No dia 03 de
dezembro às 20h, no Teatro Renascença, durante o show de lançamento dos
indicados aos Prêmios AÇORIANOS DE TEATRO e TIBICUERA
DE TEATRO INFANTIL 2012, serão lembrados e homenageados os artistas
Cláudia Meneghetti, Tatata Pimentel e Sergio Silva, que nos deixaram esse
ano. A apresentação terá entrada franca.
O evento é uma
realização da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre e conta com o
patrocínio da CAIXA.
SERGIO SILVA
Sérgio Silva, cineasta, ator, diretor,
professor, roteirista, produtor e cenógrafo. Entre curtas, médias e longas,
Sérgio garantiu um lugar de destaque na história do cinema com o filme “Anahy de
las Misiones" (1997), que conta a história de uma mulher (interpretada por Araci
Esteves) que, durante a Guerra dos Farrapos, segue os soldados nos campos de
batalha, pilhando os mortos em companhia de seus quatro
filhos.
Ele foi um dos responsáveis pelo
desenvolvimento do cinema no Rio Grande do Sul. A partir de 1975 foi ator e
também produtor e cenógrafo em 21 espetáculos de teatro apresentados em Porto
Alegre, com destaque para o período em que trabalhou com o Teatro Vivo da
diretora Irene Brietzke, em uma série de montagens a partir de textos de Bertolt
Brecht. Formado em Letras pela UFRGS em 1970, lecionou literatura no Colégio
Israelita por doze anos, depois foi professor de dramaturgia no Departamento de
Arte Dramática da UFRGS, até se aposentar em 2010.
Em 1961 tornou-se sócio do Clube de Cinema de
Porto Alegre, e alguns anos mais tarde foi chamado por seu presidente P. F.
Gastal para escrever crítica de cinema em jornais da capital.
Como diretor e roteirista, realizou 21 filmes,
sendo a maior parte deles curtas-metragens e vários realizados nas bitolas 16 mm
e super-8. "Sem Tradição, Sem Família e Sem Propriedade", de 1968, é considerado
um dos primeiros filmes em super-8 com intenção artística realizados no Brasil.
"Adiós, América do Sul", em 1984, conquistou medalha de prata no Festival
Internacional da UNICA, em Saint-Nazaire, na França.
Nos anos 1980 realizou curtas em 35 mm. Ainda
assim, seu primeiro longa-metragem, dirigido em parceria com o amigo e sócio
Tuio Becker, foi em 16 mm: "Heimweh/Nostalgia" (1990), crônica ficcional da vida
de um imigrante alemão no Rio Grande do Sul, totalmente falado em
alemão.
Fonte: G1
Sérgio nos deixou no dia 15 de agosto de
2012
CLAUDIA
MENEGHETTI
Porto-alegrense,
Cláudia começou a carreira artística como cantora, e foi levada para o teatro em
1978, pelas mãos do diretor e dramaturgo Carlos Carvalho. Ao longo da carreira,
trabalhou com grandes nomes da dramaturgia local, como Luiz Eduardo Crescente, e
Dilmar Messias. Seu trabalho de maior repercussão e sucesso foi na década de
1980, na comédia A Verdadeira História de Édipo Rei, paródia do mito grego e da
peça de Sófocles. Escrito por Toninho Neto e dirigido por Oscar Simch, o
espetáculo ficou em cartaz de 1985 a 1989.
Cláudia também se
dedicou, nos anos 1980, ao cinema, e ganhou dois Kikitos de melhor atriz no
Festival de Gramado pelos curtas Colombina Forever, de David Quintans, e Madamê
Cartô, de Nelson Nadotti, ambos de 1985.
Nos anos 2000, encenou
o monólogo Eternamente Dorothy, do mesmo Toninho Neto, pelo qual ganhou um
Açorianos. Depois disso, passou quase uma década afastada dos palcos, em
trabalhos no rádio, mas retornou em 2008, na peça Homens, do diretor Bob Bahlis.
Em seguida, entrou para o elenco de Dez (Quase) Amores, adaptação do livro
homônimo da escritora Claudia Tajes, na qual ficou até o início de 2012, quando
participou da temporada no Porto Verão Alegre. Ela foi indicada ao Açorianos
2008 de atriz coadjuvante pela participação em ambos os
espetáculos.
Cláudia, que nos
deixou no dia 17 de junho, cresceu em um ambiente ligado à arte e ao teatro. Seu
irmão, Meme Meneghetti, também era ator e contador de histórias.
Fonte: Zero
Hora.
Roberto Valfredo Bicca Pimentel, o Tatata
Pimentel, nasceu em 1938 do amor de Alcyr, um carioca que foi parar em Santa
Maria para trabalhar na viação ferroviária, por uma professora de Literatura
natural de Alegrete. Ficou sete anos na região central até a família se mudar
para Porto Alegre. Era um orgulhoso fruto do Colégio Estadual Júlio de
Castilhos, que "fez a sua cabeça para a vida inteira".
Após a primeira faculdade, de Arte Dramática na
UFRGS, concluída em 1959, estudou Letras, Direito, Jornalismo e fez mestrado em
Línguas Neolatinas na África, o que o levou também a uma temporada na Europa.
Depois, ainda fez doutorado em Teoria Literária. Na Faculdade de Comunicação
Social da PUCRS, deixou por 13 anos sua marca como professor do curso de
Jornalismo até 2000, quando passou a dedicar-se somente à TV. Até o fim do ano
passado, apresentou o programa Gente da Noite, na TVCOM.
Apesar de querido por muitos, espalhava que não
tinha amigos. Dizia também que, com mais de 70 anos, se permitia ser arrogante,
"porque já deu para viver e aprender muito":
— É que realmente sei mais do que o nível das
pessoas com que ando. Ser inteligente me prejudica. Vejo erro de amigos e digo:
"Não é isso, está errado!". Mas inimigos, se tenho, não os conheço, porque eles
morrem de medo de mim – declarou Tatata, às gargalhadas, em sua última
entrevista à revista Donna, de Zero Hora, em janeiro de 2011.
Na mesma entrevista, Tatata foi perguntado se
pensava na morte:
— A minha preocupação não é a morte, é quem vai
herdar a minha biblioteca.
Fonte: Zero Hora
Tatata nos deixou no dia 24 de outubro de
2012