Na última sexta-feira, (25/10), aconteceu em São Paulo o 3º Seminário Aberje
de Gestão Cultural, promovido pela Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial (Aberje). O evento reuniu diversos profissionais que dividiram suas
experiências para esboçar as tendências e os resultados do investimento
empresarial em cultura. Foram levantados debates sobre geração de valor do
investimento em cultura para empresas e abordadas diferentes oportunidades e
resultados na ativação e engajamento de públicos na gestão cultural.
Um dos destaques dentre os painéis distribuídos ao longo do dia foi o de Comunicação Para a Cultura e Criação de Negócios. A mesa trouxe exemplos atuais e bem sucedidos do investimento em diversas áreas do setor cultural, com Rogério Campos, gerente de comunicação e administração do CCBB SP, Fernanda Paiva Delfino, gerente de apoios e patrocínios da Natura, e Camilo Barros, diretor executivo da Dream Factory, empresa responsável pelo Rock in Rio.
Rogério Campos explicou que, a partir da recessão de 2009, o mundo passou a ver oportunidades em países emergentes como o Brasil e que instituições culturais de importantes capitais do mundo começaram a buscar parcerias por aqui. “Foi assim que, em 2011, conseguimos trazer a exposição do Escher para cá”, revelou. A exposição “O Mundo Mágico de Escher” reuniu 94 obras do artista, vindas de diversas instituições culturais, e foi a mostra mais visitada do mundo naquele ano, de acordo com levantamento do jornal The Art Newspaper.
O sucesso com público, retorno de mídia e produção da exposição, disse Campos, auxiliou o CCBB a ganhar confiança para trazer outras duas mostras internacionais importantes para o Brasil: “Impressionismo: Paris e a modernidade”, em 2012, e “Mestres do Renascimento – Obras-primas italianas”, em 2013.
O gerente do centro cultural também relatou como se preparou para conseguir trazer obras internacionais de grande valor. A instituição analisou o potencial do retorno, buscou parceiros financeiros para captação, desenvolveu tecnologia apropriada nas salas – algumas delas tiveram que ser reformadas –, treinou e capacitou equipes, negociou as obras, definiu uma imagem ícone, investiu em divulgação interna e externa e preparou ações especiais como dias de visitas exclusivos às segundas-feiras (quando o CCBB era fechado para o público). Além disso, o CCBB fez parceria com a prefeitura, que melhorou a limpeza e a iluminação do entorno.
“O retorno do nosso investimento em cultura veio em todos os sentidos. 30% da mídia espontânea do Banco do Brasil vem dos Centros Culturais, somos reconhecidos como uma empresa produtora com competência internacional e somos top of mind em ação cultural”, comemorou Campos.
Com oito anos de existência, o projeto Natura Musical já realizou mais de 200 projetos e 18 editais, investindo cerca de R$ 76 milhões na música nacional. Fernanda Paiva Delfino explicou que a empresa encontrou na música um espaço de sinergia com a marca. “A sensorialidade está na música e no perfume, a música promove o bem estar e esse é um tema de interesse comum, uma forma de conexão emocional com nosso público”, disse. Mas revelou que o projeto levou três anos até se consolidar e que foi necessário fazer um recorte estético e coerente dentro da área cultural, para que conversasse com a marca.
Para ela, o investimento em cultura promove um importante diálogo com um publico estratégico para marca e com formadores de opinião. Além disso, ela diz que a música brasileira promove o amor pela brasilidade, que é um dos valores da empresa.
Fernanda explicou que a Natura também se interessa por fomentar a cadeia produtiva e de acesso à música. “As empresas prezam cada vez mais pela conquista profunda de seus diversos públicos, não somente com produtos e serviços de qualidade, mas por meio de atributos simbólicos e experiências de valor. E nós podemos também fazer dos festivais um ambiente de experimentação da nossa marca, oferecendo filtro solar, sabonete líquido e creme de mão, por exemplo.”
O site do projeto Natura Musical possui uma média de 30 mil visitantes por mês e, segundo a gerente, também é fundamental como retorno para a empresa. Além disso, a Natura possui uma equipe especializada para cuidar dos editais e dos projetos. Hoje, assim como no Banco do Brasil, 30% da mídia espontânea sobre a marca vem do projeto Natura Musical.
Por fim, Camilo Barros, da Dream Factory, contou a história de como a marca Rock in Rio, que existe há 28 anos, tornou-se conhecida por 1/4 das pessoas no mundo, após surgir uma campanha de divulgação da cerveja Brahma. O evento se consolidou e hoje é exemplo de como o entretenimento e a cultura podem servir para as marcas no campo da comunicação. Em sua última edição o festival teve o apoio de 75 marcas, um público de 595 mil pessoas e o impacto positivo de R$ 1 bilhão na economia do Rio de Janeiro. No campo do engajamento de públicos, o fetsival tem iniciativas, como RockMission, Rock in Rio em 30 notas, Rock in Rio Street Dance e fã-clube.
Barros contou também que, a partir deste ano, a gerência decidiu abrir mão da Lei Rouanet por não precisarem mais desse tipo de incentivo.
Por fim, o diretor revelou que o Festival saiu do Brasil para Portugal em 2004 por falta de apoio político para a realização do evento. Atualmente, além de Portugal e Espanha, o festival também irá se expandir para os Estados Unidos e Oriente Médio.
