Delmira Agustini |
Delmira Agustini (1886 - 1914) nasceu e
foi criada em uma família de origem italiana que, apesar de conservadora,
mimava-a muito. Realizou estudos de francês, música e pintura. Compunha versos
já aos dez anos de idade.
Colaborou com a revista La Alborada e na revista Apolo do poeta Manuel Pérez y Curis. Agustini se tornou parte da chamada Geração de 1900, ao lado de Julio Herrera y Reissig, Leopoldo Lugones e Rubén Darío. Este último ela o considerava seu mestre. Darío chegou a compará-la com Santa Teresa, dizendo que ela era única, desde a santa, a expressar-se como mulher.
Agustini especializou-se na sexualidade feminina em uma época em que o mundo estava dominado pelos homens. Seu estilo pertence à primeira fase do Modernismo, suas tópicas tratam da fantasia e de matérias exóticas.
Colaborou com a revista La Alborada e na revista Apolo do poeta Manuel Pérez y Curis. Agustini se tornou parte da chamada Geração de 1900, ao lado de Julio Herrera y Reissig, Leopoldo Lugones e Rubén Darío. Este último ela o considerava seu mestre. Darío chegou a compará-la com Santa Teresa, dizendo que ela era única, desde a santa, a expressar-se como mulher.
Agustini especializou-se na sexualidade feminina em uma época em que o mundo estava dominado pelos homens. Seu estilo pertence à primeira fase do Modernismo, suas tópicas tratam da fantasia e de matérias exóticas.
No dia 14 de agosto de 1913, Delmira Agustini
casou-se com Enrique Job Reyes. Porém, devido às inúmeras desavenças conjugais,
ela o abandonou apenas um mês e meio depois, divorciando-se no dia 5 de junho de
1914. Em julho do mesmo ano, ela morreu assassinada por seu ex-marido, que
depois cometeu suicídio.
Confere um dos seus poemas:
Confere um dos seus poemas:
LO
INEFABLE
Yo muero extrañamente... No
me mata la Vida,
No me mata la Muerte, no me
mata el Amor;
Muero de un pensamiento mudo
como una herida.
¿No habéis sentido nunca el
extraño dolor
De un pensamiento inmenso
que se arraiga en la vida,
Devorando alma y carne, y no
alcanza a dar flor?
¿Nunca llevasteis dentro una
estrella dormida
Que os abrasaba enteros y no
daba un fulgor?
Cumbre de los Martirios!...
Llevar eternamente,
Desgarradora y árida, la
trágica simiente
Clavada en las entrañas como
un diente feroz!
Pero arrancarla un día en
una flor que abriera
Milagrosa, inviolable!...
Ah, más grande no fuera
Tener entre las manos la cabeza de
Dios!
Juana de Ibarbourou |
Juana de Ibarbourou (Juana Fernández
Morales), nascida em 1892, casou-se com o capitão Lucas Ibarbourou aos vinte
anos de idade. Seu pai era espanhol, de origem galega, nascido em Lourenzá,
província de Lugo — cuja biblioteca municipal leva o nome da poetisa.
Notabilizou-se na língua espanhola por suas
primeiras coleções de poemas, sendo comparada às poetisas igualmente importantes
como Gabriela Mistral e Alfonsina Storni. Foi eleita membro da
Academia de Letras do Uruguai em 1947, e em 1959 foi-lhe concedido o Prêmio
Nacional de Literatura. Marcadas pelo modernismo, suas obras tematicamente
exaltam a maternidade, a beleza física, o erotismo e a natureza, com certo
lastro retórico.
Sua ampla popularidade fê-la merecedora do apelido Juana de América, que foi utilizado em uma homenagem oficial em 1929. Por sua parte, ela se denominou "filha da natureza". Em 1932, Juana de Ibarbourou inspirou um concurso pelo qual se criou a bandeira do povo hispânico. Faleceu em Montevidéu, aos oitenta e sete anos de idade.
Sua ampla popularidade fê-la merecedora do apelido Juana de América, que foi utilizado em uma homenagem oficial em 1929. Por sua parte, ela se denominou "filha da natureza". Em 1932, Juana de Ibarbourou inspirou um concurso pelo qual se criou a bandeira do povo hispânico. Faleceu em Montevidéu, aos oitenta e sete anos de idade.
Confere o verso da poeta:
MI ALMA DESNUDA
Te doy mi alma desnuda,
como estatua a la cual ningún cendal escuda.
Desnuda con el puro impudor
de un fruto, de una estrella o una flor;
de todas esas cosas que tienen la infinita
serenidad de Eva antes de ser maldita.
De todas esas cosas,
frutos, astros y rosas,
que no sienten vergüenza del sexo sin celajes
y a quienes nadie osara fabricarles ropajes.
Sin velos, como el cuerpo de una diosa serena
que tuviera una intensa blancura de azucena.
Desnuda, y toda abierta de par en par
por el ansia del amar.
MI ALMA DESNUDA
Te doy mi alma desnuda,
como estatua a la cual ningún cendal escuda.
Desnuda con el puro impudor
de un fruto, de una estrella o una flor;
de todas esas cosas que tienen la infinita
serenidad de Eva antes de ser maldita.
De todas esas cosas,
frutos, astros y rosas,
que no sienten vergüenza del sexo sin celajes
y a quienes nadie osara fabricarles ropajes.
Sin velos, como el cuerpo de una diosa serena
que tuviera una intensa blancura de azucena.
Desnuda, y toda abierta de par en par
por el ansia del amar.
Idea Vilariño |
Idea Vilariño nasceu em Montevidéu no
dia 18 de agosto de 1920. Foi uma poeta, ensaísta e crítica literária uruguaia
pertencente ao grupo de escritores denominado Geração del 45. Dentro de
suas facetas menos conhecidas se encontram a de tradutura, compositora e
docente.
Escreveu desde muito jovem seus primeiros
poemas, já maduros. Foram concebidos entre seus 17 e 21 anos. Seu primeiro
livro, A Suplicante, foi editado em 1945. Nos anos seguintes seria
reconhecida internacionalmente e premiada. Seus poemas estão marcados pela
experiência íntima, intensa e angustiante.
Foi uma das fundadoras das revistas Clinamen e Número, de grande peso cultural entre a década de 40 e 50. A partir daí, se tornou colaboradora de outras publicações como o periódico Marcha, La Opinión, Brecha, Asir e Texto Crítico.
Foi uma das fundadoras das revistas Clinamen e Número, de grande peso cultural entre a década de 40 e 50. A partir daí, se tornou colaboradora de outras publicações como o periódico Marcha, La Opinión, Brecha, Asir e Texto Crítico.
Suas traduções de Shakespeare também foram objeto de reconhecimento, alguma delas chegando a ser representadas nos teatros de Montevidéu. Como compositora, se destacam 4 canções emblemáticas pertencentes a música popular uruguaia: A una paloma (musicalizada por Daniel Viglietti), La canción y el poema (musicalizada por Alfredo Zitarrosa), Los orientales y Ya me voy pa la guerrilla (musicalizadas por Los Olimareños).
Faleceu em Montevidéu, no dia 28 de abril de 2009, ao não superar uma operação por problemas arteriais e intestinais.
Confere aí, um pedacinho da sua poesia:
UNA VEZ
Soy mi padre y mi madre
soy mis hijos
y soy el mundo
soy la vida
y no soy nada
nadie
un pedazo animado
una visita
que no estuvo
que no estará después.
Estoy estando ahora
casi no sé más nada
como una vez estaban
otras cosas que fueron
como un cielo lejano
un mes
una semana
un día de verano
que otros días del mundo
disiparon.