Motivada pelas históras que ouvia do pai, Gislei e o marido Odorico Luiz 
Peres de Oliveira, patrão do Laços de Sangue, se uniram aos irmãos dele para 
contar um pouco deste passado através dos utensílios utilizados. No começo, 
reuniam apenas as peças antigas dos familiares. Depois, receberam algumas 
doações. Mas a grande parte, conta ela, foi comprada.
 
Orgulhosa com o que sua família construiu, Gislei destaca que durante a 
Semana Farroupilha recebe muito a visita de grupos de jovens estudantes que se 
espantam com as dificuldades no passado de realizar algumas tarefas hoje tão 
práticas e rotineiras, facilitadas pela tecnologia.
 
Na entrada do Piquete um poço de barro lembra o tempo em que a água não 
escorria pelas torneiras. Um forno também de barro, ainda utilizado, serve para 
assar pães e carnes. Duas carretas remetem à época em que o serviço pesado no 
campo era realizado pelo homem na companhia de bois que carregavam o produto das 
colheitas.
 
Vestida de prenda, Gislei sugere uma volta ao passado mostrando partes de 
um alambique, fogareiros, maçaricos, lampiões, moedor de cana, de tempeiros, 
semeadeira, balanças, debulhador de milho, esticador de arames para fazer cercas 
e ferro de passar roupas à brasas. Tem ainda malas, baús, espiriteiras, afiador 
de lâminas, canivetes e palmatória. Nas utilidades domésticas encontramos 
panelas de ferro, bules, latas para armazenar mantimentos, louças, canecas, 
talheres e talha, utilizada para manter a água refrigerada já que não existia 
geladeira.
 
Apaixanada pelo tradicionalismo, Gisa, como gosta de ser chamada, diz que 
cuida com muito amor e carinho do seu museu de galpão, nome dado por amigos ao 
piquete familiar Laços de Sangue.  
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Texto de: Catarina 
Gomes
Edição de: Manuel Petrik
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
Edição de: Manuel Petrik
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