Documento
valia por 30 dias e era usado para entrar em cidades dominadas. Pessoas de
outros Estados e até da capital gaúcha precisavam utilizá-lo.
Exemplar do passaporte faz
parte do acervo da Bibliotheca Pública Pelotense
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Reprodução
No ápice da República Rio-Grandense, quem não se identificava com a causa da luta dos farrapos precisava de um passaporte para entrar em território ocupada pelas forças republicanas. Esta espécie de “estrangeiro” envolvia não apenas pessoas de outros Estados do país, mas também quem morava em cidades que não apoiavam a Revolução Farroupilha.
“Um rio-grandense que não reconhecesse a República tinha que ter o passaporte, pois era considerado estrangeiro. Um porto-alegrense, cidade antifarroupilha, se estivesse de ir a Piratini ou Caçapava, que eram territórios ocupados pelas forças republicanas precisavam do documento para entrar na área dominada”, explica o historiador Moacyr Flores ao G1.
Exigido durante a República Rio-Grandense, o passaporte foi criado em 1839 e era assinado pelo ministro e secretário de Estado dos negócios do Interior e Fazenda, interinamente encarregado da Justiça, Domingos José de Almeida. Quem decidia se o “estrangeiro” tinha direito era o chefe de polícia republicano e o documento valia por apenas 30 dias.
Para descrever as características do dono do passaporte eram usados detalhes da cor da pele, da profissão, idade, estatura, forma do cabelo, dos rostos, olhos, do nariz, da barba e de algum sinal que a pessoa tinha. Com o brasão da República Rio-Grandense no topo, o documento era finalizado com a data e a cidade em que era emitido, identificada como “Cassapava”.
Conforme o historiador Daniel Barbier, da equipe da Bibliotheca Pública Pelotense, há apenas um exemplar no acervo da instituição. Um segundo, conforme Flores, está no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Fonte: Portal G1 - Jogos Farroupilha/Rio Grande do Sul