Serão nove dias de folia comandados por 14 blocos de diferentes estilos e ritmos
Integrantes dos blocos de rua reunidos antes do início da maior programação carnavalesca da Cidade Baixa
Foto:
Bruno Alencastro / Agencia RBS
Débora Ely
Cidade Baixa maravilhosa, cheia de encantos mil, coração da minha Porto Alegre.
A paródia com o hino carioca escrito em 1934 pelo compositor André
Filho não existe oficialmente, mas bem que poderia ser adaptada à
realidade do bairro mais sambista da Capital. Os organizadores descartam
as comparações com o Rio de Janeiro, mas a região está, enfim, se
aproximando dos fluminenses no quesito blocos de Carnaval.
Se em 2013 o evento foi grande, em 2014 a promessa é de que será enorme. Os mais de 84 mil foliões que saíram às ruas no ano passado devem repetir o sucesso e agregar o dobro de pessoas ao som de marchinhas e em meio a confetes e serpentinas a partir do próximo sábado até dia 15 de março. Serão 14 blocos e uma diversidade imensa de ritmos e tribos fomentadas por um incentivo a mais nesse Carnaval: uma parceria público-privada que incrementa a estrutura dos cortejos.
O investimento da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Juventude, é de R$ 200 mil no circuito da Cidade Baixa — mais de 30 vezes inferior à verba de R$ 6,7 milhões disponibilizada para o desfile das escolas de samba no Porto Seco. Neste ano, os blocos do circuito receberão o pagamento de cachê pela participação. Já equipamentos como carro de som, cadastramento de ambulantes, distribuição de brindes, serviços de segurança e limpeza privados e banheiros químicos estão garantidos por um patrocinador privado do evento. À frente da organização, o coordenador da associação Cidade Baixa Em Alta, Tiago Faccio, já ouviu relatos até mesmo de excursões do Interior se organizando para a folia. O objetivo é, sem dúvidas, agradar do pagodeiro ao roqueiro.
— Os blocos do bairro já costumam sair de qualquer maneira, então não estamos fazendo nada mais do que dar o mínimo de estrutura necessária, e, com isso, aumentar cada vez mais a participação do público nos eventos. Como é um grupo bem diversificado de blocos, desde um tradicionalíssimo que existe há mais de 20 anos a outro que transforma rock'n'roll e samba, acabamos agradando desde o fã saudosista do Carnaval até aquele que nunca teve contato — avalia Faccio.
A saída dos blocos não chega a ser novidade, mas a chamada profissionalização, sim. Em meio ao fenômeno de retomada da folia de rua na Capital, passaram a pipocar nos últimos anos novos grupos bairro afora. Sintoma disso é que, somente em 2014, cinco blocos fazem suas estreias na avenida: Bloco do Isopor, Império da Lã, Filhos do Cumpadi Washington, Skafolia e Ziriguidum Batucada Social Clube. Maria do Bairro, o primeiro grupo do chamado recomeço do movimento, nasceu há sete anos e, em 2013, arrastou 25 mil foliões à Rua Sofia Veloso.
— Em 2007, Porto Alegre tinha apenas atividades carnavalescas espetaculares, no sentido do espetáculo, mas sem nenhuma atividade que eu pudesse espontaneamente me envolver. Tivemos a ideia de criar o bloco e invadir a rua com uma bateria e marchinhas de Carnaval, chamando os vizinhos, os idosos e as crianças para brincar. Assim surgiu o Maria do Bairro: uma necessidade intrínseca de nos divertirmos e sermos felizes em uma cidade que nos oprimia e não apresentava nada para desopilarmos — sintetiza o carnavalesco Zeca Brito, um dos fundadores.
Longe dos desfiles oficiais, comunidade faz festa na rua
A espontaneidade do Carnaval de rua marcou época em Porto Alegre até a década de 1970, com blocos humorísticos como o Passa Fome e Anda Gordo e o Tira o Dedo do Pudim.
