Região
que abriga o que sobrou do casario histórico da cidade deve ser preservada, mas
como conciliar essa necessidade com a inclusão de novas obras relevantes da
arquitetura contemporânea?
Em anterior artigo publicado neste mesmo caderno Cultura, em 12 de maio
de 2012, referi-me à existência, em Porto Alegre, de uma quantidade
significativa de lugares e prédios públicos cujos usos e condições materiais
não contribuem, antes pelo contrário, para a boa qualidade dos locais onde se
encontram. Argumentava então que os mesmos, propriedades da União, do Estado ou
do Município, deveriam ser tratados de maneira significativamente distinta das
atuais, visando a melhoria da arquitetura da nossa cidade, ao mesmo tempo em
que, pela correta substituição das atividades que neles ocorrem, estar-se-ia
oferecendo aos habitantes de Porto Alegre serviços públicos dos quais carecem.
Aqui pretendo ater-me às situações encontradas no Centro Histórico, propondo para elas algumas intervenções urbanas relevantes pela sua natureza. E o faço não ignorando a importância do que já foi e está sendo realizado nessa área da cidade. Mas se são louváveis todas as obras de recuperação de edificações de valor cultural e de espaços urbanos significativos ali localizados, elas não são, entretanto, suficientes para que, por meio delas, se trate de tudo aquilo que urge ser tratado nessa região, no que tange à qualidade da sua arquitetura urbana e dos serviços a serem oferecidos; ambos, no caso, sob a responsabilidade do Poder Público. E nesse sentido cabe, ainda uma vez, relembrar as palavras da ex-ministra da Cultura Ana de Holanda: “Na visão tradicional, arquitetura e urbanismo só são cultura quando a gente olha para trás, na hora de tombamento e restauração. Isso é importante, mas não é tudo. Arquitetura e urbanismo são cultura também no momento presente de cada cidade e na criação de seus desenhos e possibilidades futuras. Hoje, diante da crise geral das cidades brasileiras, isso vale mais do que nunca.”
Para que o Centro Histórico de Porto Alegre seja expressivo culturalmente, deve absorver obras arquitetônicas contemporâneas de qualidade. E, dadas as circunstâncias, isso não somente é necessário como é possível, pois locais disponíveis existem para tanto, sem que se ponha em risco o patrimônio que merece ser preservado. Ao contrário, novas construções poderão ser erguidas contribuindo para valorização das pré-existências que merecem um tal tratamento.
Ademais, fala-se muito nos projetos que serão realizados no cais do porto e na parte da orla contígua ao Centro Cultural da antiga Usina do Gasômetro, no sentido da zona sul. Não se tem, no entanto, salvo melhor juízo, dedicado a devida atenção às possíveis e imprescindíveis relações que estes projetos devem estabelecer com a cidade, e que só serão corretamente implementadas se o forem por meio de outras intervenções que, além de justificáveis pelos seus valores intrínsecos, sejam também complementares àqueles.
No que tange, por exemplo, à relação do Projeto Cais Mauá com a cidade, que se saiba, muito pouco foi pensado, a não ser aquelas relações óbvias, resultantes da proximidade física; ou aquela relação pré-existente que se dá por meio do Portão do Cais e da Avenida. Sepúlveda, e que já foi valorizada por recentes ações urbanas, incluindo a Praça da Alfândega. Mas somente isso não basta; assim, outras ações devem ser implementadas arquitetonicamente por meio de projetos que se tornam ainda mais indispensáveis como decorrência da existência do polêmico muro da Mauá. Um muro que deverá permanecer como uma inconveniente barreira que não será superada tão somente pelo seu tratamento enquanto cortina d’água, tal como está previsto.
E assim como existe o eixo ligando a Rua da Praia e a Praça da Alfândega ao cais, por meio da Avenida Sepúlveda, outras duas situações deveriam ser tratadas de forma semelhante. Refiro-me ao percurso que iria dessa mesma rua à orla, passando pelo antigo Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mario Quintana; e ao outro que, partindo do adro da Igreja das Dores, conduziria no sentido do cais, pela Avenida Padre Tomé.
