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4 de maio de 2012

NOTA À IMPRENSA: Obras do Socioambiental não podem parar

O Projeto Integrado Socioambiental (Pisa) constitui-se no maior investimento feito pela prefeitura em saneamento. São R$ 383 milhões na implantação de uma infraestrutura composta por redes coletoras de esgoto, emissários, interceptores, estações elevatórias e uma estação que tratará até 4.100 l/s. Essas obras beneficiarão as três maiores bacias hidrográficas da Capital (bacias dos arroios Dilúvio, Cavalhada e Restinga, onde se concentra a metade da população da cidade), trazendo indiretamente melhorias para toda a população, pois irão impactar favorável e rapidamente a qualidade do Lago Guaíba, permitindo que, em um futuro próximo, ele fique novamente balneável.
Na bacia do Arroio Cavalhada, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) implantou, de agosto de 2008 até meados de 2010, 64 quilômetros de redes coletoras de esgoto no valor de R$ 32 milhões. Na região, não havia sequer um metro de rede implantada, sendo que todo o sistema de esgotamento sanitário era misto - cloacal e pluvial juntos -, e a condução do esgoto para tratamento era só em tempo seco (sem chuva).
A obra do interceptor do arroio Cavalhada, no total, tem 6 quilômetros de extensão e serve para, como o nome diz, interceptar o esgoto e não deixar que este caia em suas águas. Faltam 103 metros para que seja concluído, trecho que corresponde à passagem por baixo do arroio e atravessa a avenida Icaraí.
Desde 2009, e graças às alterações no traçado do interceptor, feitas para reduzir o número de famílias que precisavam ser reassentadas para a sua execução (reduzimos de 500 para cerca de 50 as famílias que precisavam ser reassentadas), o escritório do Pisa para o reassentamento voluntário das famílias conseguiu negociar o reassentamento, por meio do bônus moradia, de quase todas, com exceção das duas famílias que agora movem ação contra o Dmae e a prefeitura, sob a alegação de que não teriam sido avisadas das obras que lá estavam sendo realizadas. Com a recusa do reassentamento e com o compromisso da prefeitura municipal de não remover ninguém para outro bairro se não houvesse aceitação, mesmo que as casas tivessem em uma área pública de propriedade do município, a equipe técnica do Dmae, juntamente com a empresa construtora, resolveu fazer a passagem do emissário pela avenida Icaraí, pelo método chamado não destrutivo e que consiste em fazer um túnel a uma profundidade de sete metros e que também passaria por baixo das duas casas que resolveram permanecer no local.
Isso mostra que o Dmae teve o cuidado de respeitar a decisão dos moradores, mas, por outro lado, também atender a uma necessidade sanitária, pois o interceptor precisa ser logo concluído, na medida em que as casas estão se ligando na rede, e o esgoto acabará por chegar na Vila Nossa Senhora das Graças, causando um enorme problema sanitário.
No dia 16 de abril, ocorreu um problema com a obra, que foi a existência de uma pedra por debaixo de uma das casas, que provocou o surgimento de um buraco no pátio interno de uma delas, mas sem afetar a sua estabilidade. Tão logo o fato ocorreu, a construtora e o Dmae fecharam o buraco e consertaram as redes de água e esgoto que passavam pela área de serviço. A obra foi suspensa, e o Dmae passou a negociar a saída das quatro famílias afetadas por medida de precaução, já que seria impossível prever todos os impactos que a remoção da pedra poderia ocasionar. Um Termo de Compromisso seria assinado com as famílias, que iriam para um apart-hotel com diárias e todas as despesas pagas. Qualquer problema com as casas seria reparado. Mas não houve acordo com as famílias, e elas entraram na Justiça para embargar a obra. A juíza de plantão determinou a desocupação das casas e a paralisação das obras até a contestação pela parte intimada. Marcou para esta quinta-feira, 3, uma audiência de conciliação. Novamente, os autores não aceitaram em juízo um acordo entre as partes, e o Dmae entrou com uma Ação de Reconvenção com o pedido de antecipação de tutela quanto à desocupação temporária do imóvel para que o Dmae possa concluir a obra. Esperamos com tranquilidade a decisão do Judiciário, a quem cabe intermediar conflitos de interesse.

Texto de: Angélica Ritter
Edição de: Vanessa Oppelt Conte