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14 de dezembro de 2012

Projeto reúne 30 artistas em Big Brother cultural na Usina do Gasômetro

Co.Lab - Laboratório de Criação Coletiva é a primeira ação do novo Núcleo de Economia Criativa montado pela Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre
Projeto reúne 30 artistas em Big Brother cultural na Usina do Gasômetro Jean Schwarz/Agencia RBS
Alguns dos 30 artistas prontos para entrar no confinamento na Usina do Gasômetro Foto: Jean Schwarz / Agencia RBS
São 30 artistas, nenhum deles superconhecido do público, mas todos escolhidos por uma equipe de curadores devido ao seu potencial criativo. Confinados na Usina do Gasômetro desde a manhã desta sexta-feira, eles participam de um Big Brother da cultura local, que pode ser acompanhado pelo público no site colabpoa.com.br ou no monitor que está instalado no térreo da Usina. A convivência termina às 22h deste sábado, e os trabalhos que eles criarem serão apresentados às 19h de domingo.
Este laboratório crativo, intitulado Co.Lab, marca o início das atividades do Núcleo de Economia Criativa (NEC), braço da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre (SMC) que foi lançado na quinta-feira e que funcionará a partir de 2013. A implementação das diretrizes do novo departamento tem a mão do secretário-adjunto da SMC, Antonio Hohlfeldt, que nomeou o gestor cultural Cláudio Santana como o responsável pelo seu desenvolvimento.
– A ideia é fortalecer a criação artística fora do sistema de produção, independentemente do mercado – diz Santana. – Vamos trabalhar basicamente no fomento de processos inovadores que surjam das coletividades.
Parece complexo, mas o Big Brother cultural da Usina do Gasômetro ajuda a entender a que vem o NEC.
Não é novidade que algumas das boas surpresas da produção contemporânea venham do trabalho de grupos, da união de artistas visuais, encenadores ou cineastas, inclusive com divisões subjetivas das funções de cada integrante desses grupos. A criação coletiva é um dos caminhos mais interessantes quando se pensa em inovação. Experiências de órgãos municipais de cidades como Londres, Madri e Barcelona, inspiradoras da SMC, corroboram essa tese.
Por isso a ideia de reunir jovens talentos. E incentivá-los a realizar algo à margem do engessado e necessariamente burocrático sistema de financiamento da arte em operação no Brasil.
– A indústria costuma usar o termo "economia criativa" pensando em inovação de produtos. Queremos direcionar o trabalho à cultura – explica Santana, lembrando que o Ministério da Cultura já tem um núcleo semelhante, que também serve de norte para o NEC.
Dos 30 artistas confinados, 10 vêm das artes visuais, outros 10, da música, e 10, da área audiovisual. Desde esta sexta-feira, eles formatam um show, um filme e uma exposição. Interrompem os trabalhos às 22h para se reunirem novamente no sábado, das 10h às 22h. É o resultado disso que será apresentado amanhã.
Embora dependa da administração da SMC que assume em janeiro, a atuação do NEC será norteada pela "transversalidade", diz Santana:
– Já há contatos com outras esferas do poder público, prefeituras como a de Buenos Aires, universidades como a UFRGS e a iniciativa privada.
Também já houve a assinatura de um termo de cooperação com o British Council, uma das principais organizações internacionais de fomento à cultura criativa. Para além da consultoria, os parceiros da Grã-Bretanha devem viabilizar a itinerância dos produtos culturais criados por aqui. A exemplo daquilo que for apresentado ao pôr do sol deste domingo.
O projeto:
> Das 10h às 22h desta sexta-feira, e no mesmo horário neste sábado, 30 artistas (10 músicos, 10 da área audiovisual e 10 das artes visuais) estão confinados na Usina do Gasômetro.
> Eles estão criando um filme, uma exposição e músicas para um show, que serão apresentados no domingo, às 19h, no mesmo espaço, com entrada franca.
> Todo o processo pode ser acompanhado no site colabpoa.com.br ou no monitor que está localizado no térreo da Usina.
> A experiência, intitulada Co.Lab – 1º Laboratório de Criação Coletiva de Porto Alegre, marca o início da atuação do Núcleo de Economia Criativa da Secretaria Municipal da Cultura.
> Este núcleo deve atuar formando coletivos de artistas para a criação de projetos que possam ser viabilizados à margem do sistema tradicional de financiamento cultural.
SEGUNDO CADERNO - ZERO HORA