— Os nomes eram jocosos, criativos, e as pessoas iam não só para se divertir, mas também para chocar. Eles eram carregados de crítica política — recorda o comentarista de Carnaval e comunicador do Grupo RBS, Cláudio Brito.
Foi a organização dos desfiles de escolas de samba de Porto Alegre aos moldes do Rio de Janeiro, inaugurada pela Academia de Samba Praiana, que minguou as saídas de blocos e encandeceu o debate entre o Carnaval considerado espetáculo e aquele batizado de participação. Mas folião que é folião não deixa o samba morrer e, no final dos anos 1970, Waldemar de Moura Lima, o Pernambuco, ressuscitou a tradição já esquecida com a criação da Banda DK. A partir daí, outras começaram a surgir.
— Pensamos em criar um espaço onde essas bandas, pelo seu espírito anárquico, pudessem vir, desfilar e brincar. Então nasceu a Rua do Perdão, porque entendemos que uma pessoa que durante todo o ano passa por muito sacrifício e muita luta e se predispõe a cantar, brincar, sorrir e dividir a sua alegria com o outro... essa pessoa perdoou as violências que foram feitas contra ela — reflete Pernambuco.
Mais de 30 anos depois, a transferência dos desfiles das escolas de samba para o Porto Seco é um dos sintomas apontados pela explosão de novos blocos e ressurgimento dos antigos. Exemplo disso é o Areal do Futuro, projeto carnavalesco envolvendo crianças criado em um dos berços do samba na Capital — o Areal da Baronesa — após as dificuldades dos carnavalescos da comunidade em levar a escola Integração do Areal da Baronesa até os desfiles na Zona Norte.
— O Carnaval virou hoje muito comercial, se profissionalizou de uma forma tão efetiva que a essência do samba deixou de existir. Então resolvemos ir para uma outra linha em que conseguimos desfilar com alegria, descontração, sem o compromisso e a rigidez que as escolas de samba praticam — completa Julio Ducena, o Mestrinho, criador do bloco Panela do Samba.
Ordem para garantir o apoio da vizinhança
Incomodados com a folia extravasada na forma de brigas e falta de educação, alguns moradores da Cidade Baixa costumam entoar reclamações nos dias de saída dos blocos. Lixo espalhado pelas vias e a transformação das ruas em banheiros ao ar livre são alguns dos pontos de protesto. Neste ano, organizadores trabalham para minimizar os efeitos negativos da festa.
Uma das medidas a serem adotadas é a instalação de gradis nos meios-fios para permitir a livre passagem dos moradores nas calçadas. A colocação de mais do que o dobro de banheiros químicos (em 2013 foram 10, neste ano a promessa é de que serão pelo menos 30) e a dispersão dos blocos no Largo Zumbi dos Palmares para evitar que a barulheira se estenda no bairro são outras estratégias adotadas.
Mas a percepção dos carnavalescos é de que a comunidade vai se sensibilizando com o movimento. É o caso de Hermógenes de Oliveira Junior, morador da Rua Sarmento Leite e crítico ferrenho dos bares que descumprem os horários impostos por lei.
— Os blocos não costumam passar da meia noite. Então, quanto à brincadeira, não tenho nada contra. Claro que alguns se excedem, bebem demais e, depois que terminou o bloco, ainda querem fazer um bloco extra e fazem algazarra nas ruas. Mas, o evento em si não incomoda — relata.
O Maria do Bairro, por exemplo, tem como um dos seus maiores apoiadores um residencial geriátrico localizado na Rua Sofia Veloso — que, segundo o proprietário, Fabiano Bormann, se transforma em um camarote durante a festa. Até mesmo um bloco, intitulado de Sasarico da Melhor, foi criado para envolver os idosos que se vestem a rigor para o evento.
— É engraçado porque eles se identificam com o tempo que ainda podiam pular atrás do bloco. É uma forma de nossos hóspedes reviverem o Carnaval antigo e que vem sendo resgatado em Porto Alegre — explica Bormann.
