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26 de junho de 2013

AS OBRAS DA COPA E O TURISMO

Colaboração da Isabel Franco

Marco Antônio Ballejo Canto


 


Em 2012, o turismo no mundo movimentou uma receita de 1 trilhão e 75 bilhões de dólares. Com uma receita de US$ 6,6 bilhões obtida com o turismo internacional em 2012, o Brasil está na 39ª colocação no ranking dos países que mais faturaram no setor no ano passado. O crescimento de 2011 para 2012, de 1,4%, é menor do que a média mundial, que ficou em 4%, segundo dados divulgados pela Organização Mundial do Turismo (OMT) em maio deste ano. Também ficou bem abaixo do crescimento obtido no período por outros países emergentes, como Índia (que apresentou 22% de aumento) e África do Sul (18%). Entre as diferentes regiões do mundo, o maior crescimento foi registrado nas Américas, com 7%, seguida pela Ásia e Pacífico, com 6%, pela África, com 5%, e pela Europa, com 2%. O Oriente Médio teve uma redução de 2% na receita.


Com um pouco mais de 1 trilhão de dólares é possível construir 2.000 vezes o Maracanã, por ano (ao custo de 882,9 milhões de reais, que é o que está orçado atualmente a reforma do estádio, grande parte totalmente novo), e sobra dinheiro.


Estádios da Copa custarão cerca de 8,5 bilhões de reais. Juntos, todos os estádios da Copa vão custar cerca de 0,2% do PIB brasileiro de um ano (4,4 trilhões de reais em 2012). Não são os gastos com a Copa que farão o país melhor ou pior.


A Copa do Mundo e as Olimpíadas são, antes de qualquer coisa, o empreendimento de um país visando ao lucro. O lucro se dará via turismo ou com a inserção do país, com mais visibilidade, no cenário mundial, com o objetivo de fazer negócios. Neste amplo cenário, bilhão é troco.


O objetivo do Brasil, como uma empresa que faz o negócio da Copa do Mundo e das Olimpíadas deve ser, em 2020, arrecadar, por ano, só com o turismo, mais dinheiro que todos os investimentos feitos para a realização de todas as obras realizadas para viabilizar a Copa e as Olimpíadas. Pelo menos, deve ser o objetivo principal.


Isto é possível, uma vez que a participação do Brasil no cenário do turismo mundial é inexpressiva. Se ampliar para faturar o triplo, ainda assim a participação será muito pequena. Porém, com o triplo, todas as obras serão pagas em um ano com a ampliação do lucro. Um exagero? Talvez, um ano e meio paga tudo. Em 2003, a receita cambial do Brasil com o turismo foi de 2,4 bilhões de dólares.


Em 2012, um valor adicional de 219 bilhões de dólares foi registrado nas receitas com transporte internacional de passageiros, o que leva a um total gerado pelo turismo internacional de 1,3 trilhões de dólares ou seja: mais de 2,6 trilhões de reais.


Estes números fazem no mínimo repensarmos as críticas mordazes às obras da COPA e nos dão um panorama de quanto são bem vindos novos índices para nosso turismo, que crescia, mesmo antes da Copa das Confederações e Copa do Mundo.