Foto: Guilherme
Daroit/Divulgação PMPA
Cléo Busatto falou de sua experiência com a cultura dos índios Kaingang
Cléo Busatto falou de sua experiência com a cultura dos índios Kaingang
Diante de uma plateia formada por cerca de 40 professores, bibliotecários e coordenadores culturais de escolas da rede municipal de ensino, o evento teve início com a fala de um convidado. Vanderlei de Paula Gomes, assessor de Relações Etnicorraciais da Smed, falou rapidamente sobre sua trajetória com a Pedagogia Griô, que tem por princípio a inclusão de vivências afetivas e culturais, como a cantoria, a dança e a contação de histórias no processo de aprendizagem. O depoimento foi encerrado com a recitação do poema “Aliança de Papel”, de Odilon Ramos.
Depois, foi a vez de Cléo, formada em teatro e com mestrado em Letras focado na contação de histórias em meios digitais, conduzir a atividade. Com auxílio de slides e músicas, a escritora contou o início de sua trajetória como escritora e sobre sua experiência com a cultura dos índios Kaingang. Declamando e cantando, Cléo contou aos presentes a lenda de Fiietó, mito kaingang para a criação do fogo. “Fui procurar sobre a mitologia do Paraná e não havia encontrado nada, até descobrir esta tribo”, contou. A partir daí, escreveu um livro, intitulado “Paiquerê, o paraíso dos Kaingang”, que se transformou em espetáculo musical, CD-rom e, por fim, no eixo principal da palestra.
Durante o transcorrer do encontro, Cléo relacionou o convívio que teve com a cultura indígena à importância da contação de histórias em relação ao aprendizado. “Não interessa quem eu sou, quem eles são, somos todos irmãos de mundo, e a literatura oral tem esse poder de nos aproximar, de formar uma cultura de paz”, afirmou. “É só conhecendo as histórias dos povos que podemos ter a sensação de pertencimento ao todo e, a partir disso, minimizar o que gera casos de xenofobia e preconceito”, continuou.
A escritora também falou sobre a importância dos educadores nesse processo. “Infelizmente, não temos mais famílias leitoras, e a escola acaba assumindo esse papel. A literatura salva, recupera nossa humanidade, e as experiências de leitura na infância são muito importantes nesse sentido”, concluiu.
Adote um Escritor – Resultante de parceria entre Smed e CRL, busca potencializar a formação de novos leitores e escritores. Durante o ano, as escolas municipais adquirem obras literárias de autores (escritores e ilustradores) do Rio Grande do Sul e do Brasil, escolhidos coletivamente. As obras são trabalhadas durante o período letivo em sala de aula. Convidado, o autor visita a instituição que o adotou e interage com a comunidade escolar. Em 2012, estão sendo destinados R$ 825 mil pela prefeitura para o programa.
/educacao
Texto de: Tiago
Nequesaurt
Edição de: Vanessa Oppelt Conte
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
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