A maior festa popular do Brasil leva milhões e milhões de pessoas
para as ruas e avenidas de grandes e pequenas cidades em todo o país. Segundo
dados do Ministério do Turismo, cerca de 6,4 milhões de brasileiros viajam para
curtir o Carnaval. Entre as cidades, Rio de Janeiro é a campeã de visitação, com
expectativa de 920 mil foliões em 2014. Em seguida, estão Recife e Olinda (PE),
que esperam 720 mil visitantes, seguidas por Salvador (BA), com estimativa de
526 mil.
Entre os estados, o Rio de Janeiro também lidera, com
estimativa de 1,2 milhão de visitantes. São Paulo espera 900 mil visitantes e
Minas Gerais, 200 mil. No entanto, em São Paulo e Minas, a estimativa é que o
público se dirija principalmente a cidades do interior, não para as
capitais.
Com tanta movimentação, inúmeras possibilidades de mercado se abrem
durante a festa. Vendedores informais, músicos, artesãos, donos de bares,
restaurantes e hotéis são beneficiados pelo fluxo de pessoas, o que faz da
festa, além de um grande potencializador da cultura nacional, também um evento
de grande movimentação financeira.
Também é grande o investimento do poder público para fazer a festa
dos foliões. Além das cidades com tradicional desfile de escolas de samba, como
Rio de Janeiro e São Paulo, há os carnavais de rua, onde o dinheiro deve cobrir
os gastos com música, infraestrutura, segurança, etc. No entanto, prefeituras do
Rio, Salvador e São Paulo têm tentado transferir os gastos com a folia para a
iniciativa privada, desonerando, assim, os cofres públicos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, além dos grandes investimentos no
carnaval das escolas de samba, há uma boa parcela de dinheiro que é investida no
carnaval de rua. Em 2014, a expectativa é que os 920 mil turistas tanto do
carnaval da apoteose quanto dos blocos de rua movimentem cerca de US$ 734
milhões.
Juntando os foliões de fora da cidade aos cariocas, serão cerca de
cinco milhões de pessoas fazendo a festa. Para diminuir os investimentos
públicos com infraestrutura, parcerias com a iniciativa privada têm financiado a
colocação de sinalizações e banheiros químicos em toda a cidade. Segundo a
prefeitura, parceria com a Ambev que se estende desde 2010 já representa uma
economia de mais de R$ 30 milhões aos cofres públicos do município.
Em São Paulo, a prefeitura iniciou em 2014 um cadastro dos blocos de
carnaval da cidade. Até agora, foram cadastrados cerca de 200 blocos, indo desde
bairros da periferia até a região central. Para este ano, a prefeitura assumiu
compromisso de infraestrutura de banheiros químicos e segurança a todos os
blocos cadastrados. Segundo decreto, os blocos não podem vender abadás ou
colocar cordas de isolamento para cobrar ingressos.
No caso do carnaval da escolas de samba, os investimentos já são
maiores. Segundo dados da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, a prefeitura
investe cerca de um terço da quantia arrecadada por cada escola. Em 2014, a
SPturis lançou a terceira edição do Censo do Carnaval de São Paulo, onde
estima-se que o valor arrecadado pelas escolas do grupo especial varie entre R$
2,5 e R$ 3 milhões para a realização da festa. No grupo de acesso, a quantia
arrecadada por cada escola gira em torno de R$ 1,5 milhão.
Para assistir ao carnaval das escolas de samba, a cidade recebe
atualmente cerca de 15 mil turistas. A estimativa é de que compareçam ao
Sambódromo cerca de 110 mil espectadores. Uma das ações realizadas para aumentar
a renda das escolas de samba foi que em 2014 o controle dos ingressos vendidos
na apoteose fica a cargo da Liga, o que representa um aumento significativo na
receita das agremiações.
Em Salvador, a expectativa é de que os 526 mil visitantes deixem pelo menos
R$ 1 bilhão durante a folia. Somente de cruzeiros marítimos são aguardados 15
mil visitantes. A média individual de gastos é de R$ 2 mil, com desembolso
diário médio de R$ 373. Em 2014, pela primeira vez, a prefeitura da cidade
conseguiu inverter o fluxo dos investimentos e lucrar com a festa carnavalesca.
Os custos de R$ 28 milhões para a realização da festa foram superados pela
captação de patrocínios, que neste ano chegou a R$ 38 milhões.