Instalada na Avenida Ipiranga, no bairro Santana, Acadêmicos da Orgia é foco de reclamações
Abalado, presidente da entidade diz que se a escola sair do local, tem de enrolar a bandeira e parar
Foto:
Lívia Stumpf / Agencia RBS
Depois de avisar, na quinta-feira passada, que daria o sinal verde para a
Procuradoria-geral do Município dar início ao processo de desocupação
do terreno onde fica a Acadêmicos da Orgia, na Avenida Ipiranga, a
Secretaria Municipal da Cultura (SMC) resolveu dar uma nova chance para a
escola de samba se adequar.
A decisão gerou revolta entre os vizinhos da agremiação, que afirmam não suportar mais o som alto dos eventos e seu prolongamento até a madrugada.
Obancário Orion da Silva Bonorino, 38 anos, que já fez 27 denúncias à prefeitura contra a escola, estava animado com a determinação do secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, de pedir a retomada da área pela prefeitura. Até que soube da novidade. Na quarta-feira, uma reunião entre os carnavalescos e a SMC definirá se a entidade permanecerá no local.
— É lamentável. Dar mais uma oportunidade é complicado. Sexta-feira é sagrada para eles. Não tem condição de ficar em casa. Eu entro no quarto e ligo o ar, não dá para fazer nada — afirmou.
O enfermeiro Cristiano Uggeri, 24 anos, destacou que há festas no local até quatro vezes por semana.
— Quinta e domingo termina pela meia-noite, mas sexta e sábado segue até umas três da manhã — relatou.
Outro morador, um comerciante de 61 anos, que pediu para não ser identificado, ficou revoltado com a nova chance à Acadêmicos. O sono perdido nas noites de barulho é a maior perturbação no seu cotidiano, disse ele.
— É a pior notícia de todos os tempos. Fiquei decepcionado. Eu preciso acordar às 5h30min. Para mim, é terrível. Além do barulho, eles largam os carros em cima da calçada, se embriagam, fazem arruaça — reclamou.
Presidente da entidade tentará reverter ação
A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre investiga os problemas relacionados à poluição sonora que seria gerada pela escola. De acordo com a promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, a prefeitura, por meio da SMC, deverá prestar informações sobre o cumprimento da legislação ambiental municipal por parte da escola, que ocupa local público. O secretário-adjunto da Cultura, Vinícius Brum, reforça que a pasta realizou cobranças à Acadêmicos pelo desrespeito a normas de silêncio:
— É recorrente a quantidade de reclamações da vizinhança. Tem todo um regramento de horários que vem sendo sistematicamente descumprido.
O presidente da entidade, Darci Gonçalves, garante que são realizados eventos apenas às sextas, que não se estendem muito além das 2h. E que aos domingos, as festas noturnas deixaram de ser feitas desde agosto
Instalada na quadra há 53 anos, a verde e branco conquistou três títulos do Grupo Especial, na década de 1970.
A decisão gerou revolta entre os vizinhos da agremiação, que afirmam não suportar mais o som alto dos eventos e seu prolongamento até a madrugada.
Obancário Orion da Silva Bonorino, 38 anos, que já fez 27 denúncias à prefeitura contra a escola, estava animado com a determinação do secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, de pedir a retomada da área pela prefeitura. Até que soube da novidade. Na quarta-feira, uma reunião entre os carnavalescos e a SMC definirá se a entidade permanecerá no local.
— É lamentável. Dar mais uma oportunidade é complicado. Sexta-feira é sagrada para eles. Não tem condição de ficar em casa. Eu entro no quarto e ligo o ar, não dá para fazer nada — afirmou.
O enfermeiro Cristiano Uggeri, 24 anos, destacou que há festas no local até quatro vezes por semana.
— Quinta e domingo termina pela meia-noite, mas sexta e sábado segue até umas três da manhã — relatou.
Outro morador, um comerciante de 61 anos, que pediu para não ser identificado, ficou revoltado com a nova chance à Acadêmicos. O sono perdido nas noites de barulho é a maior perturbação no seu cotidiano, disse ele.
— É a pior notícia de todos os tempos. Fiquei decepcionado. Eu preciso acordar às 5h30min. Para mim, é terrível. Além do barulho, eles largam os carros em cima da calçada, se embriagam, fazem arruaça — reclamou.
Presidente da entidade tentará reverter ação
A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre investiga os problemas relacionados à poluição sonora que seria gerada pela escola. De acordo com a promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, a prefeitura, por meio da SMC, deverá prestar informações sobre o cumprimento da legislação ambiental municipal por parte da escola, que ocupa local público. O secretário-adjunto da Cultura, Vinícius Brum, reforça que a pasta realizou cobranças à Acadêmicos pelo desrespeito a normas de silêncio:
— É recorrente a quantidade de reclamações da vizinhança. Tem todo um regramento de horários que vem sendo sistematicamente descumprido.
O presidente da entidade, Darci Gonçalves, garante que são realizados eventos apenas às sextas, que não se estendem muito além das 2h. E que aos domingos, as festas noturnas deixaram de ser feitas desde agosto
Instalada na quadra há 53 anos, a verde e branco conquistou três títulos do Grupo Especial, na década de 1970.
ZERO HORA