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19 de dezembro de 2012

TUDO NUM MESMO SACO...


Deputado Ricardo Tripoli

Nome: Jozi Grilli
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Mensagem: Sou fã do teu blog, esse assunto tá bem em alta, gostaria muito de ler tua manifestação sobre a lei de proibição dos rodeios, afinal esta lei mexe muito com elementos culturais do Rio Grande. A comunidade gaúcha se encontra indignada com a situação.

Aguardo resposta!

Abração!

Jozi Grilli

Gauchada amiga! Eu andava fugindo deste assunto igual solteirão foge de padre. Contudo, em face de pedidos como este do e-mail acima, mensagens via celular, twitter e chasques de todo o porte, resolvi me manifestar.

E sabem porque eu andava nas sombras em relação a este tema? Por que estava (e ainda estou), em dúvidas se não estaria fazendo o que a maioria dos políticos com projetos polêmicos buscam, isto é, VISIBILIDADE. Ou vão me dizer que alguém, fora da geografia do Estado de São Paulo, já tinha ouvido falar em Ricardo Trípoli antes deste projeto?

Pois antes de me manifestar fui buscar saber quem é Ricardo Trípoli.

José Ricardo Alvarenga Tripoli nasceu em São Paulo, em 17 de abril de 1954, é advogado e ambientalista. Foi eleito vereador em 1982, e 4 vezes deputado estadual. Presidiu a Assembléia Legislativa em 1995, e em 1999 foi o secretário estadual do Meio Ambiente durante o governo Mário Covas. Defendendo plataforma ambientalista e de defesa dos direitos animais, foi eleito deputado federal pelo PSDB em 2006 tendo sido reeleito em 2010. Em seu primeiro mandato, foi o presidente da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional e o vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Entre seus principais projetos na área, destacaram-se a Política Estadual do Meio Ambiente, o Projeto São Paulo Pomar e o Código Estadual de Proteção aos Animais (Lei 11.977), conhecido como Lei Tripoli de Proteção Animal. No atual mandato é titular nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Grupo de Trabalho - Código Florestal.

Em resumo, me parece que o deputado é uma pessoa preocupada com o meio ambiente e com a proteção de animais.

Eis, abaixo, seus dois últimos projetos aprovados:

(Brasília, 18 de dezembro de 2012) – Vice-Líder do PSDB na Câmara Federal, o deputado Ricardo Tripoli (SP) apresentou à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional 23 emendas individuais. Ao todo elas destinam R$ 15 milhões para beneficiar o estado de São Paulo. As emendas contemplam as áreas de proteção animal; conservação ambiental; saúde pública; infraestrutura urbana e pesquisa científica.

(Brasília, 12 de dezembro de 2012) – A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, parecer ao Projeto de Lei 2833/2011. De autoria do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), a proposta eleva consideravelmente as penas dos crimes cometidos contra cães e gatos e das práticas que atentam contra a vida, a saúde ou a sua integridade física.

Até aqui, estamos juntos....

Agora vamos ver o que diz seu polêmico projeto que visa acabar com os rodeios.

“O deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB/SP) apresentou, na última terça-feira, o Projeto de Lei 2086/2011 que proíbe a perseguição de animais em provas de rodeios. Segundo o texto levado ao Plenário da Câmara Federal, considera-se infrator o responsável da licença, ou alvará, que autorizou a realização do evento em que foram executadas as práticas contra os animais, bem como a autoridade, agente ou servidor que concedeu alvará ou licença para a realização do evento. A multa poderá chegar a R$ 30 mil. Em caso de reincidência, o valor dobrará.

Em sua justificativa, Tripoli cita o caso do bezerro que foi sacrificado na última sexta-feira após ficar paralítico durante uma prova na arena da 56º Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo. O peão Cesar Brosco foi o responsável pelo acidente com o animal e acabou sendo suspenso por seis meses pela Associação Nacional de Bulldog (ANB).

O pedido de afastamento de Cesar Brosco foi feito por técnicos do Centro de Estudos do Comportamento Animal (Ecoa) depois de análise das fotos e imagens de sua participação na prova de Bulldog. O relatório concluiu que a lesão da vértebra cervical do animal ocorreu devido a uma manobra executada de forma irregular pelo peão. Segundo os técnicos, foi um procedimento não permitido pelas regras.