Integrantes do bloco Galo de Porto recordam que, antes de uma saída da banda na Rua Lima e Silva, uma senhora abriu a porta de casa para pedir o fim da barulheira. Um policial militar que controlava a movimentação brandou:
— Minha senhora, está tudo autorizado. Estamos aqui para proteger o bloco e os foliões. Então, divirta-se!
— Ele realmente teve muita presença de espírito — finaliza Luís Oliveira, um dos organizadores do bloco.
Confira a programação completa*
* Todos os dias, a festa na rua será das 16h às 22h. A saída da maioria dos blocos será na Rua João Alfredo, esquina com a Lopo Gonçalves — à exceção dos blocos Maria do Bairro, Galo de Porto, B
PROGRAMAÇÃO:
E MAIS OUTROS
Se em 2013 o evento foi grande, em 2014 a promessa é de que será enorme. Os mais de 84 mil foliões que saíram às ruas no ano passado devem repetir o sucesso e agregar o dobro de pessoas ao som de marchinhas e em meio a confetes e serpentinas a partir do próximo sábado até dia 15 de março. Serão 14 blocos e uma diversidade imensa de ritmos e tribos fomentadas por um incentivo a mais nesse Carnaval: uma parceria público-privada que incrementa a estrutura dos cortejos.
O investimento da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Juventude, é de R$ 200 mil no circuito da Cidade Baixa — mais de 30 vezes inferior à verba de R$ 6,7 milhões disponibilizada para o desfile das escolas de samba no Porto Seco. Neste ano, os blocos do circuito receberão o pagamento de cachê pela participação. Já equipamentos como carro de som, cadastramento de ambulantes, distribuição de brindes, serviços de segurança e limpeza privados e banheiros químicos estão garantidos por um patrocinador privado do evento. À frente da organização, o coordenador da associação Cidade Baixa Em Alta, Tiago Faccio, já ouviu relatos até mesmo de excursões do Interior se organizando para a folia. O objetivo é, sem dúvidas, agradar do pagodeiro ao roqueiro.
— Os blocos do bairro já costumam sair de qualquer maneira, então não estamos fazendo nada mais do que dar o mínimo de estrutura necessária, e, com isso, aumentar cada vez mais a participação do público nos eventos. Como é um grupo bem diversificado de blocos, desde um tradicionalíssimo que existe há mais de 20 anos a outro que transforma rock'n'roll e samba, acabamos agradando desde o fã saudosista do Carnaval até aquele que nunca teve contato — avalia Faccio.
A saída dos blocos não chega a ser novidade, mas a chamada profissionalização, sim. Em meio ao fenômeno de retomada da folia de rua na Capital, passaram a pipocar nos últimos anos novos grupos bairro afora. Sintoma disso é que, somente em 2014, cinco blocos fazem suas estreias na avenida: Bloco do Isopor, Império da Lã, Filhos do Cumpadi Washington, Skafolia e Ziriguidum Batucada Social Clube. Maria do Bairro, o primeiro grupo do chamado recomeço do movimento, nasceu há sete anos e, em 2013, arrastou 25 mil foliões à Rua Sofia Veloso.
— Em 2007, Porto Alegre tinha apenas atividades carnavalescas espetaculares, no sentido do espetáculo, mas sem nenhuma atividade que eu pudesse espontaneamente me envolver. Tivemos a ideia de criar o bloco e invadir a rua com uma bateria e marchinhas de Carnaval, chamando os vizinhos, os idosos e as crianças para brincar. Assim surgiu o Maria do Bairro: uma necessidade intrínseca de nos divertirmos e sermos felizes em uma cidade que nos oprimia e não apresentava nada para desopilarmos — sintetiza o carnavalesco Zeca Brito, um dos fundadores.
Longe dos desfiles oficiais, comunidade faz festa na rua
A espontaneidade do Carnaval de rua marcou época em Porto Alegre até a década de 1970, com blocos humorísticos como o Passa Fome e Anda Gordo e o Tira o Dedo do Pudim.
