Lorena Martins | Foto: Arquivo da Autora |
CLL - De que maneira começou a tua relação com a poesia? Começou primordialmente por ela ou teve passagem por outros gêneros literários?
L.M - Aprendi a ler e a escrever sozinha, aos 5 anos, mexendo nos materiais de escola do meu irmão mais velho, nos livros que meu pai nos dava. Ler e escrever sempre foram uma paixão. Aos 12, 13 anos, comecei a escrever poemas; escrevia também alguns contos. Aos 18, 19 anos, entendi que a minha expressão era a poesia, e que o que eu vinha escrevendo há anos estava amadurecendo.
CLL - Como é teu trabalho? Tem um rigor, uma rotina? Como tu concilia a produção poética com a tua outra profissão?
L.M - Não há rigor, não há rotina. Escrevo geralmente em casa, em silêncio, sem dia nem horário pré-estabelecidos. A poesia acontece. Muitas vezes após um filme, uma leitura, uma foto, uma pintura; ela vai se materializando dentro de mim. Às vezes com vinho, outras com chá; ou simplesmente com uma insônia desejada. E então é um mundo de cadernos, blocos, papeis soltos, pastas, e-mails. Trabalho com cultura e com texto (edição/revisão) desde os 19 anos. Trabalho é trabalho. A poesia está num outro lugar; a poesia é inevitável.
CLL - Qual é a expectativa que tu tens com a publicação da tua poesia? Por que é importante publicar?
L.M - Publicar é importante para que os outros possam me ler. Escrevo primeiramente para mim, é claro. Mas o outro é essencial. existimos a partir do outro. Ademais, o livro é fundamental para um escritor, é o que o coloca no mundo como escritor. As demais ferramentas de difusão da literatura (como a internet, por exemplo) são muito bem-vindas, mas não substituem o livro.
CLL - Qual a importância do Prêmio Açorianos pra ti e como tu acredita que ele repercute dentro da classe artística da região?
L.M - Estou muito feliz com a indicação. É meu primeiro livro, dá para imaginar a emoção? Me criei em Porto Alegre, é a minha cidade, é onde estão os meus pais, os meus irmãos, boa parte dos meus grandes amigos; é onde estão a minha infância, a minha adolescência, os meus primeiros poemas. O Prêmio Açorianos é importante para a cena cultural do RS e nacional. Estou muito honrada com a indicação.