PARA MOSTRAR AO TURISTA?
Bonito painel em 
ladrilhos no aeroporto Salgado Filho, 
visível "para quem 
sai de Porto Alegre" 
Sempre que muitos 
reclamam que nossa música gauchesca não ultrapassa os limites do Rio Mampituba, 
na divisa com Santa Catarina, sinceramente eu não dou a menor importância. Acho 
que a música crioula é feita para nós mesmos que conhecemos e vivenciamos nossa 
cultura. Para nós que somos telúricos e carregamos o sentimento nativo 
apresilhado na alma.
Para falar a 
verdade acho meio esquisito quando grupos gauchescos, de bota e bombacha, se 
apresentam no Programa do Faustão. Penso que esta aparição nacional não leva a 
coisa alguma (a não ser vender mais bailes) e, como diz a gurizada, não tem nada 
a ver a gauchada fazendo força para agradar a um público não receptivo e aquela 
mulherada de ancas largas rebolando ao fundo. 
As pessoas tem que 
gostar da gente e da nossa forma de ser, do jeito que somos, sem forçar a 
barra....
Contudo, está chegando por aí a Copa do Mundo 
e, me colocando no lugar dos turistas adentrando ao Rio Grande do Sul, fico 
pensando no que temos culturalmente para mostrar á este pessoal.
Que o Rio Grande do Sul é um Estado que preserva suas tradições com entusiasmo e atavismo, não tenho a menor dúvida. Eu mesmo estou inserido neste contexto, agora, da mesma forma que a música, fazemos tradição para nós mesmos, pois, além do culto inserido em cada gaúcho, o que temos, organizadamente, para mostrar aos leigos de nossa cultura?
Não falo em eventos como festivais, rodeios, pois estes acontecem a todo o fim de semana mas, com raras exceções, não estão oficializadas nos calendários turísticos do Rio Grande.
Que o Rio Grande do Sul é um Estado que preserva suas tradições com entusiasmo e atavismo, não tenho a menor dúvida. Eu mesmo estou inserido neste contexto, agora, da mesma forma que a música, fazemos tradição para nós mesmos, pois, além do culto inserido em cada gaúcho, o que temos, organizadamente, para mostrar aos leigos de nossa cultura?
Não falo em eventos como festivais, rodeios, pois estes acontecem a todo o fim de semana mas, com raras exceções, não estão oficializadas nos calendários turísticos do Rio Grande.
Nos coloquemos na posição de um turista.
No aeroporto Salgado Filho, afora uns lindos 
painéis em ladrilhos cito na área de embarque, isto mesmo, para quem está indo 
embora daqui, nada indica que estamos num Estado onde a cultura predominante é a 
gauchesca. 
Temos alguma casa de shows temáticos? Não! 
Temos restaurantes gastronômicos típicos? Sim, 
embora as churrascarias, hoje em dia, tenham se nacionalizado.
Temos um museu que conte a história e que 
concentre e demonstre a cultura ancestral do nosso povo? Não!
Temos um teatro permanente com peças 
representativas da cultura do sul? Não! 
Temos um grupo folclórico oficial a mostrar aos 
visitantes nossa rica coreografia? Não! (que saudades do Grupo Folclórico da 
VARIG, dos Muuripás e dos Gaúchos). 
Temos monumentos em condições de serem 
mostrados a um visitante? Com exceção do laçador, não!
Temos placas indicativas de locais históricos em Porto Alegre? Não! Na ponte da Azenha, onde tudo começou (Revolução Farroupilha), não há um registro, uma informação sequer.
Temos visitas organizadas tipo City Tur em locais representativos de nossa cultura? Não!
Temos placas indicativas de locais históricos em Porto Alegre? Não! Na ponte da Azenha, onde tudo começou (Revolução Farroupilha), não há um registro, uma informação sequer.
Temos visitas organizadas tipo City Tur em locais representativos de nossa cultura? Não!
 
 
 