É sobretudo a primeira situação que aqui pretendo abordar, sem deixar, no entanto, de fazer rápidas observações sobre a segunda, sublinhando que qualquer intervenção que vise dar ao eixo das Dores o caráter que precisa ter, passa pela retirada das instalações do DEP localizadas no encontro das Avenidas Padre Tomé e Mauá. Assim como, é óbvio, faz-se necessário dar um uso ao pequeno terreno cercado por infectos tapumes, igualmente localizado nesse encontro e fronteiro aquelas instalações.
No que tange ao eixo que inclui a casa de Cultura Mário Quintana, cabe de imediato destacar que nada de minimamente adequado aí será feito se não se promover a retirada dos galpões da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, localizados entre as ruas Sete de Setembro e a Siqueira Campos. Sublinhe-se que esses galpões e as atividades que neles ocorrem se enquadram naquelas condições referidas no início desse artigo, atinentes à inadequação da localização de certos prédios públicos e aos malefícios que eles causam à cidade. À má qualidade da sua “arquitetura” se soma uma atividade que, embora necessária, é totalmente incompatível com o lugar que ocupa no Centro Histórico. É, portanto, inadmissível a presença de ambos, e urge substituí-los por novas edificações com outros usos, visando qualificar um espaço que, sob todos os pontos de vista, deve merecer um tratamento arquitetônico à altura da sua importância.
Destaque-se igualmente que, ao longo desse eixo, partindo da Rua da Praia e chegando à Avenida Mauá, encontram-se dois exemplares muito significativos de importantes períodos da história da arquitetura brasileira e de Porto Alegre: o já lembrado prédio da Casa de Cultura Mário Quintana e o da sede da Superintendência do DNIT. O primeiro é uma das mais expressivas obras da nossa arquitetura eclética; o segundo, é um exemplo representativo dos poucos edifícios da arquitetura moderna de boa qualidade existentes em nossa cidade. E soma-se a isso o fato de que o prédio do Centro de Cultura é tombado como patrimônio estadual: e o prédio da Superintendência do DNIT também deveria sê-lo. O que, por si só, já exigiria um tratamento adequado do entorno de ambos visando a um conjunto harmônico para a região. Porém, infelizmente, entre os dois, hoje, estão os galpões dos Correios.
Cabe aqui uma pequena digressão, para dizer que este texto já estava praticamente concluído quando tive a grata surpresa de ler, nesse mesmo jornal Zero Hora, em março deste ano, um artigo assinado pelo poeta e crítico de arte Armindo Trevisan, intitulada RS Exige Nova Biblioteca. Refiro-me a isso porque a ideia da necessária construção de uma Biblioteca Pública contemporânea, localizada em Porto Alegre, sempre foi central neste artigo. Por isso me associo ao que defende Trevisan, malgrado alguns pontos de discordância que se tornarão explícitos no que exponho a seguir; frisando, porém, que o foco das questões aqui por mim tratadas não se apoiam, em absoluto, nessas divergências. O que me move, é tão somente a vontade de tornar pública opiniões há muito externadas de forma restrita, sobretudo a um pequeno círculo de colegas de profissão.
Isso posto, é sabido que Porto Alegre e seu Centro Histórico são carentes de alguns equipamentos públicos indispensáveis a uma cidade capital. Uma nova e moderna biblioteca pública, por exemplo, de longa data se faz mais do que necessária; e não é preciso frisar que se trata de algo imprescindível a uma cidade que se pretenda contemporânea e atenciosa com a cultura e o saber. E se a nossa antiga Biblioteca Pública Estadual, que tanto e bons serviços prestou e continua a prestar, deve ser preservada, a exemplo da antiga Biblioteca Nacional da França, não se pode entretanto à ela pedir o que não tem condições de oferecer. Uma biblioteca, com as características que hoje Porto Alegre precisa, é muito mais do que uma instituição onde se instalam coleções de livros e congêneres, disponíveis para estudo, leitura e consulta, por melhor que ela seja no gênero.
