Artigo do prefeito José Fortunati publicado nesta quinta-feira, 13, no
jornal O Globo:
A cidade inteligente
No Brasil foram poucos os líderes políticos que compreenderam que o verdadeiro reconhecimento não está somente no trabalho realizado, mas também naquilo que se espera e projeta para o futuro e no legado de transformações na vida pessoas.
A cidade inteligente
No Brasil foram poucos os líderes políticos que compreenderam que o verdadeiro reconhecimento não está somente no trabalho realizado, mas também naquilo que se espera e projeta para o futuro e no legado de transformações na vida pessoas.
No Rio de Janeiro, o melhor exemplo é a reforma urbana realizada por
Pereira Passos, que ainda hoje influencia a vida dos cariocas, mais de um século
depois da realização de tais intervenções.
As cidades inteligentes são aquelas que conseguem compreender esses
Desafios e lançam mão de todas as ferramentas que os avanços tecnológicos
permitem, tornando-se mais eficientes e prestando melhores serviços ao
cidadão.
Foi com esse pensamento que criamos o projeto Cidade Cognitiva, cujo
objetivo é simular os impactos antes da tomada de decisões sobre obras e ações
demandadas pelo Orçamento Participativo, onde a população porto-alegrense
participa ativa e diretamente na definição das prioridades para a gestão
municipal. E por esse trabalho Porto Alegre acabou de conquistar o
reconhecimento de Cidade Inteligente, título conferido no evento Smarter Cities
Challenge Summit, promovido pela IBM.
O conceito cidade inteligente é amplo e individual. Resolver o problema de
mobilidade urbana no caos do trânsito das grandes metrópoles, por exemplo, tem o
mesmo peso das ações inovadoras adotadas por um município cuja prioridade seja a
Produção de alimentos. O que importa é que as ações promovam transformações na
vida das pessoas e na sua forma de dialogar com a cidade. Cidade pioneira na
adoção do Orçamento Participativo, Porto Alegre agora precisa avançar na busca
do aperfeiçoamento democrático da aplicação dos recursos públicos.
Uma via de acesso capaz de suprir a demanda do trânsito, hoje, pode
significar desperdício de dinheiro se houver a saturação precoce dessa obra. A
realização de intervenções urbanas pontuais, para resolver problemas imediatos,
acaba transformando as cidades numa imensa colcha de retalhos, sem nunca
conseguir cobrir os pés.
O projeto Cidade Cognitiva, que contará com o desenvolvimento de um
software executado por técnicos vindos da matriz daquela empresa americana para
Porto Alegre, será a primeira iniciativa de planejamento do futuro de uma
capital envolvendo tecnologia e participação popular.
Uma cidade inteligente exige um espírito de Estado e não de governo. Os
desafios impostos aos municípios brasileiros em curto prazo são enormes, mas
cada prefeito tem o dever de olhar para além de sua gestão, planejando e
preparando as cidades para um futuro de desenvolvimento e
sustentabilidade.
Esperamos que o Cidade Cognitiva seja um embrião de uma ferramenta que
auxilie os gestores municipais nessa difícil, mas fundamental tarefa. Governar
no presente, com olhos no futuro.
*José Fortunati é prefeito de Porto Alegre
/artigo
Edição de: Manuel
Petrik
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
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