— Os nomes eram jocosos, criativos, e as pessoas iam não só para se divertir, mas também para chocar. Eles eram carregados de crítica política — recorda o comentarista de Carnaval e comunicador do Grupo RBS, Cláudio Brito.
Foi a organização dos desfiles de escolas de samba de Porto Alegre aos moldes do Rio de Janeiro, inaugurada pela Academia de Samba Praiana, que minguou as saídas de blocos e encandeceu o debate entre o Carnaval considerado espetáculo e aquele batizado de participação. Mas folião que é folião não deixa o samba morrer e, no final dos anos 1970, Waldemar de Moura Lima, o Pernambuco, ressuscitou a tradição já esquecida com a criação da Banda DK. A partir daí, outras começaram a surgir.
— Pensamos em criar um espaço onde essas bandas, pelo seu espírito anárquico, pudessem vir, desfilar e brincar. Então nasceu a Rua do Perdão, porque entendemos que uma pessoa que durante todo o ano passa por muito sacrifício e muita luta e se predispõe a cantar, brincar, sorrir e dividir a sua alegria com o outro... essa pessoa perdoou as violências que foram feitas contra ela — reflete Pernambuco.
Mais de 30 anos depois, a transferência dos desfiles das escolas de samba para o Porto Seco é um dos sintomas apontados pela explosão de novos blocos e ressurgimento dos antigos. Exemplo disso é o Areal do Futuro, projeto carnavalesco envolvendo crianças criado em um dos berços do samba na Capital — o Areal da Baronesa — após as dificuldades dos carnavalescos da comunidade em levar a escola Integração do Areal da Baronesa até os desfiles na Zona Norte.
— O Carnaval virou hoje muito comercial, se profissionalizou de uma forma tão efetiva que a essência do samba deixou de existir. Então resolvemos ir para uma outra linha em que conseguimos desfilar com alegria, descontração, sem o compromisso e a rigidez que as escolas de samba praticam — completa Julio Ducena, o Mestrinho, criador do bloco Panela do Samba.
Ordem para garantir o apoio da vizinhança
Incomodados com a folia extravasada na forma de brigas e falta de educação, alguns moradores da Cidade Baixa costumam entoar reclamações nos dias de saída dos blocos. Lixo espalhado pelas vias e a transformação das ruas em banheiros ao ar livre são alguns dos pontos de protesto. Neste ano, organizadores trabalham para minimizar os efeitos negativos da festa.
Uma das medidas a serem adotadas é a instalação de gradis nos meios-fios para permitir a livre passagem dos moradores nas calçadas. A colocação de mais do que o dobro de banheiros químicos (em 2013 foram 10, neste ano a promessa é de que serão pelo menos 30) e a dispersão dos blocos no Largo Zumbi dos Palmares para evitar que a barulheira se estenda no bairro são outras estratégias adotadas.
Mas a percepção dos carnavalescos é de que a comunidade vai se sensibilizando com o movimento. É o caso de Hermógenes de Oliveira Junior, morador da Rua Sarmento Leite e crítico ferrenho dos bares que descumprem os horários impostos por lei.
— Os blocos não costumam passar da meia noite. Então, quanto à brincadeira, não tenho nada contra. Claro que alguns se excedem, bebem demais e, depois que terminou o bloco, ainda querem fazer um bloco extra e fazem algazarra nas ruas. Mas, o evento em si não incomoda — relata.
O Maria do Bairro, por exemplo, tem como um dos seus maiores apoiadores um residencial geriátrico localizado na Rua Sofia Veloso — que, segundo o proprietário, Fabiano Bormann, se transforma em um camarote durante a festa. Até mesmo um bloco, intitulado de Sasarico da Melhor, foi criado para envolver os idosos que se vestem a rigor para o evento.
— É engraçado porque eles se identificam com o tempo que ainda podiam pular atrás do bloco. É uma forma de nossos hóspedes reviverem o Carnaval antigo e que vem sendo resgatado em Porto Alegre — explica Bormann.
