A historiadora Hilda Hübner 
Flores oferece aos leitores um olhar feminino sobre as guerras, especificamente 
sobre a Guerra do Paraguai. A história que ela nos conta supera a questão da 
mulher que espera o homem voltar (ou não) vivo da guerra. As mulheres descritas 
são as que superam os limites domésticos,que têm um papel ativo de sustentação 
coletiva, mesmo por entre os destroços de uma 
guerra,alimentando,costurando,amando e cuidando dos feridos.
Torna-se necessário identificar 
a diversidade de funções femininas durante os combates. Segundo a autora, as 
mulheres, durante a Guerra do Paraguai foram exemplos de resistência, 
destacando-se por características distintas:
1-As desbravadoras e fugitivas- foram as moradoras 
nas regiões da fronteira Brasil-Paraguai, vítimas de
invasões e sequestros, de parte dos governos paraguaios,por 
interesses expansonistas;
2-As voluntárias da pátria:
a)as patriotas-que preparavam os filhos para a 
guerra;
b)as vivandeiras-(que negociavam víveres) eram 
companheiras dos soldados brasileiros,lavadeiras, cozinheiras e prostitutas ou 
comerciantes de alimentos,com ou sem filhos, que formavam um exército 
desarmado constituído de mulheres e crianças; 
c) as enfermeiras- trabalhavam mais por 
espírito humanitário que preparo profissional. Destaque para Ana Néri,que 
conhecia chás medicinais(para ingerir,fazer compressa ou para banho).Precursora 
da Cruz Vermelha Brasileira e patrona da Enfermagem;
d) as costureiras do Exército- costuravam os 
uniformes dos soldados para sustentar os filhos.
No Paraguai:
a) as agregadas- versão paraguaia das vivandeiras 
b) as residentes- eram as seguidoras espontâneas dos 
soldados de Solano López,formando um exército paralelo de mulheres e 
crianças;
c) as destinadas-eram as condenadas ao degredo 
perpétuo e morte por inanição,por supostas infidelidades a Solano López, de 
parte delas próprias, seus maridos ou parentes.
. 
A autora se propõe a dar visibilidade à condição da mulher nas guerras, como diz a Introdução(pg. 08):
O aspecto social, a inserção da mulher,a dedicação cívica que dela se esperava,
a muitas vezes gigantesca tarefa anônima na 
retaguarda, a reconstrução em que ela
é inserida permanecem inaudíveis no discurso 
oficial.
Fonte: FLORES,Hilda 
Agnes Hübner.Mulheres na Guerra do Paraguai.Porto Alegre:
EDIPUCRS,2010 
Esta publicação está 
disponível para pesquisa no Acervo Biliográfico do AHPAMV
 
 
 
