Postagem em destaque

Gestão 2009 /2014 combina com Gestão 2017/2019 a entrega do Blog e logo do CMC Porto Alegre

Dia 02/07/2019, às 19:30 h em reunião do CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA DE PORTO ALEGRE realizada na Casa dos Conselhos, sito Av. João P...

20 de junho de 2013

Expansão dos games chega à Rouanet


O setor de games é um dos que mais cresce no mundo, dentre as áreas do entretenimento, com o Brasil entre os líderes da expansão. Para se ter  ideia, os brasileiros aparecem em primeiro lugar no ranking de consumo de jogos eletrônicos, segundo pesquisa realizada pela Newzoo e a ACI Games (Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games).
Foto: Rob MarquardtA expectativa é de que até 2016 o mercado interno movimente R$ 4 bilhões só com a venda de consoles, em função do crescimento da classe média – em 2012, o setor como um todo faturou US$ 2,6 bilhões no Brasil. Além disso, a barreira entre as artes e os games está cada vez mais diluída.
No ano passado, o grande vencedor do BAFTA, prêmio voltado às artes visuais do Reino Unido, foi um jogo: “Journey”, uma experiência artística imersiva, “além do puro entretenimento”, como definiu o jornal inglês The Guardian. Por aqui, a Lei Rouanet incluiu os games entre as áreas que podem ser contempladas pelo mecanismo de incentivo fiscal.
O jogo A História Perdida: Cidade de São Paulo é um dos primeiros projetos do gênero a serem aprovados pela lei. Criado e desenvolvido pelas empresas MGP Marketing, de marketing cultural, e SummerCrow, desenvolvedora de games, o enredo é um thriller centrado na história de Carlos Silva, estudante que sai em busca de seu avô, ex-funcionário do Teatro Municipal de São Paulo, desaparecido há 40 dias. Durante o trajeto, o jogador percorre diversos pontos da metrópole enquanto explora sua história.
“Fizemos várias reuniões e passamos por várias ideias. Pensamos em literatura brasileira, ficção, estratégia e outras. Afinal, são inúmeros os gêneros que um jogo pode ter”, afirma Juliana Moreira, diretora de Planejamento da MGP. ”Mas aos poucos a ideia de juntar o cenário brasileiro com uma história de aventura cheia de informações culturais foi se moldando e concluímos que seria o argumento que mais agradaria o público brasileiro e os possíveis interessados em investir no projeto.”
Para ela, os games são uma maneira eficiente de transmitir conteúdo devido ao caráter imersivo. “A cidade de São Paulo tem uma cultura muito rica, mesmo assim grande parte da população desconhece a maioria dela. Muitos bairros da cidade de São Paulo tem carência de atividades culturais, 60 bairros não possuem museus, 59 não possuem cinema e 53 não possuem teatros”, diz.
A intenção é fazer de “A História Perdida” um jogo gratuito e com acessibilidade para deficientes auditivos. Depois de aprovado, agora os realizadores partem para a fase de captação. A expectativa é arrecadar pouco mais de R$ 493 mil. Para alcançar a meta, eles apostam na educação dos investidores quanto à relevância dos games.
“No Brasil, ainda existe uma certa resistência em relação a imagem do público alvo dos jogos. Muito ainda imaginam jogos como algo infantil, consumido por um público bem específico. Essa imagem conservadora também gera discussões, como a questão de jogo ser ou não cultura”, afirma Juliana. “Mas essa resistência está sendo quebrada muito rapidamente.”