Por que então não construir uma nova, no lugar onde se encontram os citados galpões dos Correios e Telégrafos? E construí-la de molde a que a sua edificação contribua de forma clara e intencional para a qualificação do lugar e para a configuração arquitetônica do eixo urbano do qual ela seria, junto com os dois exemplares arquitetônicos antes citados, um dos principais elementos constituintes. E para tanto, é recomendável que a essa nova construção esteja associada uma praça seca (sem árvores), fronteira a ela, estendendo-se ao longo da Travessa Araujo Ribeiro, ligando as ruas Sete de Setembro e Siqueira Campos.
Por meio do conjunto de edifícios organizados em torno da praça e dela fazendo parte, não estaríamos apenas estruturando arquitetonicamente a relação entre a Rua da Praia e o cais, mas também reunindo em um mesmo espaço urbano renovado e com elevada qualidade plástica, três edificações de valor arquitetônico e representativas dos subsequentes períodos das arquiteturas eclética, moderna e contemporânea.
Sublinhe-se que na continuação desse eixo, quando ele encontra o muro da Mauá, seria necessária a abertura de uma passagem, na forma de um pórtico, com dimensão e desenho condizentes, pelo qual se acessaria à orla em local onde não existem os antigos armazéns do porto a serem preservados e requalificados pelo Projeto Cais Mauá. Área a ser tratada como um largo que, na condição de término do eixo, acolheria, de maneira adequada, as pessoas que por ali acessassem a orla.
Teríamos assim, como resultado, mais uma ligação da Rua da Praia com o cais, por meio da construção de um percurso urbano de qualidades arquitetônicas singulares, num local que tem sobejamente as condições de reunir num mesmo projeto todos os elementos aqui elencados e que, como tal, só ali pode ser realizado. E nessas condições, o prédio da nova biblioteca preencheria funções e atenderia demandas mais amplas do que aquelas a ela especificamente vinculadas. As consequências e os significados da sua construção seriam transcendentes a ela própria, pois estariam associados a um importante projeto de qualificação da arquitetura da cidade na área central de Porto Alegre, preservando as suas características históricas e, simultaneamente, reforçando a sua condição de centro urbano contemporâneo.
Aqui pretendo ater-me às situações encontradas no Centro Histórico, propondo para elas algumas intervenções urbanas relevantes pela sua natureza. E o faço não ignorando a importância do que já foi e está sendo realizado nessa área da cidade. Mas se são louváveis todas as obras de recuperação de edificações de valor cultural e de espaços urbanos significativos ali localizados, elas não são, entretanto, suficientes para que, por meio delas, se trate de tudo aquilo que urge ser tratado nessa região, no que tange à qualidade da sua arquitetura urbana e dos serviços a serem oferecidos; ambos, no caso, sob a responsabilidade do Poder Público. E nesse sentido cabe, ainda uma vez, relembrar as palavras da ex-ministra da Cultura Ana de Holanda: “Na visão tradicional, arquitetura e urbanismo só são cultura quando a gente olha para trás, na hora de tombamento e restauração. Isso é importante, mas não é tudo. Arquitetura e urbanismo são cultura também no momento presente de cada cidade e na criação de seus desenhos e possibilidades futuras. Hoje, diante da crise geral das cidades brasileiras, isso vale mais do que nunca.”
Para que o Centro Histórico de Porto Alegre seja expressivo culturalmente, deve absorver obras arquitetônicas contemporâneas de qualidade. E, dadas as circunstâncias, isso não somente é necessário como é possível, pois locais disponíveis existem para tanto, sem que se ponha em risco o patrimônio que merece ser preservado. Ao contrário, novas construções poderão ser erguidas contribuindo para valorização das pré-existências que merecem um tal tratamento.