Integrantes do bloco Galo de Porto recordam que, antes de uma saída da banda na Rua Lima e Silva, uma senhora abriu a porta de casa para pedir o fim da barulheira. Um policial militar que controlava a movimentação brandou:
— Minha senhora, está tudo autorizado. Estamos aqui para proteger o bloco e os foliões. Então, divirta-se!
— Ele realmente teve muita presença de espírito — finaliza Luís Oliveira, um dos organizadores do bloco.
Confira a programação completa*
* Todos os dias, a festa na rua será das 16h às 22h. A saída da maioria dos blocos será na Rua João Alfredo, esquina com a Lopo Gonçalves — à exceção dos blocos Maria do Bairro, Galo de Porto, B
PROGRAMAÇÃO:
8 de Fevereiro, 2014
Panela do Samba
Oriundos do Carnaval espetáculo, os carnavalescos do Panela do Samba decidiram, em 2012, participar, também, da folia de rua e criaram o bloco. Se em 2013 acumularam 6 mil participantes no circuito dos blocos, em 2014 prometem atrair muito mais gente. A referência do grupo é o samba de raiz.9 de Fevereiro, 2014
Areal do Futuro
Em 2003, após a saída da escola Integração do Areal da Baronesa dos desfiles do Carnaval de Porto Alegre cidade, moradores da comunidade localizado no bairro Menino Deus decidiram não deixar o ritmo morrer na travessa onde vivem. Nasceu, assim, o Areal do Futuro — do qual participam 60 crianças da comunidade. O tema do cortejo deste ano é Paz, Carnaval e Futebol.15 de Fevereiro, 2014
Galo de Porto
— Costumamos dizer que o gaúcho, quando sai do Estado, monta um CTG. Já o pernambucano, quando sai de lá, monta um bloco de Carnaval — resume um dos fundadores do Galo de Porto, Luís Fernando Oliveira. Fundado em 2011 por uma turma de amigos pernambucanos radicados em Porto Alegre, o bloco entoa o ritmo oriundo da sua terra natal: o frevo. A saída será na Joaquim Nabuco, passando pela Lima e Silva e finalizando no Largo Zumbi dos Palmares.16 de Fevereiro, 2014
Filhos do Cumpadi Washington
Estreantes no Carnaval de rua, os integrantes da banda de pagode Constelação criaram o bloco cujo nome faz alusão a um dos cantores do já extinto grupo baiano É o Tchan!. A folia abrirá ao som de pagode dos anos 1990, desde Molejo a Negritude e Junior, passando por Só Pra Contrarir e, nos últimos 40 minutos, axé.16 de Fevereiro, 2014
Do Jeito Que Tá Vai
Durante a discussão para eleger o nome do bloco formado por um grupo de amigos de infância, um deles disse: "Não se importem com isso. Do jeito que tá vai". A partir daí, o nome pegou. A fundação foi em 2010 e, entre integrantes estão participantes e simpatizantes das escolas de samba de Porto Alegre — e é esse o conceito mantido pelos carnavalescos. Sambas-enredos históricos de escolas de Porto Alegre e Rio de Janeiro compõem 90% do repertório do bloco.22 de Fevereiro, 2014
Maria do Bairro
Sucesso inquestionável — em 2013, arrastaram mais de 25 mil pessoas na Rua Sofia Veloso — o Maria do Bairro é uma das atrações mais aguardadas do Carnaval de rua. A espontaneidade característica do bloco é um dos motivos apontados pelos organizadores pela arrecadação de uma verdadeira multidão Cidade Baixa afora. Criado em 2007, foi o primeiro bloco da chamada retomada do movimento de rua na Capital. Após a concentração na Sofia Veloso, o grupo seguirá pela Rua Lima e Silva.23 de Fevereiro, 2014
Bloco Império da Lã
