Porto Alegre é a 1ª cidade a ter núcleo para a etnia com orçamento específico
O Gabinete de Políticas Públicas do Povo Negro(GPN) desenvolve ações nos quatro eixos estratégicos da administração (ambiental, social, econômico financeiro e gestão). Vinculado ao Gabinete do Prefeito, é pioneiro no país em função de sua estrutura e do desenvolvimento de políticas públicas voltadas à igualdade racial. Porto Alegre é a primeira cidade a ter um núcleo independente e com orçamento específico voltado ao povo negro.
Instalado em novembro de 2009, o GPN dialoga com representantes de todas as secretarias. Dentro da transversalidade, são desenvolvidas políticas específicas dentro de cada pasta, segundo explica o coordenador Clóvis André Silva da Silva.
Entre as ações voltadas à cultura está a valorização de estilos musicais como samba, funk e hip hop. Dentro das ações para a juventude negra está a execução do programa Usinas Culturais, visando à programação cultural da cidade. Com foco em três eixos - educação, violência e trabalho -, o Gabinete propõe uma permanente reflexão sobre os problemas que envolvem essa parcela da população, indo além da realização de eventos.
Em parceria com a Associação das Entidades Carnavalescas, o GPN realiza eventos e projetos focados na valorização da cultura negra. Além disso, algumas datas são destacadas pela importância histórica, como o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o Dia do Samba (2 de dezembro), o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha (25 de julho), o Dia Municipal de Combate a Todo Tipo de Intolerância (21 de janeiro) e o Mandela Day (18 de julho), a ser comemorado na próxima quarta-feira.
Dentro das ações desenvolvidas no turismo, está a adesivagem de um ônibus com imagens da antiga Porto Alegre, ao mesmo tempo em que induz à diversidade da cidade. "Porto Alegre é referência de convivência de várias etnias", afirma Silva. O coordenador do GPN frisa também que as comunidades quilombolas recebem atenção através de diálogos com o tema racismo ambiental quilombola.
Para Silva, ainda há muito a ser trabalhado. "A opressão é silenciosa, mas fala mais alto e não permite os avanços que gostaríamos". Nesse trabalho, Silva prevê aumentar a visibilidade do gabinete com a criação de perfis em redes sociais, além do hot site que já está em funcionamento. "O GPN quer resgatar a história de Porto Alegre que se confunde com a história da comunidade negra, levando cultura e educação à população. Estamos na cultura como um todo", afirma Silva.
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Texto de: Evelyn Heinrich (estagiária CCS) supervisão Caren Mello
Edição de: Caren Mello