Não só turistas estrangeiros ou de outros
estados do Brasil, mas também gaúchos têm muito a aprender na oficina que o
Departamento de Tradições Gaúchas Morro da Tapera (DTG), da Associação dos
Servidores da Justiça do RS (ASJ), oferece no Acampamento Farroupilha
Extraordinário dentro do projeto Turismo de Galpão. O tema central é o charque,
escolhido pelo DTG não só porque o produto retrata uma tradição gastronômica do
Rio Grande do Sul, mas por sua forte relação com o gaúcho e o episódio da
história que o Acampamento comemora: a Revolução Farroupilha ou Guerra dos
Farrapos.
É contando essa história que a oficina se inicia, desde a
introdução da carne salgada e seca ao sol no Estado em 1780 pelo português José
Pinto Martins - que conheceu o produto no Ceará – passando pelo ciclo das
charqueadas, propriedades que se desenvolveram em Pelotas e de onde saía a maior
parte da riqueza que circulava no RS no século XVII, e a crise do charque
provocada pela concorrência do produto vindo do Uruguai e da Argentina que
motivou a revolta dos gaúchos contra o Império.
Banners expostos no galpão do DTG conduzem a apresentação, com
fotos e textos em português e inglês repletos de detalhes curiosos. Mas a
oficina também é prática e vai para a cozinha do DTG para a preparação do arroz
de carreteiro, tradicional prato da culinária gaúcha cujo principal ingrediente
é o charque, que ao final é degustado pelos participantes da atividade que
experimentam também pães caseiros assados na hora. Detalhe: a oficina é gratuita
e os visitantes recebem ainda uma cartilha bilíngüe que, além da aula de
história, apresenta a receita de como fazer o verdadeiro carreteiro gaúcho em
sua própria cozinha.
Turistas de várias nacionalidades já se reuniram em uma mesma
oficina e conheceram a história e a receita do charque apresentada em inglês. “A
receptividade e a curiosidade sobre os aspectos da cultura gaúcha foi incrível”,
conta Anna Burmann, que faz parte da diretoria do DTG. Visitantes brasileiros
também se interessaram, como a carioca Jenifer Lopes Oliveira e sua amiga Erlene
Matos, que na noite desta sexta-feira, 4, visitaram o Acampamento. Piauiense e
hoje morando no Acre, Darlene é professora de danças regionais e admiradora da
cultura gaúcha. “Tenho muitos amigos gaúchos e isso me motivou a conhecer este
evento e fazer a oficina”, diz Darlene, que não resistiu: por alguns minutos se
transformou numa prenda com a indumentária que o CTG coloca à disposição dos
visitantes.
Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o papel do charque na
vida e na história do gaúcho tem ainda duas oportunidades. A oficina oferecida
pelo Piquete Morro da Tapera será reeditada dias 9 e 11 de julho, sempre às 20h.
Informações e inscrições estão disponíveis no Galpão da Hospitalidade, que
funciona diariamente no Acampamento Farroupilha, das 9h às 22h.
/copa_2014
Texto de: Eliana
Zarpelon
Edição de: Andrea Brasil
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
Edição de: Andrea Brasil
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