Carros temáticos do desfile em
Porto Alegre estão 99% prontos (Foto: Luiza Carneiro/G1)
Luiza Carneiro - Do G1 RS
Quando a ideia foi criada, há 11 anos, ninguém imaginava que o desfile temático da Semana Farroupilha iria ganhar tal proporção. Na próxima quinta-feira (19), véspera do feriado no Rio Grande do Sul, 1,6 mil pessoas irão tomar a avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre, ao lado de nove carros temáticos em um teatro a céu aberto. A história do estado será contada através do tema “Imaginário social” a partir das 21h. A organização estima que 99% do espetáculo já esteja pronto.
Neste ano, os carros medem até quatro metros de altura e têm efeitos especiais, que vão de luz, fumaça e movimentos até água corrente. Inteiramente feito por gaúchos, a concepção do desfile foi idealizada pelo artista plástico Silvio Oliveira, que tem experiência também no carnaval porto-alegrense. “Aqui tem que ser arte, é mais profissional. Tu pode mostrar mais, maquiar menos. Ganhei um tema, estudei as lendas, os contos, e desenhei todos os carros em uma noite só”, contou Oliveira ao G1.
A ideia é que o público, estimado em torno de 15 mil pessoas, possa entender a história que assiste na avenida durante 1h20 de desfile. Nove invernadas, ligadas a Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), levarão dançarinos e atores para encenar os contos do escritor pelotense Simões Lopes Neto (1865-1916). “Comemoramos também os 100 anos da obra do escritor. Temos uma música tema de 14 minutos que nos ajudará a explicar melhor cada elemento”, completa Manoelito Savaris, presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).
O evento é uma iniciativa do MTG e da prefeitura da capital e custa cerca de R$ 1,3 milhões, levantados a partir de patrocinadores e da Lei Rouanet. “Embora os carros já estejam praticamente prontos só darei o trabalho como finalizado depois do desfile. Lá é que tem que funcionar. Este ano nós estamos aprimorando o uso da ferramenta para transmitir a mensagem”, explica Savaris.
As invernadas são coreografadas a partir de profissionais ligados ao movimento, que têm experiência em festivais folclóricos e no Encontro de Artes e Tradições Gaúchas (Enart). “No meu grupo são 150 pessoas. Vamos estar no primeiro carro, o que conta a história de Simões Lopes Neto. Vai ser surpreendente. Vou usar elementos como grandes lápis escrevendo em livros”, revela o coreógrafo Alex Fernandes. Apesar de ser um evento de cunho cultural e pensado em conjunto, as invernadas competem entre si e ganham, ao final, um troféu pela melhor apresentação.
Fonte: Portal G1 - Semana Farroupilha