O mais longo dos acampamentos
VIA ZERO HORA:
Montado desde maio, edição terá tempo recorde de dedicação à tradição gaúcha
22/08/2014 | 06h53
Acampamento abriu oficialmente no dia 12 de junho
Foto:
Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Quem olhar só para o calendário pode pensar que o Acampamento
Farroupilha em Porto Alegre sequer começou, mas se caminhar pelas vielas
do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho vai perceber que, na verdade, o
evento ainda não terminou.
Montados desde junho, quando abriram as portas para visitantes de diversos países durante a Copa do Mundo, 78 piquetes continuam em atividade, tornando esta a mais longa das 27 edições do evento. Para alguns gaudérios, um terço do ano será passado lá. A presença de turistas ficou abaixo da expectativa durante o Mundial, mas a tradição gaúcha está em evidência por um tempo recorde neste ano. Há cerca de três meses, quando começaram os preparativos para receber turistas, dezenas de pessoas perambulam pelas instalações e aproveitam o aconchego de casa.
Sim, alguns estão morando lá — fazendo dos piquetes suas residências por um período muito maior do que o dos festejos.
— Se deixassem, eu ficava aqui o ano inteiro — afirma Ernane Silveira, patrão do Galpão da Querência.
Leia as últimas notícias de Zero Hora
Ele mostra um quartinho no segundo andar improvisado do galpão ao ser perguntado onde mora e revela que conta o tempo que vai passar por lá até o fim do evento deste ano: quatro meses e 20 dias ao todo, de maio ao fim de setembro.
Fechado para o público nos dias úteis, é nos fins de semana que o longevo acampamento deixa de reunir aspectos de um vasto ambiente familiar para destacar sua vocação como atração campeira em plena metrópole. Nas noites de sexta e durante todo o sábado e domingo, o local fica aberto para visitantes, os piquetes podem realizar atividades culturais e, claro, convidar todos para um churrasco. A estrutura ainda não é a esperada para o evento principal, mas agrada.
— Sábado passado, assei 90 quilos de galeto — comemora João Carlos Marques do Couto, caseiro do Galpão dos Amigos.
Todo pilchado, ele garante que não perde uma edição, e que o longo acampamento atraiu visitantes fora de época.
— Sempre largo tudo de mão e venho para cá. Isso aqui é uma terapia — diz.
Mais tempo aberto, mais custos para a prefeitura Enquanto a festa não começa, praça de alimentação, feira e estruturas administrativas já funcionam. Como a estrutura erguida até agora é menor que a planejada para o evento oficial, há trabalhadores em plena atividade para terminar tudo até 1º de setembro, quando a área será aberta ao público.
Misturados a eles, um gaúcho toma chimarrão, outro limpa os espetos, vários conversam em uma roda, contentes com o evento que, sem nem ter iniciado, ainda não acabou. Como a rotina campeira do parque aberto em junho não acabou após a Copa, os gastos com a realização aumentaram.
A expectativa da prefeitura era de erguer dois acampamentos neste ano, mas a pressão de quem gostaria de permanecer acabou tornando esta uma grande edição. Não foram poucas as famílias que optaram por permanecer até o fim da Semana Farroupilha. Cada um dos 78 piquetes manteve pelo menos uma pessoa para fazer a segurança do espaço, mas os que ficaram cobram mais policiamento.
Além disso, o uso de água, luz e banheiros químicos exige gastos por parte da administração municipal e da Fundação Cultural Gaúcha/MTG. A prefeitura gastou R$ 660 mil, o dobro de uma edição regular. Ainda assim, a secretaria municipal da Cultura avalia como positiva a permanência.
— Esse local, que sempre era alvo de moradores de rua e pessoas que fazem de lá até ponto de tráfico, foi visitado por até 15 mil pessoas em um fim de semana fora de época — revela Giovani Tubino, coordenador do Acampamento Farroupilha.
— Os gastos aumentaram, mas consideramos que é um custo que vem com o evento. A demanda por manter o parque aberto veio dos próprios acampados e, mesmo imprevista, teve aval da prefeitura.
Calendário
A 27ª edição do Acampamento Farroupilha tem como tema “Eu sou do Sul”. O evento, que prossegue desde a Copa do Mundo, vai completar três meses de duração em setembro. Apesar de não poderem promover atividades nos dias de semana, os piquetes montados durante o Mundial podem, desde julho, receber visitantes nos finais de semana.
