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30 de maio de 2012

PortoAlegre.cc: o céu é o limite

 

                                                                                Por Plínio Zalewski                                                                         

 

     Izabel, Xandeco, Deborah, Aline, Tamara, Ocimar, Marli, Antonio, Pedro, Márcia. Estes e outros mais de sessenta nomes não representam apenas histórias de vida, com seus percursos, atalhos, descansos e sombras tostadas pelo sol do meio-dia. Também não são uma identidade compacta, sem nuances, olhares furtivos, dezenas de dúvidas acumuladas, em perguntas que os diferenciam. Não, não são militontos – e daqui posso escutar o Ufa!! de muitos leitores.

     Assim como Daniel, Jandira, Secco, Lonise, Gus, Tiago, Gisele, Busatto, Maria, que numa manhã chuvosa, há um ano, reuniram-se para co-criar, manuseando a democracia em Porto Alegre, a tribo lá de cima dedicou seus melhores recursos – físicos, emocionais, intelectuais – para Subir o Morro da Polícia, no último sábado e, prazerosamente, grafitar na linha do tempo de Porto Alegre uma nova cultura cidadã.

      Sim, é isso que a tribo de cima, a tribo de baixo e muitas outras tribos representam, cada vez que saem do Facebook e vão fazer acontecer suas Causas postadas no PortoAlegre.cc. Causas que são pequenas utopias, mas que em rede vão mudando a alma da cidade – cada um de nós – sem manipulação e violência.

     Nove horas da manhã do dia vinte e seis de maio e toda linha do tempo da democracia na cidade ia se encontrando em frente à Capela São Miguel e se enredando com outras pessoas chegadas de carro, a pé, de táxi e ônibus. Conselheiros do OP, dos Fóruns de Planejamento, de Conselhos de Políticas Públicas formavam rodas com portoalegrenses de territórios tão distintos quanto é o Campo da Tuca do Bairro Rio Branco, num entusiasmo renovado de gente que quer fazer por si próprio, mas de forma colaborativa. 

     Subimos duzentos metros de altura e se fosse possível empilhar outros morros o faríamos, desenhando novas trilhas. Até às 12h30 já tínhamos subido, conversado, contemplado a paisagem, descido o Morro da Política, cada um com uma tarefa a cumprir.

     Um ano foi o tempo degustado até chegarmos ao topo do Morro da Polícia, uma representação maravilhosa de um processo que incluiu novos atores no espaço público, vem conectando-os com outras redes e formas de participação, instigando cada vez mais pessoas a fazer a política que nos interessa, que é poder agir coletivamente, tendo cada um e cada uma sua identidade respeitada e visibilizada.

     Não é à toa que chegamos ao topo do morro: é porque o céu é o nosso limite e de certa forma nos protege.