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21 de fevereiro de 2014

Carnaval: entre o público e o privado

A maior festa popular do Brasil leva milhões e milhões de pessoas para as ruas e avenidas de grandes e pequenas cidades em todo o país. Segundo dados do Ministério do Turismo, cerca de 6,4 milhões de brasileiros viajam para curtir o Carnaval. Entre as cidades, Rio de Janeiro é a campeã de visitação, com expectativa de 920 mil foliões em 2014. Em seguida, estão Recife e Olinda (PE), que esperam 720 mil visitantes, seguidas por Salvador (BA), com estimativa de 526 mil.

 
Entre os estados, o Rio de Janeiro também lidera, com estimativa de 1,2 milhão de visitantes. São Paulo espera 900 mil visitantes e Minas Gerais, 200 mil. No entanto, em São Paulo e Minas, a estimativa é que o público se dirija principalmente a cidades do interior, não para as capitais.
Com tanta movimentação, inúmeras possibilidades de mercado se abrem durante a festa. Vendedores informais, músicos, artesãos, donos de bares, restaurantes e hotéis são beneficiados pelo fluxo de pessoas, o que faz da festa, além de um grande potencializador da cultura nacional, também um evento de grande movimentação financeira.
Também é grande o investimento do poder público para fazer a festa dos foliões. Além das cidades com tradicional desfile de escolas de samba, como Rio de Janeiro e São Paulo, há os carnavais de rua, onde o dinheiro deve cobrir os gastos com música, infraestrutura, segurança, etc. No entanto, prefeituras do Rio, Salvador e São Paulo têm tentado transferir os gastos com a folia para a iniciativa privada, desonerando, assim, os cofres públicos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, além dos grandes investimentos no carnaval das escolas de samba, há uma boa parcela de dinheiro que é investida no carnaval de rua. Em 2014, a expectativa é que os 920 mil turistas tanto do carnaval da apoteose quanto dos blocos de rua movimentem cerca de US$ 734 milhões.
Juntando os foliões de fora da cidade aos cariocas, serão cerca de cinco milhões de pessoas fazendo a festa. Para diminuir os investimentos públicos com infraestrutura, parcerias com a iniciativa privada têm financiado a colocação de sinalizações e banheiros químicos em toda a cidade. Segundo a prefeitura, parceria com a Ambev que se estende desde 2010 já representa uma economia de mais de R$ 30 milhões aos cofres públicos do município.
Em São Paulo, a prefeitura iniciou em 2014 um cadastro dos blocos de carnaval da cidade. Até agora, foram cadastrados cerca de 200 blocos, indo desde bairros da periferia até a região central. Para este ano, a prefeitura assumiu compromisso de infraestrutura de banheiros químicos e segurança a todos os blocos cadastrados. Segundo decreto, os blocos não podem vender abadás ou colocar cordas de isolamento para cobrar ingressos.
No caso do carnaval da escolas de samba, os investimentos já são maiores. Segundo dados da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, a prefeitura investe cerca de um terço da quantia arrecadada por cada escola. Em 2014, a SPturis lançou a terceira edição do Censo do Carnaval de São Paulo, onde estima-se que o valor arrecadado pelas escolas do grupo especial varie entre R$ 2,5 e R$ 3 milhões para a realização da festa. No grupo de acesso, a quantia arrecadada por cada escola gira em torno de R$ 1,5 milhão.
Para assistir ao carnaval das escolas de samba, a cidade recebe atualmente cerca de 15 mil turistas. A estimativa é de que compareçam ao Sambódromo cerca de 110 mil espectadores. Uma das ações realizadas para aumentar a renda das escolas de samba foi que em 2014 o controle dos ingressos vendidos na apoteose fica a cargo da Liga, o que representa um aumento significativo na receita das agremiações.
Em Salvador, a expectativa é de que os 526 mil visitantes deixem pelo menos R$ 1 bilhão durante a folia. Somente de cruzeiros marítimos são aguardados 15 mil visitantes. A média individual de gastos é de R$ 2 mil, com desembolso diário médio de R$ 373. Em 2014, pela primeira vez, a prefeitura da cidade conseguiu inverter o fluxo dos investimentos e lucrar com a festa carnavalesca. Os custos de R$ 28 milhões para a realização da festa foram superados pela captação de patrocínios, que neste ano chegou a R$ 38 milhões.