcance de todos. O condomínio onde vive foi erguido por operários cooperativados, na lógica da economia solidária. Em oficinas ministradas pelo arquiteto em eventos e comunidades, ele desafia a cortar gastos com o que está em excesso, para reverter no que realmente importa. Em um dos projetos, que envolveu 4 mil adultos durante dois anos, gerou R$ 35 milhões para investir em projetos comunitários.
Curitibano de nascimento, Urquiza conta que já foi mecânico de corrida antes de se tornar arquiteto, gaúcho naturalizado e sonhador assumido. Tanto que já está com a Ecoovila II totalmente projetada.
— Isto aqui é o meu projeto de vida — resume.
A Ecoovila I, no bairro Vila Nova, é um condomínio autossustentado, que otimiza as quatro fontes naturais de energia (sol, vento, água e biológica) e integra os três elementos do espaço construído (edificação, infraestrutura e paisagismo) para construção de espaços com menor custo de produção e manutenção a curto, médio e longos prazos. Essa combinação gera, consequentemente, conforto e qualidade de vida, além de ser ecologicamente correta.
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