Deputado Ricardo 
Tripoli
Nome: Jozi 
Grilli
Data: 17/12/12
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Hora: 14:22
E-mail: jogrilli@hotmail.com
Mensagem: Sou fã do teu blog, esse assunto tá bem em alta, 
gostaria muito de ler tua manifestação sobre a lei de proibição dos rodeios, 
afinal esta lei mexe muito com elementos culturais do Rio Grande. A comunidade 
gaúcha se encontra indignada com a situação.
Aguardo resposta! 
Abração!
Jozi 
Grilli
Gauchada 
amiga! Eu andava fugindo deste assunto igual solteirão foge de padre. Contudo, 
em face de pedidos como este do e-mail acima, mensagens via celular, twitter e 
chasques de todo o porte, resolvi me manifestar. 
E sabem 
porque eu andava nas sombras em relação a este tema? Por que estava (e ainda 
estou), em dúvidas se não estaria fazendo o que a maioria dos políticos com 
projetos polêmicos buscam, isto é, VISIBILIDADE. Ou vão me dizer que alguém, 
fora da geografia do Estado de São Paulo, já tinha ouvido falar em Ricardo Trípoli 
antes deste projeto? 
Pois antes de me manifestar fui buscar saber 
quem é Ricardo Trípoli. 
José 
Ricardo Alvarenga Tripoli nasceu 
em São 
Paulo, em 17 de abril de 1954, é advogado e ambientalista. Foi eleito vereador em 1982, e 4 vezes 
deputado estadual. Presidiu a Assembléia Legislativa em 1995, e em 1999 foi o 
secretário estadual do Meio Ambiente durante o governo Mário Covas. Defendendo 
plataforma ambientalista e de defesa dos direitos animais, foi eleito deputado 
federal pelo PSDB em 2006 tendo sido reeleito em 2010. Em seu primeiro mandato, 
foi o presidente da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso 
Nacional e o vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável. Entre seus principais projetos na área, destacaram-se a Política 
Estadual do Meio Ambiente, o Projeto São Paulo Pomar e o Código Estadual de 
Proteção aos Animais (Lei 11.977), conhecido como Lei Tripoli de Proteção 
Animal. No atual mandato é titular nas comissões de Meio Ambiente e 
Desenvolvimento Sustentável e Grupo de Trabalho - Código Florestal. 
Em resumo, 
me parece que o deputado é uma pessoa preocupada com o meio ambiente e com a 
proteção de animais. 
Eis, abaixo, seus dois últimos projetos 
aprovados: 
(Brasília, 18 de dezembro de 2012) – Vice-Líder do PSDB na 
Câmara Federal, o deputado Ricardo Tripoli (SP) apresentou à Comissão Mista de 
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional 23 emendas 
individuais. Ao todo elas destinam R$ 15 milhões para beneficiar o estado de São 
Paulo. As emendas contemplam as áreas de proteção animal; conservação ambiental; 
saúde pública; infraestrutura urbana e pesquisa científica.
(Brasília, 12 de dezembro de 2012) – A Comissão de Meio 
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou nesta quarta-feira, por 
unanimidade, parecer ao Projeto de Lei 2833/2011. De autoria do deputado federal 
Ricardo Tripoli (PSDB-SP), a proposta eleva consideravelmente as penas dos 
crimes cometidos contra cães e gatos e das práticas que atentam contra a vida, a 
saúde ou a sua integridade física.
Até aqui, 
estamos juntos.... 
Agora 
vamos ver o que diz seu polêmico projeto que visa acabar com os rodeios.
“O 
deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB/SP) apresentou, na última terça-feira, o 
Projeto de Lei 2086/2011 que proíbe a perseguição de animais em provas de 
rodeios. Segundo o texto levado ao Plenário da Câmara Federal, considera-se 
infrator o responsável da licença, ou alvará, que autorizou a realização do 
evento em que foram executadas as práticas contra os animais, bem como a 
autoridade, agente ou servidor que concedeu alvará ou licença para a realização 
do evento. A multa poderá chegar a R$ 30 mil. Em caso de reincidência, o valor 
dobrará.
Em sua 
justificativa, Tripoli cita o caso do bezerro que foi sacrificado na última 
sexta-feira após ficar paralítico durante uma prova na arena da 56º Festa do 
Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo. O peão Cesar Brosco foi 
o responsável pelo acidente com o animal e acabou sendo suspenso por seis meses 
pela Associação Nacional de Bulldog (ANB).
O 
pedido de afastamento de Cesar Brosco foi feito por técnicos do Centro de 
Estudos do Comportamento Animal (Ecoa) depois de análise das fotos e imagens de 
sua participação na prova de Bulldog. O relatório concluiu que a lesão da 
vértebra cervical do animal ocorreu devido a uma manobra executada de forma 
irregular pelo peão. Segundo os técnicos, foi um procedimento não permitido 
pelas regras.
