Anúncio foi feito em Paris, durante a cerimônia realizada pela organização.
O frevo foi a única expressão da cultura brasileira avaliada em 2012.
Frevo, ritmo pernambucano que contagia foliões no carnaval, agora é Patrimônio da Humanidade.
(Foto: Carlos Oliveira / Prefeitura do Recife)
O frevo, principal ritmo que anima o carnaval pernambucano, foi
reconhecido nesta quarta-feira (4) como Patrimônio Imaterial da
Humanidade. O anúncio foi feito em Paris, durante a cerimônia organizada
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco).(Foto: Carlos Oliveira / Prefeitura do Recife)
A escolha do ritmo para receber o título se deu na 7ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, na sede da Unesco. A proposta de inscrição do frevo foi realizada pelo Ministério da Cultura (MinC) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O frevo foi a única expressão da cultura brasileira avaliada nesta sessão, junto com outras 35 propostas, entre elas o canto budista de Ladakh (Índia), o trançado de chapéus de palha (Equador) e a luteria tradicional de violinos em Cremona (Itália).
O frevo tem o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde 2007, ano do seu centenário, quando também foi inscrito pelo Iphan no Livro de Registro das Formas de Expressão. De acordo com a inscrição, 'é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, enraizada no Recife e em Olinda, no estado de Pernambuco. Trata-se de um gênero musical urbano que surgiu no final do século 19, no carnaval, em um momento de transição e efervescência social como uma forma de expressão popular nessas cidades'. O frevo tem três modalidades: frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção.
Uma comissão partiu do Recife para acompanhar a reunião, junto à secretária de Cultura do Recife, Simone Figueirêdo, e ao presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), André Brasileiro. A comissão é formada por 25 pessoas, sendo artistas de diversos segmentos do frevo e representantes do Iphan, da Prefeitura do Recife, Governo do Estado, Prefeitura de Olinda e Fundação Joaquim Nabuco (Ministério da Educação). A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a presidenta do Iphan, Jurema Machado, integram a delegação brasileira.
De acordo com a Unesco, o Patrimônio Cultural Imaterial abrange práticas e expressões vivas passadas de uma geração à outra. Inclui tradições orais, artes performáticas, práticas sociais, eventos celebratórios, sabedorias e práticas relacionadas à natureza e ao universo, assim como os saberes e habilidades de trabalhos artesanais tradicionais.