Dando continuidade à difusão de pesquisas e dados
internos à Secretaria Municipal de Cultura, reproduzimos o resumo elaborado pela
colega
Arquiteta Flávia Boni Licht, de sua pesquisa
sobre o tema da acessibilidade:
A pesquisa foi
desenvolvida com entrevistas e visitas, anotações e fotografias nos seguintes
equipamentos culturais: Arquivo Histórico Municipal Moysés Vellinho, Biblioteca
Pública Municipal Josué Guimarães/Ramal 1-Restinga, Centro Municipal de Cultura,
Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo,
Pinacoteca Aldo Locatelli, Solar da Travessa Paraíso e Centro Cultural Usina do
Gasômetro. Foram também entrevistadas as direções da Equipe do Patrimônio
Histórico e Cultural (EPAHC) e do Projeto Monumenta.
Durante os anos de 2011 e 2012, realizou-se pesquisa
dirigida à identificação da acessibilidade nos espaços, programas, atividades e
serviços das instituições culturais públicas municipais de Porto
Alegre.
Foram organizados e testados, previamente, dois
instrumentos para o recolhimento de dados: um questionário direcionado aos
gestores das instituições, com questões referentes à participação pública
(acesso/entendimento/uso) nos espaços, e também sobre programas, atividades e
serviços oferecidos; e um roteiro para guiar a avaliação técnica das
características físicas das edificações e do entorno
imediato.
Rebaixamento de 136 pontos em calçadas iniciou esta semana em Porto Alegre |
Algumas
conclusões:
· O resultado desse trabalho
confirma o desconhecimento do significado do termo ‘acessibilidade’ pela
maioria, mesmo quando esse tema é discutido, como no caso, com profissionais
qualificados, reconhecidos e com larga experiência nas suas respectivas áreas de
atuação.
· O entendimento que acessibilidade resume-se à questão física do prédio e a existência de uma rampa ou de um elevador conduz à afirmação, na quase totalidade das vezes, de que toda a instituição é acessível.
· Os entrevistados não citaram a necessidade das atividades desenvolvidas – uma peça de teatro, por exemplo – serem pensadas para todos; não foram lembrados o Braile, a Libras ou a audiodescrição, só para ficar em alguns exemplos.
· Na maioria dos casos, o que se constata não é uma disposição desfavorável, e sim puro desconhecimento. Algumas respostas recebidas comprovam esse fato:
· O entendimento que acessibilidade resume-se à questão física do prédio e a existência de uma rampa ou de um elevador conduz à afirmação, na quase totalidade das vezes, de que toda a instituição é acessível.
· Os entrevistados não citaram a necessidade das atividades desenvolvidas – uma peça de teatro, por exemplo – serem pensadas para todos; não foram lembrados o Braile, a Libras ou a audiodescrição, só para ficar em alguns exemplos.
· Na maioria dos casos, o que se constata não é uma disposição desfavorável, e sim puro desconhecimento. Algumas respostas recebidas comprovam esse fato:
– Pensava que essas
exigências eram apenas para ônibus e para calçadas. Nunca imaginei que um espaço
cultural precisasse atendê-las.
– O arquiteto evitou
desfigurar a fachada principal do prédio e colocou a rampa na entrada lateral,
vinda do estacionamento. Afinal, todo cadeirante chega aqui de
automóvel...
– Aqui, tratamos de
Cultura! Nosso foco não é o atendimento a pessoas com deficiência.
· Assim, observa-se a
necessidade de ampliar a divulgação dos conceitos da acessibilidade, dos
direitos das pessoas com deficiência e da necessidade dos projetos terem como
foco a diversidade humana.
· No que diz respeito à acessibilidade física nas edificações, é possível afirmar que, mesmo nos casos onde há elevador ou rampa, as demais exigências – como o piso podotátil, por exemplo – não são contempladas.
· No que diz respeito à acessibilidade física nas edificações, é possível afirmar que, mesmo nos casos onde há elevador ou rampa, as demais exigências – como o piso podotátil, por exemplo – não são contempladas.
Considerando que as
instituições culturais, especialmente as públicas, têm o compromisso de abrir
seus espaços, acervos e atividades a todos, faz-se necessário que sejam
adequadas as sedes dessas instituições municipais de acordo com a legislação
vigente (especialmente a NBR 9050) e que sejam desenvolvidos programas e
projetos para possibilitar o acesso indiscriminado da população ao patrimônio
cultural de Porto Alegre.