A 
elaboração do projeto de lei do deputado Trípoli contou com a colaboração da 
União Internacional Protetora dos Animais (Uipa, entidade centenária afiliada à 
WSPA-Brasil). A Uipa já encabeçou importantes processos judiciais e 
representações no Ministério Público da União e do Estado de São Paulo contra os 
maus tratos aos animais.”
Opinião deste blogueiro:
Em 
princípio admiro e respeito todas as pessoas preocupadas com o meio ambiente e 
com os animais. O problema é que alguns ambientalistas, buscando notoriedade 
para suas entidades, extrapolam suas funções, muitas vezes por desconhecimento 
de causa. 
Falo e 
confirmo. Aqui mesmo, em 
Porto Alegre, nas nossas fuças, dezenas de carroceiros 
maltratam seus esqueléticos animais, fazendo-os carregar, abaixo de laço, cargas 
muito superiores a sua capacidade de força. Ninguém destes “protetores” vê ou 
faz nada!
Em 
contrapartida, diversas vezes tentaram proibir a Cavalgada do Mar, porque, vez 
em quando, morre um cavalo. Agora, ao que parece, exigiram a colocação de chips 
nos animais para medir a quilometragem percorrida. Que grande asneira... Mas o 
negócio é que a Cavalgada do Mar dá a tal de VISIBILIDADE que os carroceiros não 
dão. 
Eu lhes 
digo: - Sou cavaleiro, participo de cavalgadas, e antes de cuidar de minha 
pessoa, cuido de meu cavalo. Eu como ou bebo depois dele e há mais de ano não 
monto no seu lombo por conta de uma laminite (aguamento) que ele teve. O Rio 
Grande foi forjado a pata de cavalo e o gaúcho considera seu animal como 
extensão de suas pernas e não é meia dúzia de leigos ambientalistas que vão me 
dizer como cuidar de meu trono (cavalo). 
Da mesma forma, nunca vi em minhas cruzadas, algum estâncieiro, ou capataz, ou peão, maltratando uma rês. Ao contrário, no rigor do inverno estão tirando-as dos atoleiros, dos banhados. Protegem os bezerros, plantam lavouras para alimentação do gado pois sabem que da sobrevivência de seu plantel depende sua própria sobrevivência.
E somos os primeiros, senhor Deputado, a criticar a FARRA DO BOI um costume muito difundido aqui por Santa Catarina onde, realmente, se maltrata os animais. Pare seu governo, nas touradas, sempre torci pelo touro...
Da mesma forma, nunca vi em minhas cruzadas, algum estâncieiro, ou capataz, ou peão, maltratando uma rês. Ao contrário, no rigor do inverno estão tirando-as dos atoleiros, dos banhados. Protegem os bezerros, plantam lavouras para alimentação do gado pois sabem que da sobrevivência de seu plantel depende sua própria sobrevivência.
E somos os primeiros, senhor Deputado, a criticar a FARRA DO BOI um costume muito difundido aqui por Santa Catarina onde, realmente, se maltrata os animais. Pare seu governo, nas touradas, sempre torci pelo touro...
Mas seguimos no tema do projeto. Na minha 
opinião este deputado, também por desconhecimento de causa, fez uma 
generalização, ou seja, botou tudo num mesmo saco de gatos ao descrever a 
seguinte frase no texto da lei: “...proíbe a perseguição de animais em 
provas de rodeios” originando, em conseqüência, a proibição do 
tiro-de-laço, algo quase que inofensivo para o gado. 
Imagino eu 
que o parlamentar, com seu projeto, tenciona terminar com a prova de Bulldog 
(foto abaixo) onde o “vaqueiro” tenta derrubar e imobilizar a rês, no menor 
tempo possível, algo que nem é praticado nos rodeios no Rio Grande do Sul e onde 
o risco de acidentes com os animais é extremamente maior.
"Buldog". Prova 
americanizada que não ocorre nos rodeios gaúchos
Digo isto porque a 
justificativa de sua iniciativa é bem clara: "...Em sua justificativa, 
Tripoli cita o caso do bezerro que foi sacrificado na última sexta-feira após 
ficar paralítico durante uma prova na arena da 56º Festa do Peão de Boiadeiro de 
Barretos, no interior de São Paulo. O peão Cesar Brosco foi o responsável pelo 
acidente com o animal e acabou sendo suspenso por seis meses pela Associação 
Nacional de Bulldog (ANB)."
Tenho absoluta 
certeza que este legislador não sabe o que é um tiro-de-laço. Querem apostar? 
Ademais, nossos 
rodeios já são fiscalizados pelo MTG que proibe cordas de nylon, baixeiros 
disto, pelegos daquilo, esporas, facas, chapéus, e tem que haver um revezamento 
das rezes, justamente para não cansá-las demais. 
Então, caro 
deputado, reverenciando sua vocação de proteção aos animais e ao meio ambiente, 
solicitamos que revise seu projeto e não generalize, tentando acabar uma das 
atividades que tipificam a cultura do sul, até porque, se formos levar ao 
pé-da-letra, tem que terminar com os matadouros, os frigoríficos, as 
churrascarias... Mas aí, o buraco é mais embaixo! 
 


 
 
