Dentro das ações de revitalização do Centro Histórico, a Prefeitura de Porto Alegre está encaminhando um processo que deverá devolver o antigo prédio da Confeitaria Rocco aos porto-alegrenses. A intenção do Executivo é de que o espaço volte a ser um local de convívio, não só integrando o espaço à Praça Conde de Porto Alegre, defronte ao prédio, como vinculando o cidadão a uma época memorável da cidade. Em setembro, a casa completa cem anos.
Situado na esquina das ruas Riachuelo e Dr. Flores, o prédio ainda passa pelo processo de desapropriação. Depois, será feita a licitação para que, além da recuperação, se instale, novamente, no local, uma confeitaria. “O apelo popular para que se restabeleça esse comércio é muito grande”, conta o coordenador da Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura, Luiz Antônio Bolcato Custódio. Segundo o coordenador, existe uma “nostalgia” do porto-alegrense em relação à fábrica de doces que ali se estabeleceu em 1912, revelada pelos apelos que chegam aos agentes da Memória Cultural.
Relacionada a uma importante etapa no desenvolvimento de Porto Alegre, a confeitaria foi um lugar de encontros e comemorações da sociedade à época. Por ali passaram presidentes da República – como Eurico Gaspar Dutra e Getúlio Vargas-, o governador Daltro Filho, o ministro de Guerra Góis Monteiro e o modernista Mario de Andrade. A edificação de 1.560 metros quadrados decorado com requintes da época foi tombado em 1997. “O prédio é uma aula de simbolismos. Poderíamos entregá-lo para uma empresa ou banco, mas, aí, o porto-alegrense só teria sua fachada. Recolocar uma confeitaria na antiga casa, aliando à recuperação da Praça, significa resgatar um ponto de convívio, um lugar turístico e um prédio que serve de local para estudantes de história e arquitetura, por exemplo”, analisa Custódio.
Confeitaria Rocco
O italiano Nicola Rocco (1861-1932) foi funcionário da famosa confeitaria “El Molino” de Buenos Aires. Mudou-se para Porto Alegre, onde abriu, em 1892, uma pequena confeitaria. Em 1910, decidiu construir uma nova, no centro da cidade, nas proximidades da antiga Praça do Portão. O projeto arquitetônico foi de Salvador Lambertini e de Manuel Itaqui Barbosa Assumpção, que também foi responsável pelos prédios do Campus da Ufrgs e do Viaduto Otávio Rocha.
A Rocco foi feita no estilo da Confeitaria El Molino, de Buenos Aires. Tem três pavimentos, porão e terraço. A confeitaria se organizava com espaços para fabricação de massas e doces no subsolo; loja e salão de refeições no térreo; salão de festas no 2º pavimento e copa no 3º pavimento. Do alto, no terraço, era possível contemplar a paisagem urbana e o rio.
Sua edificação tem peças em estilo eclético, com detalhes em art-nouveau. Chamam atenção na fachada os Atlantes (estátuas masculinas), carregando produtos da terra, representando a América e a Fartura e a Europa e a Abundância.
O italiano Nicola Rocco (1861-1932) foi funcionário da famosa confeitaria “El Molino” de Buenos Aires. Mudou-se para Porto Alegre, onde abriu, em 1892, uma pequena confeitaria. Em 1910, decidiu construir uma nova, no centro da cidade, nas proximidades da antiga Praça do Portão. O projeto arquitetônico foi de Salvador Lambertini e de Manuel Itaqui Barbosa Assumpção, que também foi responsável pelos prédios do Campus da Ufrgs e do Viaduto Otávio Rocha.
A Rocco foi feita no estilo da Confeitaria El Molino, de Buenos Aires. Tem três pavimentos, porão e terraço. A confeitaria se organizava com espaços para fabricação de massas e doces no subsolo; loja e salão de refeições no térreo; salão de festas no 2º pavimento e copa no 3º pavimento. Do alto, no terraço, era possível contemplar a paisagem urbana e o rio.
Sua edificação tem peças em estilo eclético, com detalhes em art-nouveau. Chamam atenção na fachada os Atlantes (estátuas masculinas), carregando produtos da terra, representando a América e a Fartura e a Europa e a Abundância.
/patrimoniocultural
Texto de: Caren Mello
Edição de: Gilmar Martins
Edição de: Gilmar Martins