A elaboração do projeto de lei do deputado Trípoli contou com a colaboração da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa, entidade centenária afiliada à WSPA-Brasil). A Uipa já encabeçou importantes processos judiciais e representações no Ministério Público da União e do Estado de São Paulo contra os maus tratos aos animais.”

Opinião deste blogueiro:

Em princípio admiro e respeito todas as pessoas preocupadas com o meio ambiente e com os animais. O problema é que alguns ambientalistas, buscando notoriedade para suas entidades, extrapolam suas funções, muitas vezes por desconhecimento de causa.

Falo e confirmo. Aqui mesmo, em Porto Alegre, nas nossas fuças, dezenas de carroceiros maltratam seus esqueléticos animais, fazendo-os carregar, abaixo de laço, cargas muito superiores a sua capacidade de força. Ninguém destes “protetores” vê ou faz nada!

Em contrapartida, diversas vezes tentaram proibir a Cavalgada do Mar, porque, vez em quando, morre um cavalo. Agora, ao que parece, exigiram a colocação de chips nos animais para medir a quilometragem percorrida. Que grande asneira... Mas o negócio é que a Cavalgada do Mar dá a tal de VISIBILIDADE que os carroceiros não dão.

Eu lhes digo: - Sou cavaleiro, participo de cavalgadas, e antes de cuidar de minha pessoa, cuido de meu cavalo. Eu como ou bebo depois dele e há mais de ano não monto no seu lombo por conta de uma laminite (aguamento) que ele teve. O Rio Grande foi forjado a pata de cavalo e o gaúcho considera seu animal como extensão de suas pernas e não é meia dúzia de leigos ambientalistas que vão me dizer como cuidar de meu trono (cavalo).

Da mesma forma, nunca vi em minhas cruzadas, algum estâncieiro, ou capataz, ou peão, maltratando uma rês. Ao contrário, no rigor do inverno estão tirando-as dos atoleiros, dos banhados. Protegem os bezerros, plantam lavouras para alimentação do gado pois sabem que da sobrevivência de seu plantel depende sua própria sobrevivência.

E somos os primeiros, senhor Deputado, a criticar a FARRA DO BOI um costume muito difundido aqui por Santa Catarina onde, realmente, se maltrata os animais. Pare seu governo, nas touradas, sempre torci pelo touro...

Mas seguimos no tema do projeto. Na minha opinião este deputado, também por desconhecimento de causa, fez uma generalização, ou seja, botou tudo num mesmo saco de gatos ao descrever a seguinte frase no texto da lei: “...proíbe a perseguição de animais em provas de rodeios” originando, em conseqüência, a proibição do tiro-de-laço, algo quase que inofensivo para o gado.

Imagino eu que o parlamentar, com seu projeto, tenciona terminar com a prova de Bulldog (foto abaixo) onde o “vaqueiro” tenta derrubar e imobilizar a rês, no menor tempo possível, algo que nem é praticado nos rodeios no Rio Grande do Sul e onde o risco de acidentes com os animais é extremamente maior.

"Buldog". Prova americanizada que não ocorre nos rodeios gaúchos

Digo isto porque a justificativa de sua iniciativa é bem clara: "...Em sua justificativa, Tripoli cita o caso do bezerro que foi sacrificado na última sexta-feira após ficar paralítico durante uma prova na arena da 56º Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo. O peão Cesar Brosco foi o responsável pelo acidente com o animal e acabou sendo suspenso por seis meses pela Associação Nacional de Bulldog (ANB)."

Tenho absoluta certeza que este legislador não sabe o que é um tiro-de-laço. Querem apostar?

Ademais, nossos rodeios já são fiscalizados pelo MTG que proibe cordas de nylon, baixeiros disto, pelegos daquilo, esporas, facas, chapéus, e tem que haver um revezamento das rezes, justamente para não cansá-las demais.

Então, caro deputado, reverenciando sua vocação de proteção aos animais e ao meio ambiente, solicitamos que revise seu projeto e não generalize, tentando acabar uma das atividades que tipificam a cultura do sul, até porque, se formos levar ao pé-da-letra, tem que terminar com os matadouros, os frigoríficos, as churrascarias... Mas aí, o buraco é mais embaixo!