Lançada em 2009, a Império da Lã — uma compilação de músicos gaúchos que criaram a banda paralelamente aos seus trabalhos artísticos — sai pela primeira vez no formato de bloco de Carnaval. Os músicos da Cartolas, Dingo Bells, Bidê ou Balde, Dharma Lovers, Groove James e The Brothers Orchestra apresentarão um repertório rock — mas no ritmo de marchinhas. Músicas de Frank Sinatra, Beatles, Tim Maia e Stevie Wonder e Jorge Ben Jor já estão confirmadas na lista.23 de Fevereiro, 2014
Skafolia
Faz quase cinco anos que os integrantes da banda Chimarruts criaram um grupo paralelo, o Skafolia, especializado no ritmo ska. Habituados a tocar em festas e casas noturnas, em 2014 estreiam no Carnaval de blocos da Cidade Baixa. O repertório fica por conta de marchinas, desde Mamãe Eu Quero e Cachaça Não É Água, na batida do ska.1 de Março, 2014
Banda DK
A banda formada no final dos anos 1970 por Waldemar de Moura Lima, o Pernambuco, sobrevive nos dias de hoje. No sábado de Carnaval, aqueles que não debandaram rumo ao Litoral poderão curtir uma festa anárquica, como intitula o próprio organizador. A concentração será em frente ao Teatro de Câmara Túlio Piva, no número 575 da Rua da República. Ao longo da tarde, o bloco deve seguir rumo à Lima e Silva.2 de Março, 2014
Bloco do Isopor
Fundado na informalidade há mais de 20 anos, mas registrado oficialmente como bloco de Carnaval apenas em 2014, o Bloco do Isopor é fruto da reunião de um grupo de amigos. Os sambistas costumam se reunir a bateria e o cavaquinho na esquina da via com a Travessa dos Venezianos e agora vão mostrar aos porto-alegrenses o seu ritmo. A concentração começa às 16h, e, por volta das 18h30min, o grupo sairá da Joaquim Nabuco rumo ao Largo Zumbi dos Palmares.4 de Março, 2014
Rua do Perdão
Mais uma vez, Pernambuco colocará o bloco na rua — mas, na véspera da Quarta-feira de Cinzas, a criançada será a dona da festa. A Rua do Perdão — espaço criado por volta de 1977 para reunir as diversas bandas de Carnaval que se multiplicavam na cidade — terá um baile infantil a partir das 16h, também em frente ao Teatro de Câmara Túlio Piva. Detalhe é que a Rua do Perdão não costuma sair em desfile pelo bairro. Na hora que os pequenos vão dormir, os mais velhos tomarão conta do espaço.8 de Março, 2014
Ziriguidum Batucada Social Clube
Em junho de 2013, integrantes de outros blocos da Capital desvincularam-se para criar o Ziriguidum Batucada Social Clube. Apesar de já caírem no samba desde outros carnavais, os participantes estreiam com a formação do novo grupo no dia 8 de março. Seguindo moldes cariocas, o Ziriguidum trabalha em três seguimentos: o bloco de rua, um grupo show e uma oficina de percussão.15 de Março, 2014
Peregrinos do Samba
Projeto da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), o bloco é formado por moradores de rua atendidos nos albergues e abrigos do município. Serão cerca de 150 integrantes desfilando no dia 15 de março e fazendo o encerramento do circuito dos blocos. Um dos objetivos da iniciativa é dar visibilidade à população em situação de rua, reforçando o conceito de cidadania trabalhado nas oficinas culturais ministrada pelos técnicos da Fasc.15 de Março, 2014
Turucutá
A Turucutá Batucada Coletiva Independente nasceu em 2008 quando participantes de uma oficina de Carnaval decidiram criar seu próprio grupo de batucada. Este será o sexto ano que o grupo sairá no Carnaval de rua da Cidade Baixa. Em 2013, a estimativa é de que 15 a 20 mil foliões participaram do bloco. Apresentando um repertório composto por diferentes ritmos nacionais e internacionais, como rock, funk e, claro, samba, a Turucutá encerrará as saídas carnavalescas no bairro.E MAIS OUTROS