Bohrer explicou que o novo projeto é, na verdade, a proposta antiga “enxugada” para cortar custos e agilizar sua execução, mas deverá contemplar a infraestrutura reivindicada pelos moradores e carnavalescos. Segundo ele, a proposta básica anteriormente divulgada pelo governo municipal custaria cerca de R$ 140 milhões, “um investimento pesadíssimo”, a seu ver. “Tivemos de dar um passo atrás, e o custo de cada conjunto foi reduzido”, afirmou.
De acordo com Bohrer, haverá dois tipos de módulos: o primeiro, mais simples, terá arquibancadas em rampa, devendo custar aproximadamente R$ 20 milhões cada; no segundo, haverá arquibancadas e espaços para salas com ocupação a ser definida pela comunidade. Cada tipo estará disposto de um lado da pista. “A ideia é executar primeiro os módulos mais simples”, informou. “Nosso desejo é de que, em 2015, toda a primeira etapa esteja concluída.” Alertou que, após iniciada, a obra demorará, no mínimo, oito meses, não sendo possível contar com a estrutura para 2014.
O Executivo está buscando verbas para a obra, segundo Boher. “Há recursos no Ministério da Cultura e possibilidade de financiamento”, disse. Como lembrou, com a construção dos módulos de arquibancadas fixos, a prefeitura deixará de gastar R$ 3 milhões por ano com a montagem e desmontagem das estruturas exigidas para o Carnaval. Essa verba, na sua opinião, poderá ser utilizada para pagar uma operação de crédito. “Uma coisa é certa: tendo o projeto executivo nas mãos, buscaremos recursos”, declarou.
Segurança
Em resposta à reivindicação de segurança repetida pela comunidade, o secretário-adjunto municipal de Segurança, João Helbio Carpes Antunes, garantiu que a Guarda Municipal faz patrulhas noturnas no Porto Seco. “A partir da meia-noite, há rondas periódicas”, disse. Ele também anunciou que, atendendo solicitação do Executivo, o Corpo de Bombeiros deverá instalar um posto fixo no local. “Já há espaço destinado”, afirmou.
Em nome da comunidade, Ilsa Anghonese reafirmou o desejo de ver o Complexo Cultural do Porto Seco concluído. Lembrou que as escolas de samba desenvolvem seu trabalho o ano todo e querem promover oficinas formadoras de mão-de-obra. Segundo ela, os espaços para esses cursos são prometidos desde 2004. “O Carnaval gera renda e emprego”, frisou. Ilsa disse que a comunidade quer posto de saúde 24 horas, bombeiros, banco, creche, escola em turno integral, teatro e espaços de lazer e esportes. Ainda exigiu mais segurança, pois, como atestou, o bairro tem sofrido com a violência. “Tudo que nos foi prometido tem que acontecer”, salientou.
Informação concreta
A presidente da Cece, Sofia Cavedon (PT), destacou o fato de o Executivo ter, nesta reunião, trazido alguma informação concreta sobre o futuro do Complexo, mas ressaltou que a Câmara e a comunidade continuarão a cobrar e acompanhar sua concretização. Recordou que vários encontros sobre o assunto foram realizados no Legislativo. Séfora Mota (PRB) pediu mais agilidade no processo de conclusão do Complexo. “Há muito tempo esse assunto é discutido”, disse. Na sua opinião, é preciso que as secretarias também façam “pressão” para que a proposta vire realidade.
Participaram da audiência representantes das secretarias municipais de Turismo e de Cultura, da Secretaria de Justiça do Estado, de escolas de samba, do Sindicato dos Artistas do RS, do Conselho Municipal de
Cultura e de associações de moradores da Zona Norte.
Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)