O que vem por aí
24 de agosto: chegada da Chama Crioula à sede da 1ª Região Tradicionalista
31 de agosto: fim da montagem dos 371 piquetes cadastrados na Capital
1º de setembro: o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho é aberto ao público
7 de setembro: abertura oficial do Acampamento Farroupilha em Porto Alegre
20 de setembro: encerramento da Semana Farroupilha 30 de setembro — prazo final para desmontagem dos piquetes
O que já passou
23 de maio: os piquetes autorizados a funcionar na Copa do Mundo começaram a ser erguidos
12 de junho: abertura do Acampamento Farroupilha Extraordinário da Copa do Mundo
13 de julho: fim das atividades do Acampamento Farroupilha Extraordinário da Copa do Mundo
16 de agosto: início da montagem do restante dos piquetes no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho
Montados desde junho, quando abriram as portas para visitantes de diversos países durante a Copa do Mundo, 78 piquetes continuam em atividade, tornando esta a mais longa das 27 edições do evento. Para alguns gaudérios, um terço do ano será passado lá. A presença de turistas ficou abaixo da expectativa durante o Mundial, mas a tradição gaúcha está em evidência por um tempo recorde neste ano. Há cerca de três meses, quando começaram os preparativos para receber turistas, dezenas de pessoas perambulam pelas instalações e aproveitam o aconchego de casa.
Sim, alguns estão morando lá — fazendo dos piquetes suas residências por um período muito maior do que o dos festejos.
— Se deixassem, eu ficava aqui o ano inteiro — afirma Ernane Silveira, patrão do Galpão da Querência.
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Ele mostra um quartinho no segundo andar improvisado do galpão ao ser perguntado onde mora e revela que conta o tempo que vai passar por lá até o fim do evento deste ano: quatro meses e 20 dias ao todo, de maio ao fim de setembro.
Fechado para o público nos dias úteis, é nos fins de semana que o longevo acampamento deixa de reunir aspectos de um vasto ambiente familiar para destacar sua vocação como atração campeira em plena metrópole. Nas noites de sexta e durante todo o sábado e domingo, o local fica aberto para visitantes, os piquetes podem realizar atividades culturais e, claro, convidar todos para um churrasco. A estrutura ainda não é a esperada para o evento principal, mas agrada.
— Sábado passado, assei 90 quilos de galeto — comemora João Carlos Marques do Couto, caseiro do Galpão dos Amigos.
Todo pilchado, ele garante que não perde uma edição, e que o longo acampamento atraiu visitantes fora de época.
— Sempre largo tudo de mão e venho para cá. Isso aqui é uma terapia — diz.
Mais tempo aberto, mais custos para a prefeitura Enquanto a festa não começa, praça de alimentação, feira e estruturas administrativas já funcionam. Como a estrutura erguida até agora é menor que a planejada para o evento oficial, há trabalhadores em plena atividade para terminar tudo até 1º de setembro, quando a área será aberta ao público.
Misturados a eles, um gaúcho toma chimarrão, outro limpa os espetos, vários conversam em uma roda, contentes com o evento que, sem nem ter iniciado, ainda não acabou. Como a rotina campeira do parque aberto em junho não acabou após a Copa, os gastos com a realização aumentaram.
A expectativa da prefeitura era de erguer dois acampamentos neste ano, mas a pressão de quem gostaria de permanecer acabou tornando esta uma grande edição. Não foram poucas as famílias que optaram por permanecer até o fim da Semana Farroupilha. Cada um dos 78 piquetes manteve pelo menos uma pessoa para fazer a segurança do espaço, mas os que ficaram cobram mais policiamento.
Além disso, o uso de água, luz e banheiros químicos exige gastos por parte da administração municipal e da Fundação Cultural Gaúcha/MTG. A prefeitura gastou R$ 660 mil, o dobro de uma edição regular. Ainda assim, a secretaria municipal da Cultura avalia como positiva a permanência.
— Esse local, que sempre era alvo de moradores de rua e pessoas que fazem de lá até ponto de tráfico, foi visitado por até 15 mil pessoas em um fim de semana fora de época — revela Giovani Tubino, coordenador do Acampamento Farroupilha.
— Os gastos aumentaram, mas consideramos que é um custo que vem com o evento. A demanda por manter o parque aberto veio dos próprios acampados e, mesmo imprevista, teve aval da prefeitura.
Calendário
A 27ª edição do Acampamento Farroupilha tem como tema “Eu sou do Sul”. O evento, que prossegue desde a Copa do Mundo, vai completar três meses de duração em setembro. Apesar de não poderem promover atividades nos dias de semana, os piquetes montados durante o Mundial podem, desde julho, receber visitantes nos finais de semana.
O que vem por aí
24 de agosto: chegada da Chama Crioula à sede da 1ª Região Tradicionalista
31 de agosto: fim da montagem dos 371 piquetes cadastrados na Capital
1º de setembro: o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho é aberto ao público
7 de setembro: abertura oficial do Acampamento Farroupilha em Porto Alegre
20 de setembro: encerramento da Semana Farroupilha 30 de setembro — prazo final para desmontagem dos piquetes
O que já passou
23 de maio: os piquetes autorizados a funcionar na Copa do Mundo começaram a ser erguidos
12 de junho: abertura do Acampamento Farroupilha Extraordinário da Copa do Mundo
13 de julho: fim das atividades do Acampamento Farroupilha Extraordinário da Copa do Mundo
16 de agosto: início da montagem do restante dos piquetes no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho