Depois de oito
publicações - sem contar os roteiros para a televisão -, Claudia Tajes se aventura num chão nunca
pisado: contos. Se tudo der certo, o livro, ainda de nome provisório, Sangue
no Olho, sairá até a metade do ano. A escritora pretende reunir mais de 50
“contos raivosos sobre homens e mulheres”.
Além do livro tomando corpo, Claudia segue trabalhando na Globo, junto à
equipe de uma novela das sete. Apesar de toda correria, consegue dar conta de
outros assuntos, como o Sarau Elétrico, que acontece todas as
terças-feiras no Bar Ocidente, e também de um ciclo de leituras programado para
fevereiro, juntamente com a Kátia Suman, na Casa de Idéias.
Claudia conta que
uma das preocupações é deixar Porto Alegre, “quando a novela for ao ar, talvez
eu tenha que mudar para o Rio. Mas procuro não pensar muito nisso nessa fase.
Evita (mais) rugas”.
Lembrando que Cláudia deixou a capital rio-grandense
por uma temporada ano passado a fim de se aventurar pelo mundo norte-americano.
De lá, a escritora trouxe novas experiências e planos. “Melhorei o inglês, mas
preciso saber escrever direito na língua porque estou - suprema pretensão -
começando um roteiro sobre o Henry David Thoreau, meu ídolo, sobre quem
não existe filme ou minissérie. Talvez não dê em nada, mas é um projeto que me
enche de entusiasmo. E estou aqui, tentando.”
José de Alencar, escritor, jornalista,
advogado, entre outras profissões, gostava de escrever histórias sobre o espaço
geográfico e a evolução histórica. Enquadrado nas primeiras, escreveu O
Gaúcho, no ano de 1870.
Nenhum ente porém, inspira mais
energicamente a alma do pampa que o homem, o gaúcho. De cada ser que povoa o
deserto, toma ele o melhor; tem a velocidade da ema ou da corça; os brios do
corcel e a veemência do touro. O coração fê-lo a natureza franco a descortinado
como a vasta coxilha, a paixão que o agita lembra os ímpetos do furacão; o mesmo
bramido,a mesma pujança. A esse turbilhão do sentimento era indispensável uma
grande amplitude de coração, imensa como a savana. Tal é o pampa. (página
14)
Se o livro retrata bem nossa cultura fica a critério de cada um, mas que José de Alencar é um ótimo escritor, com obras famosas e consagradas ninguém pode discordar. Alencar escreveu vários outros livros retratando as regiões do Brasil, mas este foi o primeiro deles. O livro foi adaptado para o cinema em 1957, com o título Paixão de Gaúcho.
O livro conta os acontecimentos anteriores à
Guerra dos Farrapos (1835). Em meio aos acontecimentos políticos, desenvolve-se
a trama central: o envolvimento amoroso entre Catita e Manuel Canho,
protagonista da história e exímio conhecedor dos pampas, capaz de entender e
dominar a alma dos cavalos.
Se o título te interessou, não te acanha e corre pra Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães pra conferir esta obra de Alencar sobre a nossa terra.