Um dos mais tradicionais dos doces caseiros da culinária gaúcha, o arroz de
leite tem sua versão campeira que é possível conhecer na oficina oferecida pelo
piquete Severo Rotchê, dentro da programação de atividades do projeto Turismo de
Galpão, que acontece no Acampamento Farroupilha. A receita e as dicas são da
cozinheira Elise Camargo, que aprendeu com a avó quando tinha oito anos de
idade. “É claro que ela cozinhava em fogão à lenha, que dá um gosto especial a
tudo, mas o segredo é deixar o arroz ferver, com a paciência que todo doce
caseiro exige”, disse Elise às oito visitantes porto-alegrenses que participaram
da oficina realizada neste domingo, 14, à tarde.
Dose certa - O preparo da receita campeira começa com a
fervura de dois litros de leite, aos quais se adiciona alguns cravos, canela em
rama e uma xícara de arroz. “Se colocar mais, o doce fica seco”, vai ensinando
Elise. Quando o grão estiver quase cozido, são acrescidas duas xícaras de
açúcar e segue a panela no fogo para mais fervura. “O leite vai engrossando aos
poucos, ficando ‘amareladinho’, parecendo que dali vai sair um doce de leite”,
oriente a oficineira. Quando o doce chega nesse ponto, o fogo é desligado e
adiciona-se uma gemada bem cremosa feita com duas gemas e oito colheres de
açúcar. “No arroz de leite campeiro, não se usa leite condensado mas gemada, que
dá a cremosidade ao doce”, ressalta Elise, que segue com as dicas: remover a
pele da gema do ovo com um garfo para reduzir seu gosto forte e sempre bater a
gemada à mão para deixa-la com a consistência certa.
Descobertas - Após uma hora, com a sobremesa pronta, é
hora de as “alunas” provarem e dizerem se a oficina desvendou algum segredo do
singelo doce caseiro. Sobre o resultado da receita, houve unanimidade: “muito
gostoso, delícia, aprovado”. Sobre o aprendizado, pouca discordância do grupo.
Embora o doce não fosse desconhecido de ninguém, as dicas foram preciosas.
“Sempre cozinhei o arroz primeiro na água e só depois acrescentava o leite; vi
agora que não precisa de água”, descobriu Marina Nitsch. “Agora sei que vai mais
leite do que arroz, para o doce não ficar seco”, acresceu Ana Helena Porto. Uma
última dica de Elisa, que também requer paciência: fazer o arroz de leite para
comer no dia seguinte.
Opções - O projeto Turismo de Galpão prossegue a partir de
segunda-feira, 15, até o encerramento do Acampamento Farroupilha, dia 21. As
oficinas são abertas aos visitantes do evento que queiram ter experiências e
vivências únicas com as tradições do Rio Grande do Sul. Oficinas de forjamento e
afiação de facas, de músicas e danças tradicionais, de erva mate, churrasco e
chimarrão, sobre a pelagem dos cavalos são algumas das opções, na maioria
gratuitas, que podem ser conferidas. Informações e inscrições para as atividades
estão disponíveis no Galpão da Hospitalidade, localizado próximo à entrada
principal do Parque Harmonia.
/acampamento_farroupilha
Texto de: Eliana
Zarpelon
Edição de: Andrea Brasil
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
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