Dividido em quatro painéis, outros temas abordados no Seminário foram Estratégias de gestão para o investimento corporativo em cultura; Relacionamento e conteúdo em ativação cultural; e Tendências para o investimento em cultura, explorando as novidades desse ramo de investimento, como crowdfunding, jornalismo, internet e cultura independente.
Para saber mais sobre o evento e outros temas debatidos, clique aqui.
Um dos destaques dentre os painéis distribuídos ao longo do dia foi o de Comunicação Para a Cultura e Criação de Negócios. A mesa trouxe exemplos atuais e bem sucedidos do investimento em diversas áreas do setor cultural, com Rogério Campos, gerente de comunicação e administração do CCBB SP, Fernanda Paiva Delfino, gerente de apoios e patrocínios da Natura, e Camilo Barros, diretor executivo da Dream Factory, empresa responsável pelo Rock in Rio.
Rogério Campos explicou que, a partir da recessão de 2009, o mundo passou a ver oportunidades em países emergentes como o Brasil e que instituições culturais de importantes capitais do mundo começaram a buscar parcerias por aqui. “Foi assim que, em 2011, conseguimos trazer a exposição do Escher para cá”, revelou. A exposição “O Mundo Mágico de Escher” reuniu 94 obras do artista, vindas de diversas instituições culturais, e foi a mostra mais visitada do mundo naquele ano, de acordo com levantamento do jornal The Art Newspaper.
O sucesso com público, retorno de mídia e produção da exposição, disse Campos, auxiliou o CCBB a ganhar confiança para trazer outras duas mostras internacionais importantes para o Brasil: “Impressionismo: Paris e a modernidade”, em 2012, e “Mestres do Renascimento – Obras-primas italianas”, em 2013.
O gerente do centro cultural também relatou como se preparou para conseguir trazer obras internacionais de grande valor. A instituição analisou o potencial do retorno, buscou parceiros financeiros para captação, desenvolveu tecnologia apropriada nas salas – algumas delas tiveram que ser reformadas –, treinou e capacitou equipes, negociou as obras, definiu uma imagem ícone, investiu em divulgação interna e externa e preparou ações especiais como dias de visitas exclusivos às segundas-feiras (quando o CCBB era fechado para o público). Além disso, o CCBB fez parceria com a prefeitura, que melhorou a limpeza e a iluminação do entorno.
“O retorno do nosso investimento em cultura veio em todos os sentidos. 30% da mídia espontânea do Banco do Brasil vem dos Centros Culturais, somos reconhecidos como uma empresa produtora com competência internacional e somos top of mind em ação cultural”, comemorou Campos.
Com oito anos de existência, o projeto Natura Musical já realizou mais de 200 projetos e 18 editais, investindo cerca de R$ 76 milhões na música nacional. Fernanda Paiva Delfino explicou que a empresa encontrou na música um espaço de sinergia com a marca. “A sensorialidade está na música e no perfume, a música promove o bem estar e esse é um tema de interesse comum, uma forma de conexão emocional com nosso público”, disse. Mas revelou que o projeto levou três anos até se consolidar e que foi necessário fazer um recorte estético e coerente dentro da área cultural, para que conversasse com a marca.
Para ela, o investimento em cultura promove um importante diálogo com um publico estratégico para marca e com formadores de opinião. Além disso, ela diz que a música brasileira promove o amor pela brasilidade, que é um dos valores da empresa.
Fernanda explicou que a Natura também se interessa por fomentar a cadeia produtiva e de acesso à música. “As empresas prezam cada vez mais pela conquista profunda de seus diversos públicos, não somente com produtos e serviços de qualidade, mas por meio de atributos simbólicos e experiências de valor. E nós podemos também fazer dos festivais um ambiente de experimentação da nossa marca, oferecendo filtro solar, sabonete líquido e creme de mão, por exemplo.”
O site do projeto Natura Musical possui uma média de 30 mil visitantes por mês e, segundo a gerente, também é fundamental como retorno para a empresa. Além disso, a Natura possui uma equipe especializada para cuidar dos editais e dos projetos. Hoje, assim como no Banco do Brasil, 30% da mídia espontânea sobre a marca vem do projeto Natura Musical.
Por fim, Camilo Barros, da Dream Factory, contou a história de como a marca Rock in Rio, que existe há 28 anos, tornou-se conhecida por 1/4 das pessoas no mundo, após surgir uma campanha de divulgação da cerveja Brahma. O evento se consolidou e hoje é exemplo de como o entretenimento e a cultura podem servir para as marcas no campo da comunicação. Em sua última edição o festival teve o apoio de 75 marcas, um público de 595 mil pessoas e o impacto positivo de R$ 1 bilhão na economia do Rio de Janeiro. No campo do engajamento de públicos, o fetsival tem iniciativas, como RockMission, Rock in Rio em 30 notas, Rock in Rio Street Dance e fã-clube.
Barros contou também que, a partir deste ano, a gerência decidiu abrir mão da Lei Rouanet por não precisarem mais desse tipo de incentivo.
Por fim, o diretor revelou que o Festival saiu do Brasil para Portugal em 2004 por falta de apoio político para a realização do evento. Atualmente, além de Portugal e Espanha, o festival também irá se expandir para os Estados Unidos e Oriente Médio.
Dividido em quatro painéis, outros temas abordados no Seminário foram Estratégias de gestão para o investimento corporativo em cultura; Relacionamento e conteúdo em ativação cultural; e Tendências para o investimento em cultura, explorando as novidades desse ramo de investimento, como crowdfunding, jornalismo, internet e cultura independente.
Para saber mais sobre o evento e outros temas debatidos, clique aqui.