Ademais, fala-se muito nos projetos que serão realizados no cais do porto e na parte da orla contígua ao Centro Cultural da antiga Usina do Gasômetro, no sentido da zona sul. Não se tem, no entanto, salvo melhor juízo, dedicado a devida atenção às possíveis e imprescindíveis relações que estes projetos devem estabelecer com a cidade, e que só serão corretamente implementadas se o forem por meio de outras intervenções que, além de justificáveis pelos seus valores intrínsecos, sejam também complementares àqueles.
No que tange, por exemplo, à relação do Projeto Cais Mauá com a cidade, que se saiba, muito pouco foi pensado, a não ser aquelas relações óbvias, resultantes da proximidade física; ou aquela relação pré-existente que se dá por meio do Portão do Cais e da Avenida. Sepúlveda, e que já foi valorizada por recentes ações urbanas, incluindo a Praça da Alfândega. Mas somente isso não basta; assim, outras ações devem ser implementadas arquitetonicamente por meio de projetos que se tornam ainda mais indispensáveis como decorrência da existência do polêmico muro da Mauá. Um muro que deverá permanecer como uma inconveniente barreira que não será superada tão somente pelo seu tratamento enquanto cortina d’água, tal como está previsto.
E assim como existe o eixo ligando a Rua da Praia e a Praça da Alfândega ao cais, por meio da Avenida Sepúlveda, outras duas situações deveriam ser tratadas de forma semelhante. Refiro-me ao percurso que iria dessa mesma rua à orla, passando pelo antigo Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mario Quintana; e ao outro que, partindo do adro da Igreja das Dores, conduziria no sentido do cais, pela Avenida Padre Tomé.
É sobretudo a primeira situação que aqui pretendo abordar, sem deixar, no entanto, de fazer rápidas observações sobre a segunda, sublinhando que qualquer intervenção que vise dar ao eixo das Dores o caráter que precisa ter, passa pela retirada das instalações do DEP localizadas no encontro das Avenidas Padre Tomé e Mauá. Assim como, é óbvio, faz-se necessário dar um uso ao pequeno terreno cercado por infectos tapumes, igualmente localizado nesse encontro e fronteiro aquelas instalações.
No que tange ao eixo que inclui a casa de Cultura Mário Quintana, cabe de imediato destacar que nada de minimamente adequado aí será feito se não se promover a retirada dos galpões da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, localizados entre as ruas Sete de Setembro e a Siqueira Campos. Sublinhe-se que esses galpões e as atividades que neles ocorrem se enquadram naquelas condições referidas no início desse artigo, atinentes à inadequação da localização de certos prédios públicos e aos malefícios que eles causam à cidade. À má qualidade da sua “arquitetura” se soma uma atividade que, embora necessária, é totalmente incompatível com o lugar que ocupa no Centro Histórico. É, portanto, inadmissível a presença de ambos, e urge substituí-los por novas edificações com outros usos, visando qualificar um espaço que, sob todos os pontos de vista, deve merecer um tratamento arquitetônico à altura da sua importância.
Destaque-se igualmente que, ao longo desse eixo, partindo da Rua da Praia e chegando à Avenida Mauá, encontram-se dois exemplares muito significativos de importantes períodos da história da arquitetura brasileira e de Porto Alegre: o já lembrado prédio da Casa de Cultura Mário Quintana e o da sede da Superintendência do DNIT. O primeiro é uma das mais expressivas obras da nossa arquitetura eclética; o segundo, é um exemplo representativo dos poucos edifícios da arquitetura moderna de boa qualidade existentes em nossa cidade. E soma-se a isso o fato de que o prédio do Centro de Cultura é tombado como patrimônio estadual: e o prédio da Superintendência do DNIT também deveria sê-lo. O que, por si só, já exigiria um tratamento adequado do entorno de ambos visando a um conjunto harmônico para a região. Porém, infelizmente, entre os dois, hoje, estão os galpões dos Correios.
