Foto: Vanessa Silva/PMPA
Dança típica foi o tema da oficina apresentada por uma intérprete de Libras
O tradicionalismo derrubou uma importante barreira neste Acampamento Farroupilha em direção à cidadania e respeito à diversidade. Pela primeira vez, o evento que acontece anualmente desde 1981 no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia) tem um piquete com acessibilidade para pessoas com dificuldades de visão e locomoção. A preocupação com a inclusão também fez o Loko de Gaúcho (Lote 149) proporcionar dentro do seu ambiente oficinas com a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O tema da oficina desta quinta-feira, 12, foi de danças típicas gaúchas. Cerca de 50 crianças e jovens surdos aprenderam com uma intérprete de Libras e com a presença de bailarinos qual a diferença entre a Vaneira, a Vaneirinha e o Vaneirão. E, a partir de agora, não irão mais confundi-las nem com o Bugio, muito menos com a Valsa. "Estou achando ótimo! Agora sei mais da cultura gaúcha e posso explicar para os meus colegas que não puderam vir", disse a jovem Juliana Freitas, com auxílio de sua mãe, Adelina Freitas. Para a mãe, este é um momento importantíssimo na história do Acampamento e do próprio Rio Grande do Sul. "Sempre aprendemos que o nosso Estado é hospitaleiros. Mas não era com essa fatia da população. Quem é hospitaleiro, deve ser com todos. O Acampamento, pela primeira vez, está se comunicando com esse público", festejou Adelina.
Para o patrão do Loko de Gaúcho, Paulo Strada, a iniciativa de tornar um piquete acessível e inclusivo "é muito importante e, ao mesmo tempo, muito simples". "Tratar por igual as pessoas é tão simples. O gaúcho é assim, trata bem a todos e aproxima todos em torno de um churrasco e de um chimarrão. Não podemos ter preconceito. Me sinto muito bem por ter sido o primeiro a se dar conta disso", diz, sem esconder o orgulho.
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Texto de: Caren Mello
Edição de: Manuel Petrik
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