Na categoria Crônica do Prêmio Açorianos de
Literatura 2012, Ricardo Giuliani Neto figura entre os finalistas com
o livro Nas coxias do poder (Editora Dublinense, 2012). O livro concorre
com Borralheiro: minha viagem pela casa, de Fabrício Carpinejar, e
Jerusalém, livro de Airton Ortiz. Nas coxias do poder,
livro de Ricardo, advogado de formação, é pautado pela ironia marcante, que não
poupa nada nem ninguém. Explícito pelo título, a maioria das crônicas fala, ou
melhor, caçoa das relações políticas existentes. Não só da das relações
partidárias, mas também das mazelas e as contradições políticas existentes nos
três poderes.
Ao longo do livro, dividido em quatro partes,
cada uma com tal denominação: "Vossas Excelências", "Vossas senhorias",
"Meretíssimos", e "Senhoras e Senhores", respectivamente, Giuliani provoca, e
provoca forte, de diferentes pontos de vista. Não poupa antigos aliados, nem
mesmo velhos companheiros, e pra completar: dá um basta no politicamente
correto, brinca com seus adeptos. O livro, com um total de 29 crônicas, traz uma
escrita inquieta, mas não menos incomodativa, alfineta tudo e todos, as crônicas
são breves, embora pontiagudas.
Ricardo Giuliani Neto, além de escritor, é
advogado e professor universitário, Doutor em Direto, leciona há mais de uma
década. Gaúcho de Quaraí, Ricardo foi músico, sindicalista e um dos fundadores
do Partido dos Trabalhadores (PT). Além de Nas coxias do poder, é autor
de mais três livros. Atualmente reside em Porto Alegre.
Confira abaixo um trecho do livro:
Falar de direito e inovação, em si, é um paradoxo. O direito não vive de inovações. É um mecanismo cultural que vive no passado. A formulação é singela, apanham-se as boas experiências do passado, cria-se a regra protetiva no presente para exigi-la cumprida no futuro. Por isso, o direito é conservador por definição.