Cabe aqui uma pequena digressão, para dizer que este texto já estava praticamente concluído quando tive a grata surpresa de ler, nesse mesmo jornal Zero Hora, em março deste ano, um artigo assinado pelo poeta e crítico de arte Armindo Trevisan, intitulada RS Exige Nova Biblioteca. Refiro-me a isso porque a ideia da necessária construção de uma Biblioteca Pública contemporânea, localizada em Porto Alegre, sempre foi central neste artigo. Por isso me associo ao que defende Trevisan, malgrado alguns pontos de discordância que se tornarão explícitos no que exponho a seguir; frisando, porém, que o foco das questões aqui por mim tratadas não se apoiam, em absoluto, nessas divergências. O que me move, é tão somente a vontade de tornar pública opiniões há muito externadas de forma restrita, sobretudo a um pequeno círculo de colegas de profissão.
Isso posto, é sabido que Porto Alegre e seu Centro Histórico são carentes de alguns equipamentos públicos indispensáveis a uma cidade capital. Uma nova e moderna biblioteca pública, por exemplo, de longa data se faz mais do que necessária; e não é preciso frisar que se trata de algo imprescindível a uma cidade que se pretenda contemporânea e atenciosa com a cultura e o saber. E se a nossa antiga Biblioteca Pública Estadual, que tanto e bons serviços prestou e continua a prestar, deve ser preservada, a exemplo da antiga Biblioteca Nacional da França, não se pode entretanto à ela pedir o que não tem condições de oferecer. Uma biblioteca, com as características que hoje Porto Alegre precisa, é muito mais do que uma instituição onde se instalam coleções de livros e congêneres, disponíveis para estudo, leitura e consulta, por melhor que ela seja no gênero.
Por que então não construir uma nova, no lugar onde se encontram os citados galpões dos Correios e Telégrafos? E construí-la de molde a que a sua edificação contribua de forma clara e intencional para a qualificação do lugar e para a configuração arquitetônica do eixo urbano do qual ela seria, junto com os dois exemplares arquitetônicos antes citados, um dos principais elementos constituintes. E para tanto, é recomendável que a essa nova construção esteja associada uma praça seca (sem árvores), fronteira a ela, estendendo-se ao longo da Travessa Araujo Ribeiro, ligando as ruas Sete de Setembro e Siqueira Campos.
Por meio do conjunto de edifícios organizados em torno da praça e dela fazendo parte, não estaríamos apenas estruturando arquitetonicamente a relação entre a Rua da Praia e o cais, mas também reunindo em um mesmo espaço urbano renovado e com elevada qualidade plástica, três edificações de valor arquitetônico e representativas dos subsequentes períodos das arquiteturas eclética, moderna e contemporânea.
Sublinhe-se que na continuação desse eixo, quando ele encontra o muro da Mauá, seria necessária a abertura de uma passagem, na forma de um pórtico, com dimensão e desenho condizentes, pelo qual se acessaria à orla em local onde não existem os antigos armazéns do porto a serem preservados e requalificados pelo Projeto Cais Mauá. Área a ser tratada como um largo que, na condição de término do eixo, acolheria, de maneira adequada, as pessoas que por ali acessassem a orla.
Teríamos assim, como resultado, mais uma ligação da Rua da Praia com o cais, por meio da construção de um percurso urbano de qualidades arquitetônicas singulares, num local que tem sobejamente as condições de reunir num mesmo projeto todos os elementos aqui elencados e que, como tal, só ali pode ser realizado. E nessas condições, o prédio da nova biblioteca preencheria funções e atenderia demandas mais amplas do que aquelas a ela especificamente vinculadas. As consequências e os significados da sua construção seriam transcendentes a ela própria, pois estariam associados a um importante projeto de qualificação da arquitetura da cidade na área central de Porto Alegre, preservando as suas características históricas e, simultaneamente, reforçando a sua condição de centro urbano contemporâneo.