autoria: LEO RIBEIRO DE SOUZA
Sobre o porque de comemorar "uma guerra que perdemos" (segundo alguns historiadores ressentidos), eu respondo:
1° - Comemoro a insubmissão de um povo a uma Monarquia, chamando a atenção da Corte para uma Província esquecida e explorada nos confins da república.
2º - Comemoro a bravura de quem, com menos homens, armas e cavalos, mas sobrando valentia, enfrentou por dez anos o Império deixando marcos históricos como a Batalha do Seival, a Tavessia dos Lanchões de Garibaldi e a Fuga de Bento Gonçalves.
3º - Comemoro o surgimento nesta terra de heróis como o General Antônio de Souza Netto, Coronel Teixeira Nunes e da 1ª Brigada de Cavalaria dos Lanceiros Negros.
4º - Comemoro o fato de, apesar dos esparsos recursos probatórios, não nos acomodarmos com as definições e rebuscarmos a veracidade histórica de passagens como a Batalha dos Porongos.
5 - Comemoro porque a "guerra que perdemos" nos deu uma identidade própria, diferenciada, no Sul do Brasil.
6º - Comemoro poder cantar, como em nenhum outro Estado brasileiro, o Hino da minha terra, e ver fulgurar em milhares de eventos o pavilhão tricolor surgido naquele decênio heroico.
7° - Comemoro porque essa epopeia foi um dos motivos para o surgimento de um movimento cultural que fez avivar nosso folclore através da musicalidade, das danças, dos cinemas, dos rodeios, expandindo-se para o resto do mundo, aonde houver um gaúcho.
8º - Comemoro o orgulho que ainda resta, apesar da violência, da pobreza educacional, enfim, da falência monetária desta outrora pujante Província de São Pedro.
9 º - Comemoro porque, graças a "petulância" dos Farroupilhas, a cada mês de setembro eu posso rever meus amigos de causa e tradição.
10° - Comemoro para saborear o desgosto dos escritores "rio-grandenses" (e seus asseclas) que se indignam com a minha comemoração.
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"um chasqueiro virtual da cultura gaúcha"
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